domingo, 30 de maio de 2010

Espiritualidade na Prática Clínica: o que o clínico deve saber?*

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Estudos têm demonstrado que a espiritualidade pode promover efeitos positivos e negativos na saúde do paciente. Entretanto, os médicos possuem grande dificuldade para a abordagem deste assunto. O objetivo deste estudo foi rever o tema, focando nas necessidades dos clínicos.

CONTEÚDO: Realizou-se um apanhado geral dos conhecimentos que o clínico deve possuir sobre os aspectos espirituais do paciente, dividindo-se nas seguintes partes: introdução, contexto histórico, conceitos básicos, por que o clínico deve abordar a espiritualidade do paciente, pesquisas e bases científicas, espiritualidade no meio acadêmico, quando e como deve ser abordada a espiritualidade/religiosidade, ?*

CONCLUSÃO: O clínico deve saber o momento certo e a forma correta de se abordar essa dimensão, sem ofender ou julgar as preferências religiosas de cada paciente, de forma a exercer a Medicina de forma mais humana e integral possível.

Descritores: Clínica Médica, Espiritualidade, religião e Medicina,


INTRODUÇÃO

No dia 17 de outubro de 2009, véspera do dia do médico (escolhido por ser o dia de São Lucas, conhecido como ”médico de homens e de almas”), ocorreu no X Congresso Brasileiro de Clínica Médica a mesa redonda: “Espiritualidade na Prática Clínica”.

A iniciativa inédita da Sociedade Brasileira de Clínica Médica foi agraciada com a lotação do auditório no evento e alertou para a necessidade da abordagem deste tema nos congressos médicos e na prática clínica.

O objetivo deste estudo foi traçar um panorama do uso da espiritualidade na prática clínica e quais os conhecimentos básicos necessários para o clínico abordá-la na sua prática diária.

CONTEXTO HISTÓRICO

A ligação entre religião e Medicina faz-se desde os tempos mais remotos. Os egípcios (2000-1800 A.C.) já exorcizavam espíritos usando o nome do Deus Horus1, os cientistas gregos (500-300 A.C.) já discutiam sobre a origem da alma2 e nos tempos medievais (1000-1200 D.C) as autoridades religiosas eram as responsáveis pelas licenças para a prática da Medicina3. Entretanto, a partir da Renascença, houve uma separação entre a ciência e a religião que se manteve até o século XX4, período em que Sir William Osler, professor de Medicina da Universidade Johns Hopkins publicou no British Medical Journal o artigo: “The faith that heals” (A fé que cura)5. Finalmente na década de 1960, começaram a ser publicados diversos estudos epidemiológicos demonstrando a relação entre espiritualidade e religiosidade com a saúde do paciente4, no mesmo período que foi iniciado o Journal of Religion and Health (Jornal de Religião e Saúde) indexado até o presente momento no PubMed.

Nas décadas seguintes cresceu o conceito da chamada “Espiritualidade baseada em evidências”6, o estudo dos mecanismos pelo qual a fé levaria a esses desfechos clínicos7 e de que forma os médicos deveriam abordar esse assunto na prática clínica.

CONCEITOS BÁSICOS

Para facilitar a compreensão do assunto, inicialmente faz-se necessária discussão pormenorizada sobre os conceitos básicos de religião, religiosidade e espiritualidade. ������Segundo Koenig, Mccullough e Larson no livro “Handbook of Religion and Health”4:

• Religião é o sistema organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos designados para facilitar o acesso ao sagrado, ao transcendente (Deus, força maior, verdade suprema ...);

• Religiosidade é o quanto um indivíduo acredita, segue e pratica uma religião. Pode ser organizacional (participação na igreja ou templo religioso) ou não organizacional (rezar, ler livros, assistir programas religiosos na televisão);

• Espiritualidade é uma busca pessoal para entender questões relacionadas ao fim da vida, ao seu sentido, sobre as relações com o sagrado ou transcendente que, pode ou não, levar ao desenvolvimento de práticas religiosas ou formações de comunidades religiosas.

Por que o clínico deve abordar a espiritualidade do paciente?

Uma das perguntas mais realizadas pelos médicos em geral é qual a razão para abordar a espiritualidade do paciente. Inicialmente vale lembrar que muitos pacientes são religiosos e suas crenças os ajudam a lidar com muitos aspectos da vida8. Além disso, as crenças pessoais dos médicos influenciam nas suas decisões, tanto por parte do paciente (tendo como exemplo o paciente que é Testemunha de Jeová que não aceita o uso de hemoderivados), como por parte dos próprios médicos (tendo como exemplo, médicos que se recusam a prescrever anticoncepcionais devido aos seus princípios religiosos)9. Mais do que isso, atividades e crenças religiosas estão relacionadas à melhor saúde e qualidade de vida10, assim como os médicos que falam sobre as necessidades espirituais não são novidades, tendo suas raízes na história e muitos pacientes gostariam que seus médicos comentassem sobre suas necessidades espirituais11. Estudos demonstram que a maioria dos pacientes gostaria que seus médicos abordassem sobre sua religião e espiritualidade12,13, e relataram que sentiriam mais empatia e confiança no médico que questionasse esses temas11, proporcionando o resgate da relação médico-paciente, com uma visão holística e mais humanizada.

Torna-se claro na prática clínica que, na grande maioria das vezes, não é possível fragmentar o paciente em várias partes como social, biológica, psíquica e espiritual, afinal todas são interligadas e podem ser responsáveis pelas comorbidades, aderência aos medicamentos, sucesso ou fracasso no tratamento.

PESQUISAS E BASES CIENTÍFICAS

As pesquisas científicas sobre o assunto são numerosas. No banco de dados da PubMed, foram relacionados 4.202 estudos à palavra “spirituality” e para a palavra “religion” 41.314. Esse número de estudos foi equivalente ao número relacionado à palavra “physical activity” na mesma data.

Os estudos têm demonstrado maior relação entre espiritualidade e religiosidade com a saúde mental, incluindo menor prevalência de depressão14, menor tempo de remissão da depressão após o tratamento15, menor prevalência de ansiedade16 e menor taxa de suicídio17. Da mesma forma, estudos demonstram uma relação da espiritualidade com melhor qualidade de vida18 e maior bem estar geral19.

Alguns desfechos clínicos também têm sido avaliados de forma consistente. Os pacientes mais religiosos tiveram menores níveis de hipertensão diastólica20, índices menores de mortalidade por causas cardiovasculares21 e menor mortalidade em geral22-24.

Autores têm relacionado ainda a espiritualidade com marcadores de imunidade, como interleucinas e marcadores de inflamação como proteína C-reativa. Recentemente, Lutgendorf e col.25 mostraram que a frequência religiosa levaria à diminuição na IL-6 e esta levaria à diminuição da mortalidade. Este estudo seria a primeira pesquisa a demonstrar uma participação de um fator imunológico mediando um fator comportamental com a mortalidade. Seguiram-se então, estudos voltados às populações específicas como no caso de mulheres com câncer de mama, em que a maior espiritualidade esteve diretamente relacionada ao número total de linfócitos, de células Natural Killer (NK) e de linfócitos T-helper e T-citotóxicos26. Quanto às pesquisas com marcadores inflamatórios, há evidências de menores níveis de proteína C-reativa27 e menores níveis de cortisol28 nos pacientes que possuem maior frequência religiosa.

