quinta-feira, 30 de setembro de 2010

As Desculpas de Moisés


Tentando Fugir da Responsabilidade
Moisés nasceu num momento crítico. O povo dele, os descendentes de Abraão escolhidos para receber grandes promessas, estava sofrendo terrivelmente. Os egípcios dominavam os hebreus com tirania, e até matavam os filhos recém-nascidos para controlar o crescimento da nação escrava. A mãe de Moisés escondeu o próprio filho e, depois, deixou que ele fosse adotado por uma princesa do Egito.

Moisés viu a injustiça e tentou defender seu povo. Ele matou um egípcio que espancava um dos hebreus, imaginando que o povo lhe daria apoio. Mas, o povo medroso não entendeu o que Moisés queria fazer, e ele tinha que fugir do Egito. Dos 40 aos 80 anos de idade, ele ficou longe do Egito, servindo como humilde pastor de ovelhas. Neste tempo, ele casou e teve filhos. Talvez ele conseguiu esquecer um pouco do sofrimento dos parentes no Egito. Até um dia, quando Deus apareceu no monte Sinai, numa moita que ardia mas não se queimava. Deus mandou que Moisés descesse para o Egito para livrar o povo da escravidão.

Moisés, com 40 anos de idade e com todo o vigor físico e o desejo ardente de ajudar os parentes, não conseguiu fazer nada. Agora, com 80 anos, vai fazer o que? Vai entrar na presença do rei do país mais poderoso do mundo e exigir a libertação de milhões de escravos? Moisés se considerava um libertador pouco provável, e começou a oferecer suas desculpas ao Senhor. Vamos examinar as cinco desculpas que ele deu, e a maneira que Deus respondeu a cada uma. O relato se econtra em Êxodo 3 e 4.
ì Quem sou eu?
"Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?" (3:11). Que convite para uma pregação positiva! Dá para ouvir alguns pastores, hoje em dia, fazendo belas pregações elogiando tal pobre sujeito que não reconhece sua força interior. "Você é alguém", diriam para Moisés. "Com pensamentos positivos, você pode realizar seus sonhos." Mas esses pastores não estão pregando a palavra do Deus que chamou Moisés. Deus não elogiou Moisés. Ele não fez algum grande discurso para mostrar que Moisés era alguém. Deus, implicitamente, concordou com Moisés. É verdade. Você não é ninguém.  Mas eu sou o Criador do universo e "Eu serei contigo"(3:12).

Muitas pessoas recusam cumprir os papéis que Deus lhes tem dado, porque se julgam incapazes. Olham para outras pessoas mais talentosas e acham desculpas por não fazer a vontade de Deus. O fato é que sempre encontraremos ao nosso redor pessoas mais inteligentes, mais fortes, mais eloqüentes e mais conhecidas. Mas, Deus nunca usou tais qualidades para medir seus servos. Ele não quer pessoas auto-confiantes, mas pessoas que confiam nele. Se você tende a fugir da responsabilidade porque não é ninguém, está olhando na direção errada. Pare de olhar no espelho para ver suas limitações, e comece a olhar para Deus Todo-Poderoso.
í O que direi?
Deus respondeu à primeira desculpa, e Moisés já ofereceu a segunda. Tudo bem, eu vou lá para falar com o povo sobre a libertação, e eles vão perguntar para mim. Vão querer saber o nome do Deus que me enviou. O que eu direi para eles? (3:13).

Os egípcios serviam muitos deuses, e os hebreus foram corrompidos pela influência deles (veja Josué 24:14). Para alguém chegar no meio deles e dizer que "Deus me mandou" seria uma mensagem vaga. Ao mesmo tempo, Deus já tinha se identificado para Moisés (3:6). Da mesma maneira que Deus usa muitas descrições de si nos outros livros da Bíblia, ele usou várias neste capítulo. Além de ser o Deus de Abraão, Isaque, Jacó e do pai de Moisés (3:6), ele se descreve como "Eu Sou o Que Eu Sou" (3:14). Esta descrição, a mesma usada por Jesus em João 8:24 e 58, é uma afirmação da eternidade de Deus. Ele é, e sempre existia. Mais ainda, Deus usou o nome traduzido na maioria das Bíblias atuais com maiúsculos: S
ENHOR. Este nome vem do tetragrama, ou nome de quatro letras (YHWH). Sem vogais, ninguém sabe a pronuncia correta deste nome (alguns sugerem Javé). Alguns séculos depois de Moisés, os judeus acrescentaram vogais e começaram pronunciar o nome como "Jeová". A tradução grega do Antigo Testamento usa a palavra "Kyrios" que é traduzida em nossas Bíblias como "Senhor".