Periódicos de alto impacto na literatura médica têm vinculado publicações científicas na área como é o caso do The Journal of the American Medical Association (JAMA)29, New England Journal of Medicine30 e Annals of Internal Medicine31, dentre outros.

O clínico deve ter conhecimento das evidências que suportam este campo, de forma a entender suas repercussões na saúde do paciente.

Espiritualidade no meio acadêmico

Antes renegados ao segundo plano, os cursos de espiritualidade passaram a ser vinculados na maioria das universidades norte-americanas. Em 1993, menos de cinco escolas médicas dos Estados Unidos possuíam a disciplina de religião/espiritualidade em Medicina, valor que subiu para mais de 100 nos últimos 15 anos32. Seguindo esta tendência, 59% das escolas médicas britânicas já possuem cursos relacionados à espiritualidade33.

Diversos centros universitários no mundo têm se interessado e pesquisado sobre o assunto, podendo-se citar, dentre outros: Duke University’s Center for Spirituality, Theology and Health; The George Washington Institute for Spirituality and Health; Center for Spirituality and Health – University of Florida e Center for the Study of Health, Religion and Spirituality Indiana State University.

Cursos têm sido vinculados, inclusive nos programas de residência médica interna nos Estados Unidos da América, como foi o caso de estudo publicado na conceituada revista Academic Medicine em 200234. Foi instituída na Universidade de Massachusetts, uma disciplina de Medicina e espiritualidade compulsória para os residentes do programa de Medicina interna. Por meio de aulas teóricas e práticas, o residente aprendia a reconhecer problemas espirituais, obter a história espiritual, participava de atendimentos com líderes da pastoral local e aprendia princípios básicos sobre todas as religiões. A disciplina foi tão bem sucedida que permanece no programa até hoje.

QUANDO DEVE SER ABORDADA A ESPIRITUALIDADE?

O momento certo para abordar a espiritualidade de um paciente poupa mal entendido, segundo o livro “Espiritualidade no Cuidado com o Paciente”35 escrito por Harold G. Koenig (médico da Universidade de Duke – Estados Unidos da América), o bom senso deve imperar. A abordagem em situações extremas como acidentes e eventos isquêmicos coronarianos, pode levar ao sentimento de medo no indivíduo.

Entretanto, a avaliação ambulatorial de um novo paciente, uma internação por descompensação de alguma doença, os cuidados paliativos e pacientes que serão acompanhados pelo mesmo médico podem ser momentos ideais para a obtenção da história espiritual.

Na anamnese médica, a história social, o questionamento da atividade física, os hábitos e vícios podem preceder a abordagem da espiritualidade de forma natural. Desta forma, pode-se incluir o assunto na estruturação da anamnese, no segmento que aborda os hábitos de vida e condições socioeconômicas do paciente.

Barreiras para o médico

Algumas barreiras são colocadas pelos médicos para não abordarem o tema35. Pode-se citar a falta de conhecimento sobre o assunto, falta de treinamento, falta de tempo, desconforto com o tema, medo de impor pontos de vista religiosos ao paciente, pensamento de que o conhecimento da religião não é relevante ao tratamento médico e a opinião de que isso não faz parte do papel do médico. Essas barreiras são quebradas à medida que o médico se aprofunda no tema e desvencilha-se de seus próprios medos e preconceitos.

Como deve ser abordada a espiritualidade e religiosidade

Não existe uma só forma de abordar a espiritualidade, assim como não existe uma forma correta. Muitas vezes, a sua abordagem faz-se de forma natural e tranquila, o que depende das próprias heranças culturais de cada médico.

Entretanto, pesquisadores têm criado formas de facilitar a abordagem da espiritualidade para os médicos que ainda possuem dificuldades com o tema. Esses instrumentos servem de norteador para a obtenção da história espiritual, sendo os principais instrumentos utilizados36-38 dispostos no quadro 1.

No caso de pacientes não religiosos35, ao invés de focar na espiritualidade, o médico pode perguntar como o paciente convive com a doença; o que promove um significado e propósito à sua vida e quais crenças culturais pode ter impacto no seu tratamento.


Aspectos negativos da religião

Nem todos os efeitos da religião são positivos. É importante que os médicos estejam atentos quando a religião pode desencadear problemas35 (principalmente no caso da religião punitiva em que há uma sensação de que Deus está punindo ou abandonando o paciente) e causar conflitos quanto às condutas médicas. No caso de dificuldades para lidar com relações conflitantes a figura da capelania do hospital ou do líder religioso do paciente é essencial, conjuntamente com o Serviço de Psicologia Hospitalar.

CONCLUSÃO

O clínico deve estar atento à dimensão espiritual do paciente, seja ela positiva ou negativa. O conhecimento científico e prático do assunto pode evitar conflitos na relação

Quadro 1 – Instrumentos para obtenção de história espiritual

Questionário FICA36

F – Fé / crença

• Você se considera religioso ou espiritualizado?

• Você tem crenças espirituais ou religiosas que te ajudam a lidar com problemas?

• Se não: o que te dá significado na vida?

I – Importância ou influência

• Que importância você dá para a fé ou crenças religiosas em sua vida?

• A fé ou crenças já influenciaram você a lidar com estresse ou problemas de saúde?

• Você tem alguma crença específica que pode afetar decisões médicas ou o seu tratamento?

C – Comunidade

• Você faz parte de alguma comunidade religiosa ou espiritual?

• Ela te dá suporte, como?

• Existe algum grupo de pessoas que você “realmente” ama ou que seja importante para você?

• Comunidades como igrejas, templos, centros, grupos de apoio são fontes de suporte importante?

A – Ação no tratamento

• Como você gostaria que o seu médico ou profissional da área da saúde considerasse a questão religiosidade / espiritualidade no seu tratamento?

• Indique, remeta a algum líder espiritual / religioso.

Questionário HOPE37

H - Fontes de Esperança (Hope), significância, conforto, força, paz, amor e relacionamento social.

• Quais são as suas fontes de esperança, força, conforto e paz?

• Ao que você se apega em tempos difíceis?

• O que o sustenta e o faz seguir adiante?

O – Religião organizada

• Você faz parte de uma comunidade religiosa ou espiritual? Ela o ajuda? Como?

• Em que aspectos a religião o ajuda e em quais não o ajuda muito?

P – Espiritualidade pessoal e prática

• Você tem alguma crença espiritual que é independente da sua religião organizada?

• Quais aspectos de sua espiritualidade ou prática espiritual você acha que são mais úteis à sua personalidade?

E – Efeitos no tratamento médico e assuntos terminais

• Ficar doente afetou sua habilidade de fazer coisas que o ajudam espiritualmente?

• Como médico, há algo que eu possa fazer para ajudar você a acessar os recursos que geralmente o apóiam?

• Há alguma prática ou restrição que eu deveria saber sobre seu tratamento médico?

História espiritual do ACP35

• A fé (religião/espiritualidade) é importante para você nesta doença?

• A fé tem sido importante para você em outras épocas da sua vida?

• Você tem alguém para falar sobre assuntos religiosos?

• Você gostaria de tratar de assuntos religiosos com alguém?

CSI—MEMO38

1. Suas crenças religiosas/espirituais lhe dão conforto ou são fontes de estresse?

2. Você possui algum tipo de crença espiritual que pode influenciar suas decisões médicas?

3. Você é membro de alguma comunidade espiritual ou religiosa? Ela lhe ajuda de alguma forma?

4. Você possui alguma outra necessidade espiritual que gostaria de conversar com alguém?médico-paciente, beneficiar os desfechos clínicos e facilitar o atendimento médico.

O clínico deve saber o momento certo e a forma correta de se abordar essa dimensão, sem ofender ou julgar as preferências religiosas de cada paciente, de forma a exercer a Medicina de forma mais humana e integral possível.

Giancarlo Lucchetti1, Alessandra Lamas Granero2, Rodrigo Modena Bassi3, Rafael Latorraca4, Salete Aparecida da Ponte Nacif5


*Recebido da Associação Médico-Espírita de São Paulo, SP.

ARTIGO DE REVISÃO

1. Médico Especialista em Clínica Médica pela Santa Casa de São Paulo; Doutorando em Neurologia/Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Coordenador do Núcleo de Pesquisas da Associação Médico-Espírita de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil

2. Médica Especialista em Geriatria pelo Centro Interdisciplinar de Assistência e Pesquisa em Envelhecimento – Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e Coordenadora do Núcleo de Inserção da Espiritualidade na Prática Clínica da Associação Médico-Espírita de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil

3. Médico Especialista em Clínica Médica pela SBCM; Especialista em Geriatria pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Presidente da Associação Médico-Espírita de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil

4. Graduando de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Coordenador do Departamento Acadêmico da Associação Médico-Espírita de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil

5. Médica Especialista em Clínica Médica pela SBCM; Assistente da Disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Membro da Associação Médico-Espírita de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil

REFERÊNCIAS


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Na íntegra:

http://lildbi.bireme.br/lildbi/docsonline/lilacs/20100400/945.pdf

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Australiano diz ter salvo mais de 400 de suicídio em penhasco


Um australiano de 82 anos que vive perto de um penhasco usado com frequência para suicídios afirma ter convencido mais de 400 pessoas a desistir de por um fim a suas vidas.

BBC Brasil
05/04/2010 11:54

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Há cinco décadas, Donald Ritchie, armado apenas de seu binóculo e de um papo tranquilo, monitora o movimento no penhasco perto de sua casa nos arredores de Sydney conhecido como The Gap, que, além de oferecer uma privilegiada vista para o mar, possui a má fama de atrair suicidas.





Donald Ritchie usa seu binóculo para observar penhasco / Foto: Elliot Braham



Pelo seu trabalho voluntário prevenindo suicídios na região onde mora, Ritchie foi batizado pela mídia australiana de "anjo da guarda".



No fim de semana, o australiano elevou sua própria contagem de vidas salvas para 401 - 161 delas foram reconhecidas por autoridades locais de Woollahra, o município em que vive.



Espreita



Ritchie passou quase cinco décadas de sua vida observando a beira do The Gap.



Quando percebia alguém muito pensativo, contemplando demais o oceano, e que havia ultrapassado as cercas que existem no lugar, o ex-vendedor de seguros de vida se dirigia ao local para conversar com a pessoa.



"Com apenas um sorriso, uma saudação, uma conversa amigável, muitas vezes conseguia fazer com a pessoa mudasse de ideia", disse ele, em entrevista à BBC brasil.





Donald Ritchie fica na varanda para observa o penhasco ao fundo / Foto: Elliot Braham



Entre seus argumentos mais eficientes está o convite de tomar um café em sua casa.



Mas devido à idade e a problemas de saúde, Ritchie tem se limitado a observar o local e alertar a polícia em caso de suspeitas de possíveis suicidas. "Há dois dias salvei uma moça, ligando para a polícia", disse ele.



Algumas das mortes estão registradas em seu diário, outras estão muito vivas em sua mente. Em uma ocasião, ele correu sério risco de morte.



"Há uns 20 anos fui salvar essa moça, ela estava quase mudando de ideia quando um carro se aproximou e ela se levantou para pular, eu a segurei, mas ela me puxou junto e foi por pouco que não caímos os dois", lembrou.



Ao longo dos anos, o "anjo da guarda" recebeu várias manifestações de agradecimento e carinho, entre cartas, pinturas e até garrafas de champanha deixadas em sua porta.



Em 2006, o aposentado foi homenageado com uma medalha do governo australiano. Mas ele evita a atenção da mídia por considerar suicídio um tema bastante delicado.



"Quanto mais divulgamos sobre suicídios, parece que mais eles acontecem", disse, lembrando do caso do suicídio de uma jornalista australiana, que teve grande destaque na imprensa. Logo depois do caso, houve mais seis suicídios no local.



Segundo dados do governo, estima-se que cerca de 50 pessoas cometem suicídio no The Gap por ano. Em 2007, foram registradas 65 mil tentativas de suicídio e 1.881 mortes por suicídio no país.

Mediunidade de Efeitos Físicos

O estudo da materialização dos espíritos é fundamental para o avanço da medicina e sua é mais um instrumento de cura e despertar para humanidade.

Helaine Ciqueto

O FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL

Nosso conhecimento a respeito do universo, do nosso mundo e de nós mesmos é extremamente limitado. Segundo André Luiz, conhecemos apenas a oitava parte do que acontece ao nosso redor. Se desconhecemos a essência, a finalidade e a causa da maioria daquilo que vemos, como conhecermos a respeito daquilo que não vemos?

As energias sutis do Espírito estão nesse rol imensurável e desconhecido para nós, seres humanos limitados.

Retomando um estudo de André Luiz, deparamos com sua afirmação de que tudo emana do Plasma Divino, que segundo os ensinos superiores, compilados por Alan Kardec, ele é o Fluido Cósmico Universal. Enfim, é o princípio elementar de tudo quanto existe.

Um único elemento material dando origem a tudo. O elemento básico da criação. É o que nos relata o Espírito Galileu, em "A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo", Cap. VI, itens 8 a 19. O Fluido Cósmico Universal - é matéria cósmica primitiva que vai do incomensurável ao mensurável; da invisibilidade à visibilidade; do ponderável ao imponderável; dependendo da forma, do estado e da dimensão em que se encontra, sendo detectável ou não aos nossos sentidos humanos.

ENERGIAS SUTIS DO ESPÍRITO

As energias sutis são matéria quintessenciada, não detectáveis nesta nossa terceira dimensão, ou seja imperceptíveis aos nossos olhos, mas que causam impacto na estrutura de nosso organismo, tal qual o Raio X, por exemplo, que é constituído de partículas subatômicas, que penetram na intimidade de nosso corpo, "fotografando-o interiormente", mas que não são percebidas pelos sensórios terrenos.


TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES

Allan Kardec compilou no "O Livro dos Médiuns" algumas explicações do Espírito de São Luís, sobre a Teoria das Manifestações Físicas, no Cap. IV, da 2.a parte. Resumindo, ele explicou que, o que anima a matéria ou os objetos que se movem, e o que materializa os espíritos, é uma combinação de Fluido Cósmico Universal - FCU, com o fluido perispiritual do próprio médium e com o fluido do perispírito de espíritos mais ligados à matéria, ou seja, menos evoluídos. Essa composição fluídica "anima" a matéria, envolvendo os objetos entre o espaço molecular e penetra igualmente os corpos, como um oceano imenso. A vontade do Espírito Coordenador do fenômeno conduz o movimento dos objetos ou coordena o fenômeno. Assim, esse Espírito Coordenador (ou seja, a vontade desse Espírito inteligente) é a causa do fenômeno e a mescla de fluidos é o veículo condutor do fenômeno.

Imaginemos, por exemplo, um espírito materializado, escrevendo ou tocando piano: ele deita seus dedos sobre as teclas, mas o que as impulsiona não é a sua "força muscular", mas sim o fluido que as anima, interpondo-se no espaço entre as moléculas da matéria de que é composto, obedecendo a vontade do espírito.

Com a "mesa girante" ocorre o mesmo; não é o espírito que a levanta e gira, mas a mesa que se anima de uma vida factícia (artificial) e se move pela vontade, impulso mental que lhe dá o espírito.

O ECTOPLASMA

André Luiz, no livro "Nos Domínios da Mediunidade", cap. XXVIII, nos descreve um dos seus aprendizados sobre o assunto, quando realizou um trabalho de observação a uma sessão de materialização, ocorrida aqui na Terra. (há fortes indícios que tenha sido com o médium Francisco Peixoto Lins, o Peixotinho).

Conta-nos ele, que durante esse fenômeno especialíssimo, o médium é desdobrado e afastado do corpo, semelhante a um desencarne. Assim prostrado, sob o domínio dos "técnicos espirituais", começa a expelir o ectoplasma, qual pasta flexível, à maneira de uma geléia viscosa e semi-líquida, através de todos os poros, com mais abundância pelos orifícios naturais, particularmente da boca, narinas, e ouvidos, além do tórax e das extremidades dos dedos. Esse fluido condensado, de alvura extraordinária, ligeiramente luminosa, comparável à clara de ovo, com um cheiro característico, indescritível. Dessa forma, o médium começa a desmaterializar-se.

O ectoplasma, por sua vez envolve o perispírito do espírito a ser materializado, semelhante a peças de tecido leves e finos, ou interpenetra os objetos, dando-lhes forma e movimento.

O fenômeno independe das qualidades morais e do caráter do médium, são emanações psicofísicas, das quais o citoplasma é uma das fontes de origem. Portanto o fato do médium fumar, beber, ingerir drogas ou abusar da alimentação inadequada, não o faz um médium mais ou menos apto, mas influenciam, devido as toxinas que contaminam o ectoplasma, a ponto de prejudicar o organismo do próprio médium.

Vemos, como exemplo, os ensinamentos dos espíritos, no caso do médium Francisco Peixoto Lins, que alertavam sempre sobre os vícios, classificando-os como uma escolha para a mediunidade, com conseqüências nefastas e tóxicas para o médium. Em muitas das reuniões realizadas pelo grupo dele, e que não tiveram êxito, a explicação era de que os resíduos decorrentes desses vícios e da alimentação inadequada, que impregnavam o organismo do médium, não propiciariam o efeito desejado sem atingir com gravidade o organismo do médium. Eles falavam e ensinavam com brandura, mas eram enérgicos e severos em relação à participação nas reuniões de pessoas com esses vícios e do próprio médium.

Até mesmo, o próprio toque nesse fluido condensado, por pessoa estranha ao fenômeno, e quando não planejado pelo espírito coordenador do fenômeno, poderá levar o médium à conseqüências gravíssimas, tal como ocorreu com o próprio Peixotinho, e até mesmo ao desencarne, tal a seriedade e complexidade do fenômeno. O termo "ectoplasma", segundo o "Novo Dicionário da Língua Portuguesa", de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, na Biologia, refere-se à parte periférica do citoplasma celular. Na Parapsicologia, designa a substância visível que emana do corpo de certos médiuns.

"Uma pasta flexível, à maneira de uma geléia viscosa e semilíquida, que emana por todos os poros e orifícios naturais, particularmente da boca, narinas, ouvidos, além do tórax e extremidades dos dedos do médium." ("Nos Domínios da Mediunidade", André Luiz.)

MATERIALIZAÇÕES LUMINOSAS

Novamente, segundo o dicionário, o termo se refere à individualização de uma forma pela matéria, ou à atribuição de qualidades da matéria a algo, no caso ao espírito, ou fazer manifestar-se o espírito sob forma material, torná-lo corpóreo.


Refere-se também o termo, à um tipo especialíssimo de mediunidade, onde ocorre o fenômeno da corporificação de espíritos através do ectoplasma do médium. Em diversas obras sobre o assunto, em que os autores participaram e analisaram fria e racionalmente o fenômeno, por anos a fio, podemos concluir, que ele apresenta um tipo de ocorrência padrão, onde participam sempre, o médium que apresenta tal faculdade mediúnica, demais pessoas que assistem e auxiliam materialmente a realização do fato, um ou mais Espíritos evoluído que coordenam a elaboração espiritual do fenômeno e algumas entidades, de caráter menos evoluído, com mais ligações com a matéria e o mundo material.

Algumas dessas materializações chegam a ter uma intensa luminosidade, que chega a desafiar qualquer pensamento de incredulidade à respeito do fenômeno. Isso ocorre devido à grande quantidade de fosfato de lecitina, que o médium apresenta em seu organismo. Por isso que em certas ocasiões o famoso médium Peixotinho era orientado pelos Espíritos a ingerir muito peixe, alimento que possui essa substância.

O FENÔMENO ATRAVÉS DOS TEMPOS

Caso fôssemos analisar a história da humanidade através do tempos, com certeza teríamos elencados muitos casos de manifestação da mediunidade de efeitos físicos, antes mesmo que ela assim fosse denominada e compreendida, pois antigamente, era considerada como fenômeno sobrenatural. Atualmente, à luz do Espiritismo, podemos compreendê-la melhor e explicá-la cientificamente.

Ernesto Bozzano nos ensina, em seu livro "Pensamento e Vontade", que a substância ectoplásmica já era conhecida pelos alquimistas do século XVII, como Paracelso, que a denominou Mysterium Magnum, e Tomas Vaogan, que a definiu por Matéria Prima. Também Emmanuel Swedenborg, um dos precursores do Espiritismo, realizou experimentos de ectoplasmia.

Outros importantes pesquisadores podem ser citados, como Dr. Gustavo Geley, que descreveu essas manifestações em seu livro "Do Inconsciente ao Consciente, além de diversos investigadores científicos, tais como Hartmann, Aksakof, Du Prel, Cel. de Rochas, que baseou suas conclusões nas experiências realizadas com a também famosa médium de ectoplasmia, Eusápia Paladino.