Algumas pessoas hoje, incluindo as Testemunhas de Jeová, têm insistido que "Jeová" ou alguma forma semelhante é o único nome de Deus, e que devemos usar este nome exclusivamente. Usam passagens como Êxodo 3:15 ("este é o meu nome eternamente"). Algumas observações na Bíblia mostram claramente que Deus não estava dizendo que os servos dele usassem este nome como a única maneira de falar sobre Deus. Outras passagens usam diversos nomes ou descrições de Deus, mostrando seu poder, sua eternidade, etc. Um versículo é suficiente para provar o erro da doutrina de "um único nome" para Deus. Amós 5:27 diz: "...diz o S
ENHOR, cujo nome é Deus dos Exércitos". Se o próprio SENHOR  (YHWH) diz que seu nome é Deus (Elohim) dos Exércitos, nenhum homem tem direito de proibir o uso de descrições bíblicas de Deus. Para tirar qualquer dúvida, podemos ver o exemplo de Jesus. Ele citou, várias vezes, a tradução grega do Velho Testamento, que usa a palavra Kyrios (Senhor) no lugar de YHWH. (Por exemplo, ele cita a Septuaginta, que usa a palavra Kyrios, em Marcos 12:11). Mais uma observação nos ajudará: o nome YHWH não aplica somente a Deus Pai, como alguns falsos mestres sugerem. Mateus 3:3 fala sobre o papel de João Batista em preparar o caminho de Jesus, e cita Isaías 40:3. YHWH (Javé ou Jeová) de Isaías 40:3 é Jesus!

A resposta do Senhor a Moisés não foi dada para sugerir que haveria apenas um nome oficial de Deus. O Deus eterno e soberano queria se destacar dos falsos deuses adorados pelos egípcios e até pelos próprios hebreus.
î Eles não crerão
A terceira desculpa de Moisés mostra que ele continua preocupado com sua própria credibilidade. Eles não crerão na minha palavra, ele diz (4:1). Deus reconheceu que esta preocupação era válida, e ofereceu três sinais para confirmar a palavra de Moisés (4:2-9). O bordão se virou em serpente, a mão se tornou leprosa e a água tirada do rio se tornou em sangue. Esta é a primeira vez na Bíblia que Deus concedeu ao homem o poder para realizar milagres. O propósito dos milagres é bem explicado pelo contexto: para confirmar a palavra falada. Quando Elias e Eliseu introduziram a época de profecia do Velho Testamento, realizaram milagres. Quando Jesus e os apóstolos introduziram o evangelho, operaram vários sinais. Os milagres deles tinham o mesmo propósito: "...confirmando a palavra por meio de sinais..." (Marcos 16:20); "... a salvação, ... tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo..." (Hebreus 2:3-4). Quando Deus mandou pessoas com novas revelações, ele confirmou a palavra com sinais milagrosos.
ï Eu nunca fui eloqüente
Moisés ainda não foi convencido (4:10). Mesmo depois de ver os sinais, ele tinha dúvida! Parece que ele não conseguiu entender que o mensageiro não é ninguém. É a mensagem que importa. Sobre esta desculpa de Moisés, podemos observar: 
ì Que não tinha base em fato. Estêvão, comentando sobre os primeiros anos da vida de Moisés, disse que ele "foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras" (Atos 7:22). í Que não tinha importância. Mesmo se Moisés havia esquecido tudo que já aprendeu e não se achava eloqüente, foi o Senhor que fez a boca do homem (4:11). O mesmo Deus que concedeu dons miraculosos para Moisés, o mesmo que fez o universo, o mesmo que escolheu o povo de Israel e o mesmo que apareceu na sarça ardente fez a boca do homem. Deus controlaria a língua de Moisés para comunicar o que ele queria.