Outro caso interessante de materialização de corpo humano, exercida por uma entidade inteligente e com o auxílio da posse temporária do corpo fluídico exteriorizado, foi observada e pesquisada exaustivamente pelo cientista químico-físico londrino, Dr. William Crookes, por volta de 1869, que estudou o fenômeno por mais de 30 anos. Através de uma médium chamada Florence Cook, se manifestava o espírito denominado Katie King. Ela apresentava diversos fenômenos, como levitação, escrita, materialização, mas apenas de um único espírito.

Mais recentemente, por volta da década de 40, Fábio Machado, um médium que morava em Belo Horizonte, produzia fenômenos de materializações, como conta Ranieri, em seu livro "Manifestações Luminosas". Através dele ocorriam os mesmos fenômenos observados no médium Francisco Peixoto, no Rio de Janeiro, e com os mesmos espíritos, mesmo sem se conhecerem ou terem conhecimento da existência um de outro. A única diferença é que as materializações de Fábio eram opacas.

FRANCISCO PEIXOTO LINS

Dentre os casos relatados pela Literatura Espírita, um dos que mais impressionam pela total autenticidade e abundância do fenômeno, é o de Francisco Peixoto Lins, o qual, segundo profunda análise dos relatos, foi alvo das observações de André Luiz, em suas visitas de aprendizado em nosso meio. Não há registros, no Brasil, de médiuns que provocassem materializações como as de Peixotinho.

Muitos fenômenos foram observados, descritos e testados por centenas de pessoas de bem, cultas, estudiosos, além do acompanhamento criterioso de um delegado de policia da época, que publicou um livro a respeito, intitulado "Materializações luminosas". (R. A. Ranieri)

OS FENÔMENOS DE PEIXOTINHO

Eram flores naturais e orvalhadas que apareciam, em abundância, do nada; luvas de parafina; flores moldadas na parafina; moldes do rosto de espíritos; materializações completas e incompletas (apenas o busto) de entidades; aporte de pedras de diversos lugares do mundo; chuva de flores, de pétalas naturais; brisa suave; aragem fresca; perfumes deliciosos; voz direta (garganta ectoplásmica); escrita direta; biombos e cadeiras que levitavam; desmaterialização de uma viola; fabricação de remédios homeopáticos; aparecimento de água mineral da França (Vichy); letreiros luminosos com frases inteiras ditadas na hora pelos participantes; além das curas e tratamentos inacreditáveis que ocorriam todos os dias.

A cada sessão era um verdadeiro espetáculo. Em uma única reunião eles chegaram a moldar em parafina, cerca de 100 flores. Para distrair os participantes e evitar que suas mentes divagassem por outras paragens, as entidades utilizavam a música como recurso. Tocavam violão e espíritos dançavam. Enviavam, por escrita direta, ou eles mesmos sentavam à mesa, tomavam a caneta comum e escreviam letra e música de hinos.

Ouvia-se sempre com perfeição e nitidez, no ambiente, os sons produzidos pelos espíritos corporificados, seus movimentos de ir e vir da cabine, dirigindo-se ao balde de parafina fervente e o som característico do molhar das mãos em água fria para o resfriamento e endurecimento das moldagens.

O início dos trabalhos era marcado com um sinal: o aporte de uma ou várias pedras que surgiam do nada. E sempre ao final da reunião ouvia-se uma voz enunciar o êxito ao não da sessão. Muitas vezes, enunciavam através do recurso da voz direta (garganta ectoplásmica) que não haviam conseguido o objetivo esperado e ao acenderem as luzes encontravam botões de rosas, cravos, margaridas ou outras flores, ofertadas por espíritos aos presentes.

Os mentores explicavam que extraíam fluidos (energia ectoplasmática) dos médiuns para tratarem dos doentes. Explicavam também que as tarefas em torno da mediunidade são o resultado de um trabalho em conjunto, de equipe, baseado na unidade de propósitos, capaz de formar um campo psíquico ou, como se diz comumente, uma corrente de energias. Nesse campo movimentam-se os fluidos por força da mente, que plasma e cria, seguindo as determinações do espírito diretor ou controlador.

ENSINAMENTOS DOS ESPÍRITOS

Segundo as entidades orientadoras, o objetivo dos fenômenos mediúnicos é despertar, aprender e curar, no caso de Peixotinho. Dois fatores ficaram evidenciados: a necessidade de constante estudo das instruções contidas no "Livro dos Médiuns" e o aprendizado do trabalho em grupo, demonstrando que, a mediunidade a serviço de instruções espíritas, exige mentalidade de equipe, atenção, estudo, respeito e, em conseqüência, espírito de participação.

Constantemente orientavam os presentes para eliminarem a curiosidade, mentalizarem os doentes, ordenadamente, ajudando-os nos processos de tratamento. Explicavam que a base do fenômeno está na mente e que essas energias sutis são extremamente sensíveis ao pensamento, portanto a postura mental do grupo era fundamental.

Em certa ocasião sugeriram que utilizassem contos espiritualizados para ajudar a manter a vibração positiva do grupo. Além do canto de hinos leituras do Evangelho, etc. Outra sugestão foi a de organizar grupos pequenos, com número reduzido de pessoas, pois o excesso de componentes, em virtude da heterogeneidade de pensamentos e de propósitos, atrapalhava o êxito do trabalho. No início, os próprios espíritos enumeravam aqueles que estavam aptos para participarem das reuniões e os demais que iriam realizar as visitas, "para fazer ambiente", na casa dos doentes que seriam tratados à distância.

Os espíritos insistiam nos ensinamentos, mas a maior parte dos participantes se aglomeravam em torno de Peixotinho porque aquilo lhes encantava os olhos ou lhes atendia os interesses mais imediatos, nem sempre procuravam a essência, as causas e as conseqüências.

De todo esse universo de pesquisas e experimentos científicos realizados, através do tempos, sobre a existência, a atuação e as conseqüências das energias sutis do espírito, concluímos que, como Kardec mesmo nos ensina, a maior ou menor incidência desses fenômenos físicos está diretamente relacionada à necessidade de despertamento da humanidade para o aspecto espiritual de sua existência.

Assim portanto, observamos que na atualidade, esses fenômenos se tornaram escassos devido à evolução do homem e sua condição no estágio seguinte após esse despertamento, que é o burilamento moral interior, em direção à escala ascendente da evolução da humanidade.

Notas: (Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 03, páginas 06-10)

terça-feira, 25 de maio de 2010

William Crookes


Willian Crookes nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 17 de junho de 1832. Foi o maior químico da Inglaterra, segundo afirmativa de “Sir” Arthur Conan Doyle, o que ficou constatado pela trajetória gloriosa que esse ilustre homem de ciência desenvolveu no campo científico. Mencionado como sendo um dos mais persistentes e corajosos pesquisadores dos fenômenos supranormais, desenvolveu importante trabalho na área da fenomenologia espírita.