Ainda hoje, os homens tendem a supervalorizar a eloqüência. Enfatizam a homilética ao invés de ensinar como estudar e entender as Escrituras. Em muitos púlpitos, a embalagem se tornou mais importante do que o produto.

Paulo recusou valorizar a eloqüência acima do conteúdo: "Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando_vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus" (1 Coríntios 2:1-5).

Observamos a mesma coisa quando estudamos as qualificações de obreiros na igreja (presbíteros, diáconos, etc.). Deus quer homens com conhecimento que mostram obediência nas suas vidas (1 Timóteo 3:1-13; Tito 1:5-9; Atos 6:3). Os homens querem homens que têm sido formados em seminários e institutos de teologia. Vamos seguir a sabedoria de Deus ou a dos homens?
ð Envie aquele que hás de enviar, menos a mim!
Pode ser que as primeiras "desculpas" de Moisés mostraram uma preocupão válida sobre sua própria capacidade. Assim, Deus respondeu a cada objeção que ele ofereceu. Mas, agora, ele ultrapassou o limite. Moisés não tinha mais motivo para recusar, mas ainda não queria assumir a grande responsabilidade de tirar o povo do Egito. Quando Moisés pediu que Deus enviasse outro, o Senhor se irou contra ele. Ele resumiu todas as outras respostas, dizendo que tinha o bordão, que Arão iria com ele, etc. e mandou que Moisés fosse.

É natural se sentir inadequado para as responsabilidades da vida. Muitos homens não se sentem capazes de ser bons maridos e pais. Muitas mulheres não querem assumir a grande responsabilidade de ser donas de casa e mães dedicadas. Muitos cristãos têm medo de ensinar a palavra de Deus, de corrigir um irmão ou de ajudar com os problemas dos outros. Mas, nem sempre dá para fugir! Às vezes, somos as pessoas indicadas para determinados trabalhos. O pai de família tem que protegê-la. A mãe de filhos tem que cuidar deles. Os pastores de igrejas têm que alimentar e proteger as ovelhas.

E se fugirmos da responsabilidade que Deus tem nos dado? A ira do Senhor se acendeu contra Moisés. Será que ele ficará contente conosco, se recusamos fazer a vontade dele?
Conclusão: Moisés obedeceu!

Depois de todas as desculpas, Moisés fez o que Deus pediu. Ele era um servo fiel na casa do Senhor (Hebreus 3:5), e ainda é um bom exemplo para nós. Às vezes, somos tentados fugir de alguma responsabilidade. Daqui para frente, vamos procurar ser servos fiéis, fazendo tudo que Deus pede de nós. O poder não está em nós, porque realmente não somos ninguém. O poder está em Deus. Precisamos aprender o que Paulo aprendeu: "tudo posso naquele que me fortalece" (Filipenses 4:13).
Spor Dennis Allan

A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma

A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma

Leonardo Boff

Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o "silêncio obsequioso" pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o "Brasil Nunca Mais" onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.
Esta história de vida me avaliza para fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a mídia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.
Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como "famiglia" mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.
Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do pais, ao Presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.
Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.
Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma) "a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e nãocontemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que continua achando que lhe pertence (p.16)".
Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles têm pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidente de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.
Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados de onde vem Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coronéis e de "fazedores de cabeça" do povo. Quando Lula afirmou que "a opinião pública somos nós", frase tão distorcida por essa mídia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da mídia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palavra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.
O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.
Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituídas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.
O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA faz questão de não ver, protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.
O que está em jogo neste enfrentamento entre a mídia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocolonial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes.
Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da mídia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construído com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.
(*) Teólogo, filósofo, escritor e representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra.