No ano de 1855, Willian Crookes assumiu a cadeira de química na Universidade de Chester. Como conseqüência de prolongados estudos, no ano de 1861 descobriu os raios catódicos e isolou o Tálio, determinando rigorosamente suas propriedades físicas. Após persistentes estudos em torno do espectro solar, descobriu, em 1872, a aparente ação repulsiva dos raios luminosos, o que o levou à construção do Radiômetro, em 1874. No ano seguinte descobriu um novo tratamento para o ouro. No entanto, a coroação do seu trabalho científico foi a descoberta do quarto estado da matéria, o estado radiante, no ano de 1879. Foram-lhe outorgadas várias medalhas pelas relevantes descobertas no campo da física e da química.



A rainha Vitória, da Inglaterra, nomeou-o com o mais alto título daquele país: “Cavalheiro”.



A par de todas as atividades, ocupou a presidência da Sociedade de Química, da Sociedade Britânica, da Sociedade de Investigações Psíquicas e do Instituto de Engenheiros Eletricistas.



Dotado de invejável fibra de investigador, acabou por pesquisar os fenômenos_mediúnicos, a princípio, com o fim de demonstrar o erro em que incidiam os ditos “médiuns” e todos aqueles que acreditavam piamente em suas mediunidades.



Em 1869, os médiuns J.J.Morse e Sra. Marshall serviram de instrumento para que Crookes realizasse as suas primeiras investigações.



As mais notáveis experiências mediúnicas, levadas a efeito por esse ilustre cientista, foram realizadas através da médium Florence Cook, quando obteve as materializações do Espírito que dava o nome de Katie_King, fato que abalou o mundo científico da época.



A jovem Florence Cook tinha apenas 15 anos de idade quando se apresentou a Sir Willian Crookes, a fim de servir de medianeira para as pesquisas científicas que vinha realizando. São dela as seguintes palavras: “Fui à casa do Senhor Crookes, sem prevenir a meus pais e nem a meus amigos. Ofereci-me em sacrifício voluntário sobre o altar de sua incredulidade.” Ela pediu a proteção da Sra. Crookes e submeteu-se a toda sorte de experimentações, objetivando comprovar a sua mediunidade, pois que um cavalheiro, de nome Volckmann, havia lhe imputado suspeitas de fraude.



No dia 22 de abril de 1872, aconteceu, pela primeira vez, a materialização do Espírito Katie King, estando presente na sessão, a genitora, alguns irmãos da médium e a criada.



Após várias sessões, nas quais o Espírito Katie King se manifestava com incrível regularidade, a Srta. Florence afirmou a Willian Crookes que estava decidida a submeter-se a todo o gênero de investigações.



Na sua obra “Fatos Espíritas”, faz completo relato de todas as experiências realizadas com o Espírito materializado de Katie King, que não deixa dúvida quanto ao poder extraordinário que possui o Espírito de dar a forma desejada, utilizando a matéria física.



Numerosos cientistas de renome, mesmo diante dos fatos mais convincentes, hesitaram em proclamar a verdade, com receio das conseqüências que isso poderia acarretar aos olhos do povo. Crookes, porém, não agiu assim. Ele penetrou o campo das investigações com o intuito de desmascarar, de encontrar fraudes, entretanto, quando constatou que os casos eram verídicos, insofismáveis, ele rendeu-se à evidência, curvou-se diante da verdade, tornou-se espírita convicto e afirmou: - “Não digo que isto é possível; digo: isto é real!”



Willian Crookes desencarnou em 04 de abril de 1919, em Londres, Inglaterra.







Fonte: ABC do Espiritismo, de Victor Ribas Carneiro e Personagens do Espiritismo,

de Antonio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy.

Peixotinho e o Espírito Ana

Peixotinho

No dia 16 de Junho de 1966, na cidade de Campos, Estado do Rio de Janeiro, deixava o corpo físico, e desta vez definitivamente, o famoso e evangelizado médium espírita - Peixotinho.


A Federação Espírita Brasileira, o Conselho Superior da FEB e o Conselho Federativo Nacional se fizeram representar pelos confrades Paulo Affonso de Farias, José Salomão Misrahy e Abelardo Idalgo Magalhães, respectivamente.

Ao sepultamento acorreram centenas e centenas de confrades dos mais diversos pontos do país.


Francisco Peixoto Lins - o Peixotinho, teve ação destacada no movimento espírita brasileiro, já por suas excepcionais qualidades mediúnicas, principalmente no que tange às materializações, já pelo seu comportamento moral como homem de bem.

Destarte, não poderíamos deixar de consignar alguns dados biográficos desse companheiro, dados que nos foram fornecidos pelo seu filho Dr. Guilbert Vieira Peixoto. Ei-los:


Peixotinho, como todos o conheceram, nasceu em 1 de Fevereiro de 1905, na cidade de Pacatuba, no Estado do Ceará, filho de Miguel Peixoto Lins e Joana Alves Peixoto. Embora nascido em 1905, para efeito do registro civil e, destarte, para todos os efeitos da vida material, seu nascimento se deu em igual data do ano de 1907.

Passou sua infância em Fortaleza cercado pelo afeto dos tios, eis que muito cedo sua mãe deixou o plano terrestre. Iniciou sua educação em um seminário. Nessa ocasião lhe vieram dúvidas sobre a existência de Deus, pois seu espírito não aceitava as explicações que recebia para justificar as diferenças sociais tão marcantes no Nordeste, naquela época tão mais sofredor que hoje. Também não aceitava as justificações que lhe ofereciam para o nascimento dos anormais. Assim, vendo o quadro do sofrimento estampado aos seus olhos, começou a descrer da bondade de Deus e de sua existência, até que, pouco mais tarde, a Doutrina Espírita lhe explicasse as causas dos efeitos que conhecia.


Aos catorze anos de idade, com o destemor próprio do cearense, talhado para uma vida de sacrifícios, deixou sua terra em busca do Amazonas, àquela época o Eldorado do nordestino. Durante dois anos trabalhou na extração de borracha nos seringais amazonenses, enfrentando, além da solidão, os perigos normais da região e a exigüidade de recursos da época.


Retornou ao Ceará, e aí, na terra de Bezerra de Menezes, surgiu sua mediunidade em forma obsessiva, pois no início era envolvido pelos Espíritos sofredores que o faziam um valentão. Apesar do seu físico infantil, era dono de grande força de vontade e, sabendo o que lhe poderiam fazer os obsessores, procurou reagir, não saindo de casa, isso depois de um episódio em que, após travar luta com vários homens, foi transportado para uma praia deserta e distante, fisicamente ileso. Mas os Espíritos das trevas não desanimaram ante sua disposição de não sair de casa, vindo-lhe, então, um caso de desprendimento, sendo considerado morto, estado de que despertou após mais de 20 horas de amortalhado.

A seguir lhe veio uma paralisia que o prostrou por seis meses, sem que a família procurasse os recursos do Espiritismo: era católica praticante e temia envolver-se com o Espiritismo. Contudo, um dia, a ativa e abnegada Federação Espírita Cearense enviou confrades a visitá-lo e esses companheiros, com passes e preces, o libertaram da falsa enfermidade. Foi então que começou seu aprendizado na Doutrina Espírita, sendo Viana de Carvalho um dos seus abnegados orientadores.

Em 1926 veio para o Rio de Janeiro, então Capital da República, e se apresentou para servir no Exército, na Fortaleza de Santa Cruz. Posteriormente foi transferido para Macaé, no Estado do Rio de Janeiro. Foi em Macaé que propriamente iniciou sua prestação de serviços ao Espiritismo, tendo aí, com um grupo de irmãos, vários dos quais já no plano espiritual, fundado o Grupo Espírita Pedro. Também em Macaé, em 1933, constituiu família, contraindo matrimônio com Benedita (Baby) Vieira Peixoto.

Sua vida militar foi intercalada de transferências, mas, para onde era transferido, fixava residência com a família e ali fundava um posto de receituário homeopata. Assim foi em Imbituba (Santa Catarina), Santos, Rio de Janeiro, Campos, etc.

Em 1945 foi transferido de Imbituba para a Fortaleza de São João, no Rio de Janeiro. Novamente no Rio, reencontrou-se com vários amigos, entre os quais Antônio Alves Ferreira, velho confrade do Grupo Espírita Pedro, em Macaé, nessa época já residindo no Rio. Das reuniões semanais na residência desse confrade nasceu um culto doméstico que, em poucos meses, se transformou no Grupo Espírita André Luiz, cuja sede provisória era, então, no escritório de representações do confrade Jaques Aboab, à Rua Moncorvo Filho, 27, sobrado.

No Grupo Espírita André Luiz prestou seus serviços mediúnicos, no convívio amigo e fraterno dos irmãos que se uniram àquela casa. E, durante esse período, enquanto residiu no Rio de Janeiro, teve a felicidade de reuni-los em sua residência, todos os domingos.


Do Rio de Janeiro foi para Santos. Isso em 1948. Em Santos freqüentou o Centro Espírita Ismênia de Jesus.

Foi em 1948, antes de mudar-se para Santos, que se deu o seu sonhado encontro com Francisco Cândido Xavier, o Chico. Muitos outros se sucederam e, em Pedro Leopoldo, junto ao aconchego carinhoso do Chico, várias foram as reuniões de materialização e de tratamento realizadas.

Grande número das sessões no Grupo André Luiz e em Pedro Leopoldo são narradas por Ranieri em "Materializações Luminosas".

Transferido para Campos em fins de 1949, iniciou seus serviços no Grupo Espírita Joana D'Arc. Pouco depois, com o crescimento da freqüência no culto doméstico que fazia para seus familiares, nasceu o Grupo Espírita Aracy, seu guia espiritual e que, na última encarnação, fora sua filha. Ao Grupo Aracy dedicou seus últimos anos de vida terrena.

Aesar de sua eficiência no receituário, foi um sofredor, portador de asma, e que compreendia ser essa a sua provação. Apesar de todos os sofrimentos, era alegre e brincalhão, e por muitos considerado uma criança grande. Como médium soube viver, sem nunca comerciar seus dotes mediúnicos. Viveu pobre e exclusivamente dos seus vencimentos de oficial da reserva do Exército, reformado que foi no posto de capitão. Manteve sempre grande zelo pelos princípios esposados por Kardec, fazendo por onde, nos Grupos ou Centros por ele fundados, nunca existisse intromissão de rituais ou quaisquer influências alheias à doutrina do Codificador. Dedicou-se muito ao tratamento de casos de obsessão, chegando mesmo a, por várias vezes, levar doentes ao próprio lar, onde os hospedava junto de sua família. Passou por testemunhos sérios e sofreu ingratidões que soube perdoar, não desanimando nunca de servir.

Desencarnou às seis horas da manhã do dia 16 de Junho de 1966, em Campos, cercado do carinho da família.

Cumpriu sua missão e retornou ao plano espiritual, deixando viúva a Sra. Baby Vieira Peixoto e nove filhos.

Este é o companheiro que partiu para a Grande Pátria, honrado pelo seu trabalho, deixando, é bem verdade, a saudade nos corações de quantos tiveram a felicidade de conhecê-lo pessoalmente, mas, bem maior é a alegria nos Planos Maiores da Espiritualidade, em recebê-lo na condição de Servo Fiel.

Que os pensamentos de todos os espíritas-cristãos de nossa terra possam elevar-se a Deus e a Jesus em benefício do nosso querido irmão PEIXOTINHO.


Fonte: Revista "REFORMADOR" – Agosto de 1966, págs. 18 e 19.

domingo, 23 de maio de 2010

Tratamento contra depressão erradica suicídio

WASHINGTON, EUA — Um amplo programa de tratamento contra a depressão testado em um hospital de Michigan (norte dos Estados Unidos) permitiu a erradicação total dos suicídios há dois anos, indica um estudo publicado nesta terça-feira nos Estados Unidos.



A pesquisa figura em uma edição especial da revista Journal of the American Medical Association sobre saúde mental.



Na mostra de pacientes estudados, a taxa de suicídios caiu 75% nos quatro primeiros anos, passando de 89 para cada 100 mil a 22, uma redução significativa. Posteriormente, durante dois anos e meio, a taxa de suicídio caiu para zero.



"Estes resultados alentadores sugerem que esse programa de cuidados pode ser altamente eficaz", indicou à AFP o doutor Edward Coffey, que dirige os serviços de saúde comportamental dos hospitais Henry Ford em Detroit (Michigan).



O programa compreende, entre outros, uma avaliação sistemática dos riscos de suicídio, psicoterapias comportamental, a proibição de ter arma em casa, o estabelecimento de contato constante por consultas, telefones, visitas e e-mails.



Cerca de 33 mil pessoas se suicidam anualmente nos Estados Unidos, e 90% delas sofrem um episódio de doença mental, na maioria das vezes depressão.



Entre os fatores de risco do suicídio estão os antecedentes familiares, o abuso de álcool, de drogas ou de medicamentos, a violência familiar, as agressões sexuais, a prisão e a posse de armas, que estão presentes em mais de um suicídio em cada dois nos EUA.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O Pai teve depressão pós-parto...

Pais também sofrem de depressão pré-natal ou pós-parto, diz pesquisa


14% dos americanos passam pelo distúrbio após o nascimento do filho.

Média internacional é de 8,2%, revela estudo com 28 mil participantes.

Da France Presse



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As mães não são as únicas que sofrem de depressão pré ou pós-parto, pois um número significativo de homem padece do mesmo problema, afirma um estudo americano publicado nesta terça-feira (18).



Entre os pais, a depressão alcança seu pico entre 3 e 6 meses do nascimento do bebêAproximadamente 10% dos pais no mundo sofrem de depressão pré-natal ou pós-parto. Os pais americanos sofrem mais que seus colegas, assegura o estudo publicado em um número especial do "Journal of the American Medical Association" dedicada à saúde mental.



Não menos que 14% dos pais americanos padecem de depressão antes ou depois do nascimento de seu filho, frente a 8,2% na média internacional.