domingo, 26 de setembro de 2010

Crianças índigo: a polêmica da evolução da humanidade

25/09/2010 - 08h00

HELOÍSA NORONHA
Colaboração para o UOL


Crianças índigo também são chamadas de geração Y, termo validado por estudiosos
PRECONCEITOSSOCIEDADE DE PEDIATRIA NÃO RECONHECE
Tudo começou em 1982, quando a parapsicóloga norte-americana Nancy Ann Tappe lançou o livro “Understanding Your Life Through Color” (Entendendo sua Vida Através da Cor). Foi a primeira publicação a mencionar o padrão de comportamento dessas novas crianças nascidas a partir dos anos 1970 e tidas, segundo a psicóloga Valdeniza Sire Savino, de São Paulo, como “pioneiras, desbravadoras, agentes de transformação que provocarão, por meio de suas atitudes, mudanças em todos os setores da sociedade”. O índigo se refere à luz azul emanada pela aura. Segundo o dicionário “Houaiss”, a aura, no sentido da parapsicologia, significa “suposta manifestação de substância etérea que irradia de todos os seres vivos, somente perceptível por pessoas de sensibilidade especial”.
Essas crianças adoram desafios, não aceitam proibições sem argumentos, fazem várias coisas simultaneamente, têm ótima autoestima, não sentem medo e adoram tecnologia, entre outras características. Segundo Tappe, os índigos vivenciam uma grande mudança por volta dos 26 ou 27 anos, quando passam a ter noção de sua missão na Terra. Começam a ter uma visão cada vez mais clara do que vieram fazer aqui, de seus objetivos, e seguem seu ideal até se tornarem mais velhos e poderem concluí-lo. Os adultos com esse perfil, em geral, cresceram com um sentimento de inadequação, sentindo-se diferentes, e com forte predisposição a se casar tarde e a demorar a se firmar na carreira.

O OUTRO LADO DA GERAÇÃO Y
1
Superficialidade e egoísmo
2
Suscetibilidade
3
Revolta e tendência a mentir
4
Fragilidade
5
Desrespeito à autoridade e à hierarquia

Roselake Leiros, coach de carreira e de relacionamentos

A coach de carreira e relacionamentos Roselake Leiros, de São Paulo, especialista também em terapia de constelações familiares, prefere se referir aos índigos como geração Y – o nome é validado por vários estudiosos. Para ela, seja qual for o nome utilizado, essas crianças têm moldado os métodos de educação, pois requerem tratamento diferenciado. “Em primeiro lugar, os pais precisam ser verdadeiros, autênticos. Quando não souberem responder algo, por exemplo, devem admitir e mostrar interesse em descobrir. Como a sensibilidade é um ponto forte da geração Y, essas crianças conseguem flagrar uma mentira”, ressalta. Como os índigos - ou Y - são bastante focados nas coisas de seu interesse, mas muito distraídos quando não interessados, é necessário sempre propor coisas interessantes, estimulantes e desafiantes.
Para Ingrid Cañete, autora do livro “Adultos Índigo” (Editora Novo Século), os pais e os professores nunca devem agir com base no controle e no autoritarismo, do tipo “eu mando, você obedece e ponto final”. “Essa atitude é a maior causa de conflitos e problemas”, acredita Ingrid, que é psicóloga em Porto Alegre (RS). “Por outro lado, os pais dos índigos não devem enaltecê-los a ponto de fazer que se sintam superiores às demais pessoas à volta, porque, apesar de serem seres mais evoluídos espiritualmente, não são perfeitos e necessitam de boa supervisão e direcionamento. Também não devem pender a balança para o lado oposto, ou seja, achar que porque o filho é índigo ele se basta”, ressalta Valdeniza.
No Brasil, é comum associar o conceito índigo ao espiritismo. Segundo ela (que é espírita), foram os espíritas que mais se interessaram pelo assunto. “Mas isso não quer dizer que esse seja um assunto religioso, pois, como a doutrina espírita tem tríplice aspecto - ciência, filosofia e religião -, resolvemos estudar, pesquisar e observar de acordo com os parâmetros que possibilitem uma análise psicológica, assim como filosófica, do que ocorre.”

Índigo não é um doente hiperativo
Segundo os defensores do conceito, é muito comum confundir o perfil de uma criança índigo com o de uma portadora de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade. Em seu livro “Mentes Inquietas” (Editora Gente), a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva dá as características de quem tem TDAH. Selecionamos dez:
Falta de atenção a detalhes; por descuido comente erros na escola.
Facilidade para perder coisas.
Dificuldade para se organizar.
Agita as mãos ou os pés sem parar.
Corre e esbarra nos objetos.
Dificuldade para brincar em silêncio.
Dificuldade para esperar sua vez.
Baixa tolerância à frustração.
Quer fazer várias coisas ao mesmo tempo.
Frequentemente fala sem parar.
Obs.: Para um diagnóstico preciso, é necessária avaliação médica.

Características principais das crianças índigo
Também chamadas de “rompedores de sistemas”, elas viriam ao mundo com a missão de promover a aceleração do processo de evolução humana e planetária.
Determinação a pôr em xeque o status quo, os valores estabelecidos e todo um sistema adoecido e caótico que se instalou na sociedade atual.
Alta sensibilidade.
Questionadoras, não aceitam um “não, porque não” sem argumentos verdadeiros como resposta.
Têm um olhar profundo e magnético.
Têm liderança carismática.
São guiadas por um grande senso de justiça.
Sua presença incomoda, pois é como se estivéssemos na presença de um espelho que reflete de forma potencializada todo o nosso interior, com aspectos de luz e sombra.
Não têm problemas de autoestima.
Não têm vergonha ou problema em expressar suas necessidades.
Acreditam plenamente em si mesmas.
Não são massa de manobra, não se deixam conduzir, não são manipuláveis.
Não são adeptas de práticas que agridam a natureza.
Detestam preconceito.
Na adolescência, não são adeptos das baladas nem gostam de “ficar”; preferem namorar.
Muitos deles não aceitam comer carne de qualquer animal, preferem escolher legumes, verduras etc.
Acreditam em Deus, e a continuação da vida após a morte não é novidade para eles.
Fontes: Ingrid Cañete e Valdeniza Sire Salvino

Como são os bebês índigo
Têm olhos grandes e olhar profundo;
Penetram em nossa alma e não sorriem de imediato, fitam-nos por um longo tempo, nos magnetizam;
Sua energia é de paz, de serenidade;
Transmitem conforto, paz e muito amor de um modo que nos sentimos bem perto deles e não queremos nos afastar;
Desde cedo, mostram-se muito sensíveis às emoções dos pais
Demonstram uma capacidade impressionante de recuperação em caso de doenças, inclusive estranhas e graves, o que chega a impressionar os médicos;
São extremamente carinhosos e meigos;
Muitos têm dentes bem cedo;
Alguns chegam a falar com três ou quatro meses algumas palavras, mesmo que depois não falem mais e só voltem a falar com 3 ou 4;
Chamam a atenção pela vivacidade que apresentam desde cedo.
Fontes: Ingrid Cañete e Valdeniza Sire Salvino
A evolução cristal
Segundo os estudiosos do tema, essas crianças são um subgrupo dentro do grande grupo evolutivo chamado índigos ou Y. “São aquelas que possuem espiritualidade ainda maior que os índigos. Sempre que se faz necessário mudar, estão à frente aqueles que vão abrir caminhos para que isso aconteça. É o caso dos índigos: abrir caminhos para os cristais”, destaca a psicóloga Valdeniza Sire Salvino.
As crianças cristais possuem muitas das características dos índigos e outras bem específicas, tais como: hipersensibilidade, telepatia acentuada, e uma energia ainda mais sutil. De acordo com os estudiosos, elas teriam o poder de transformar um ambiente apenas com sua presença e com sua aura amorosa e generosa. Atrairiam as pessoas e as crianças, inclusive, como se fossem um imã, pois todos querem estar perto delas. As cristais seriam realmente “transparentes e falariam a linguagem da alma”, por isso a dificuldade de dizer não a elas ou mesmo ficar bravo. Outra característica apontada é o olhar no fundo dos olhos e a seriedade iniciais, pois elas estariam lendo a energia, a alma da pessoa, o que poderia causar uma reação forte. Assim, pessoas muito estressadas, desequilibradas e/ou negativas seriam identificadas e logo rejeitadas, geralmente com choro compulsivo.
Fontes: Ingrid Cañete e Valdeniza Sire Salvino
Para saber mais
Confira uma série de livros sobre o assunto:
“Adultos Índigo”, de Ingrid Cañete (Editora Novo Século)
“Crianças Índigo – Crianças Muito Especiais Estão Chegando”, de Lee Carroll e Jan Tober (Butterfly Editora)
"Crianças Índigo – Uma Geração de Ponte com Outras Dimensões... No Planeta Índigo da Nova Era, de Tereza Guerra (Editora Madras)
“Crianças Índigo – Uma Nova Consciência Planetária”, de Sylvie Simone (Editora Madras)
"Crianças Índigo – Uma Visão Espiritualista”, de Rosana Beni (Editora Novo Século)
“Educando Crianças Índigo – Uma Nova Pedagogia para as Crianças da Nova Era!”, de Egidio Vecchio (Butterfly Editora)
“Poder Índigo e Evolução Cristal – Autoconsciência Índigo para Jovens e Adultos”, de Tereza Guerra (Editora Madras)