Mães têm o dobro de risco de sofrer 'baby blues'Entre os pais, a depressão alcança seu pico entre os 3 e 6 meses do nascimento do bebê, quando 25,6% deles sofrem um episódio depressivo, indica o estudo realizado pelo dr. James Paulson, da Eastern Virginia Medical School.



No geral, a taxa de depressão entre os homens em um ano é de 4,8%.



O estudo analisa os dados de pesquisas feitas com 28 mil participantes.



As mães apresentam o dobro de risco (24%) que os pais de padecer de "baby blues". Como em seus pares, a depressão pós-natal tende a ocorrer entre os 3 e 6 meses depois do parto, período em que 42% das mulheres afirmam ficar deprimidas.



Segundo o estudo, se a mãe fica deprimida, o pai geralmente também fica.

O Passe Científico

Impulsos elétricos em zona cerebral podem curar depressão

Técnica traz esperança para quem não obteve melhora com medicamentos.

Terapia é mais leve e tem menos efeitos colaterais que eletrochoques.



France Presse

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Impulsos elétricos diários durante um certo período, dirigido a uma zona particular do cérebro, podem curar pessoas que sofrem de depressão, inclusive as que tenham testado sem sucesso vários antidepressivos, confirmou um estudo clínico publicado nesta semana.



saiba mais



'Cães terapeutas' ajudam a tratar depressão e Alzheimer Cientistas descobrem conexão biológica entre estresse, ansiedade e depressão A FDA, a agência americana de controle de medicamentos, permitiu a comercialização desse tratatamento denominado "estimulação magnética transcranial" o TMS (sigla em inglês), em 2008, com base em dados proporcionados pela firma que o desenvolveu.



Apesar disso, muitos médicos mantêm-se céticos quanto à verdadeira eficácia da TMS.



"O estudo deverá ajudar a encerrar o debate sobre se a TMS funciona para tratar a depressão", observou o dr. Mark George, do Centro Médico Universitário da Carolina do Sul (sudeste), principal autor do estudo difundido na edição de maio da Archives of General Psychiatry.



"Podemos agora continuar trabalhando para melhorar a TMS e desenvolver uma nova classe de tratamentos mediante estimulação elétrica para outros problemas psiquiátricos", acrescentou.



Reativação

O tratamento tem por objetivo reativar circuitos cerebrais que regulam o humor visando à parte alta do lado esquerdo do cérebro, com uma bobina eletromagnética que emite 3.000 impulsos durante uma sessão de 37,5 minutos.



Estes cuidados podem ser administrados de forma segura no consultório de um médico, com poucos efeitos secundários, ao contrário das estimulações do cérebro mais intensas como os eletrochoques.



Os pesquisadores estudaram 190 pacientes, tratando a metade com o TMS e a outra metade com uma TMS simulada, diariamente, por 37,5 minutos durante três semanas.



Ao final desse período, 14% dos participantes que receberam o tratamento havia superado sua depressão, comparado com os 5% do outro grupo. Os pacientes em ambos os grupos informaram, no geral, efeitos colaterais como dor de cabeça e contrações oculares. Em uma segunda fase, todos os pacientes foram tratado com uma TMS. Trinta por cento saíram da depressão.

domingo, 16 de maio de 2010

Movimento Espírita vai às escolas debater aborto, drogas e suicídio

Aborto, drogas e suicídio, práticas preocupantes e índices elevados no Amapá levaram o Movimento Espírita do estado a uma ação voltada para a população jovem das escolas. O projeto Semeamar é um ciclo de palestras sobre os três temas, com enfoque baseado na Doutrina Espírita. Para o Espiritismo, as conseqüências dos crimes contra a vida e contra a saúde são físicas e espirituais.



O projeto teve início no dia 21 de abril com um seminário piloto para jovens espíritas. Coordenadores e palestrantes do Semeamar puderam avaliar e aprimorar os conteúdos a serem levados às escolas. O Colégio Amapaense será o primeiro parceiro do projeto. São 42 turmas de ensino médio, cerca de 1.600 alunos nos três turnos.



Os alunos participarão de palestras sobre “aborto” nos dias 10, 18, 25 e 31 de maio. Uma jornada diária de seis palestras – duas por turno, contemplando duas turmas por vez para que o debate se torne produtivo. Os outros dois temas serão abordados no segundo semestre. A diretora adjunta da escola, professora Cleide Dias, considera que “todas as iniciativas de valorização da vida são bem vindas”. O Semeamar foi aprovado pelos professores do C.A. durante o planejamento anual da escola.



Na coordenação da equipe de palestrantes estão profissionais das áreas médica e jurídica. Orientando a palestra sobre “aborto”, a psiquiatra Ana Lúcia Barbosa, que também atua na Associação de Médicos Espíritas no Amapá, em processo de estruturação. Na capacitação dos palestrantes sobre o tema “drogas”, o projeto tem a colaboração do presidente da Federação Espírita do Amapá, promotor Felipe Menezes. A equipe que abordará o “suicídio” conta com o médico Gladstone Gonçalves como coordenador.



As escolas interessadas em promover o ciclo de palestras Sememar, sobre “aborto”, “drogas” e “suicídio”, devem procurar a Federação Espírita do Amapá, que fica localizada na Rua Odilardo Silva, entre as avenidas Procópio Rola e Raimundo Álvares da Costa. A intenção é atender, num período de três anos, a rede de escolas de ensino médio, públicas e privadas.





Entrevistas:



Sobre o projeto – Manoel Felipe Menezes (8127-0194)



Sobre o tema “aborto” – Drª Ana Lúcia Barbosa (9111-9953)

Suicidas se encontram em ponte e se apaixonam

Eles não se conheciam e estavam prestes a dar fim à vida, mas o acaso impediu tragédia

Situação estava ruça, mas russos deram um jeitinho.

.O russo Andriej Ivanov, 26 anos, estava decidido a dar um fim na própria vida. Sua dor era imensa. Apenas um dia antes de seu casamento, sua noiva morreu em um acidente de carro.



Para se juntar a ela, Ivanov pularia da maior ponte de Ufa, cidade que fica na parte central da Rússia.



Quando chegou ao local do suicídio, o jovem encontrou uma moça, igualmente desesperada e também pronta para se matar.



Maria Petrova, 21 anos, estava grávida e havia sido expulsa de casa pelos pais que não aceitavam a situação.



A russa estava prestes a se jogar quando Ivanov a puxou pela blusa.



- Não sei o que me deu. Algo no meu coração me disse para salvá-la, mesmo sabendo que eu também queria me matar.



Ela caiu nos braços dele e ambos começaram a chorar.



- Nos abraçamos e conversamos muito. Aquela noite salvou a minha vida - e a dela também.



O casal decidiu lutar contra a dor juntos. O desespero deu lugar ao amor e os russos estão namorando. E já planejam até o casamento.



Segundo Maria, Ivanov vai ser para sempre o homem que salvou sua vida.



- No fim, todo aquele desespero teve um propósito. Valeu a pena sentir dor. Porque tudo aquilo me levou ao Andriej.