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Depressão - problema espiritual, físico ou psicológico?

Dr. Marcelo Caixeta, médico espírita, especializado em psiquiatria pela Universidade de Paris e pesquisador da Universidade Federal de Goiás, tem larga experiência no tratamento dos distúrbios mentais e psicológicos de origem física e espiritual.
Em entrevista exclusiva ele aborda o tema da depressão, cuja ocorrência vem crescendo assustadoramente nos últimos anos.

Doutor Marcelo, o que é, afinal, a depressão?

Depressão é uma alteração cerebral, seja ela química ou anatômica, que produz alguns sintomas como tristeza, falta de ânimo e prazer, angústia, ataques de ansiedade, taquicardia, falta de ar, medo de sair de casa, de lugares abertos, de andar de carro, ônibus, de aglomerações, falta de sono, falta ou excesso de apetite, sentimento de que "tudo está ruim, todo lugar está ruim, nada é bom para se fazer". Em casos mais graves, o paciente pode sentir-se culpado por qualquer coisa, pode ter idéias negras de que vai morrer, de que ele ou algum parente próximo estão com alguma doença grave, passa a ter medo de tudo isto. Em casos mais dramáticos pode tentar inclusive o suicídio (85% das pessoas que se suicidam atravessam um período depressivo).

É uma doença muito comum, pois estatísticas da Organização Mundial da Saúde apontam que 5% das pessoas tiveram, têm ou terão algum episódio depressivo.

A tristeza que o depressivo sente é a mesma que nós sentimos?

Não. É muito mais profunda, uma tristeza angustiosa, geralmente sem motivo ou de motivo fútil, não melhora com o passar do tempo ou com atividades agradáveis, nem com repouso, nem com atividade religiosa, pois é uma doença primariamente física. É claro que a atividade religiosa, como no caso de outras doenças físicas, câncer, por exemplo, pode ter um grande efeito benéfico sobre a saúde espiritual e psicológica da pessoa, no entanto, não devemos, por exemplo, esperar que uma oração "cure" uma depressão, assim como não podemos esperar que "cure" um câncer (para isto Deus nos legou o bálsamo dos recursos médicos).

A depressão, portanto, não tem causa espiritual, como muitos dizem?

Há basicamente três tipos de depressão: uma causada por problemas cerebrais ou corporais, com por exemplo, um tumor cerebral ou um mal-funcionamento da glândula tireóide; outra causada por fatores genéticos, sem nenhuma motivação psicológica; e, finalmente, a dos indivíduos que não cuidam adequadamente da higiene mental e espiritual, esgotando assim algumas substâncias químicas do cérebro.

Nos dois primeiros tipos, os fatores orgânicos são os principais, mas neste terceiro tipo, se o indivíduo tiver uma boa formação moral, religiosa, espiritual, caritativa, se tiver uma vida sem grandes ambições, sem grandes estresses, ele pode nunca a chegar a desenvolver uma depressão. Portanto, para esta depressão do terceiro tipo, as atividades religiosas, de auxílio ao próximo, de simplicidade de vida e de propósitos, podem ser um grande fator preventivo.

Agora é também preciso que se diga que, mesmo as doenças que hoje são físicas, corporalizadas, têm causas profundas em nosso passado: quando não são causadas por nosso próprio remorso, são engendradas pelas nossas faltas que repercutem no perispírito ou são fruto do planejamento dos Engenheiros do Espaço que manipulam nossa carga genética e nosso organismo para que tenhamos as provas que sejam necessárias ao nosso próprio beneficio perante a Evolução.

O que fazer diante de um deprimido?

Primeiro, devemos acolhê-lo com a caridade, a compreensão, a paciência e a solicitude que Jesus nos ensinou tenhamos para com qualquer criatura. Não sobrecarregá-lo mais ainda, dizendo-lhe "que pode sair desta", que "deve freqüentar um centro", que "deve estar obsedado", mandá-lo para desenvolver mediunidade etc. Geralmente estes conselhos pioram o estado do deprimido, pois ele sabe que deveria realmente acatá-los, mas não tem forças físicas para isso.

É, portanto, necessário que, respeitemos sua doença, pois como diz André Luiz, a biologia tem suas leis. O auxílio médico é, portanto, indispensável (este se faz, na maioria dos casos através de medicação, de tratamento de uma doença de base que possa estar causando a depressão, como por exemplo, uma doença da tireóide, através de estimulação eletromagnético cerebral para os casos mais graves e através do constante apoio psicológico ao doente, que é um dos mais carentes no âmbito medico).

A obsessão espiritual tem algum papel na depressão?

Assim como uma obsessão espiritual dificilmente causaria um tumor, um câncer, também dificilmente causaria de modo direto uma depressão (tipos 1 e 2). A obsessão espiritual, na grande maioria das vezes atua indiretamente sobre nossos órgãos, sempre através de um comportamento desregrado aos quais os espíritos podem nos induzir, estimular, compartilhar.

Por exemplo, um paciente que tenha um temperamento ansioso, obcecado, ambicioso, pode ficar muito bem se tiver uma vida regrada.

No entanto, sob influência e indução espiritual pode passar a beber, fumar, ter uma vida de ambição, de estresse, de poder, de ganhar muito dinheiro, de desregramentos instintivos. Estes fatores irão então atuar num temperamento já predisposto, podendo assim levar a uma depressão do tipo 3.

 

   
Fonte : Revista Espírita Allan Kardec
A Depressão na visão Espírita
Dr. Wilson Ayub Lopes
 
 
A depressão pode ser conceituada como uma alteração do estado de humor, uma tristeza intensa, um abatimento profundo, com desinteresse pelas coisas. Tudo perde a graça, o mundo fica cinza, viver torna-se tarefa difícil, pesada, com idéias fixas e pessimistas.
 
Poderíamos considerá-la como uma emoção estragada. As emoções naturais devem ser passageiras, circularem normalmente, sem desequilibrar o ser. A tristeza por exemplo, é uma emoção natural, que nos leva a entrar em contato conosco, à introspecção e à reflexão sobre nossas atitudes. Agora, uma vez estagnada, prolongada, acompanhada de sentimento de culpa, nos leva a depressão.
 
Podemos dividir a "depressão" em três formas, de acordo com o fator causal:  
Depressão Reativa ou Neurose Depressiva: - esta depende de um fator externo desencadeante, geralmente perdas ou frustrações, tais como separação, perda de um ente querido, etc.
 
Depressão Secundária a Doenças Orgânicas: acidente vascular cerebral ("Derrame"), tumor cerebral, doenças da tireóide, etc.
 
Depressão Endógena: por deficiência de neurotransmissoresExs.: depressão do velho, depressão familiar e psicose maníaco-depressiva.
Estima-se que a depressão incida em cerca de 14% da população, ou seja, temos no Brasil cerca de 21 milhões de deprimidos.
 
Ela afeta todo o ser, acarretando uma série de desequilíbrios orgânicos, sobretudo, comprometendo a qualidade de vida, tornando a criatura infeliz e com queda do seu rendimento pessoal.
 
André Luiz cita nas suas obras que os estados da mente são projetados sobre o corpo através dos bióforos que são unidades de força psicossomáticas, que se localizam nas mitocôndrias. A mente transmite seus estados felizes ou infelizes a todas as células do nosso organismo, através dos bióforos. Ela funciona ora como um sol irradiando calor e luz, equilibrando e harmonizando todas as células do nosso organismo, e ora como tempestades, gerando raios e faíscas destruidoras que desequilibram o ser.
 
Segundo Emmanuel, a depressão interfere na mitose (divisão) celular, contribuindo para o aparecimento do câncer e de outras doenças imunológicas, sobretudo a deficiência imunitária facilitando às infecções.
 
Na depressão existe uma perda de energia vital no organismo, num processo de desvitalização.
 
O indivíduo perde energia por dois mecanismos principais:  
1º) Perde sintonia com a Fonte Divina de Energia Vital: o indivíduo não se armando como deve, com sentimento de auto-estima em baixa, afasta de si mesmo, da sua natureza divina, elo de ligação com a fonte inesgotável do Amor Divino. Além do mais, o indivíduo ao se fechar em seus problemas e suas mágoas, cria um ambiente vibracional negativo, que dificulta o acesso da espiritualidade Maior em seu benefício.
 
2º) Gasto Energético Improdutivo: o indivíduo ao invés de utilizar o seu potencial energético para desenvolver potencialidades evolutivas, vivendo intensamente as experiências e os desafios que a vida lhe apresenta, desperdiça energia nos sentimentos de auto-compaixão, tristeza e lamentações. Sofre e não evolui.
 
CAUSAS PRINCIPAIS
 
A depressão está freqüentemente associada a dois sentimentos básicos: a tristeza e culpa degenerada em remorso.
 
Quando por algum motivo infringimos a lei natural, ao tomarmos consciência do erro cometido, temos dois caminhos a seguir:
1 - Erro>Consciência>Arrependimento>Tristeza>Reparação
2 - Erro>Consciência>Culpa-remorso (idéia fixa)>Depressão
O primeiro caminho é meio natural de nosso aperfeiçoamento. Uma vez tomando consciência de nossas imperfeições e erros cometidos, empreendemos o processo de regeneração através de lições reparadoras.
 
De outra maneira, se ao invés nos motivarmos a nos recuperarmos, nós nos abatermos, com sentimento de desvalia, de auto-punição, e permanecermos atrelados ao passado de erros, com idéias fixas e auto-obsessivas, nós estaremos caminhando para o estado de depressão, que é improdutivo no sentido de nossa evolução.
 
Outra condição que nos leva à depressão é citada pelo espírito de François de Geneve no Evangelho Segundo o Espiritismocap. V item 5 (A Melancolia), onde relata que uma das causas da tristeza que se apodera de nossos corações fazendo com que achemos a vida amarga é quando o Espírito aspira a liberdade e a felicidade da vida espiritual, mas, vendo-se preso ao corpo, se frustra, cai no desencorajamento e transmite para o corpo apatia e abatimento, se sentindo infeliz. Para François Geneve então, a causa inicial é esta ânsia frustrada de felicidade, liberdade almejada pelo espírito encarnado, acrescido das atribulações da vida com suas dificuldades de relacionamento interpessoal, intensificada pelas influências negativas de espíritos encarnados e desencarnados.
 
Outro fator que está determinando esta incidência alarmante de depressão nos nossos dias é o isolamento, a insegurança e o medo que estão acometendo as pessoas na sociedade contemporânea.
 
Absorvido pelos valores imperantes como o consumismo, a busca do prazer imediato, a competitividade, a necessidade de não perder, de ser o melhor, de não falhar, o homem está de afastando de si e de sua natureza. Adota então uma máscara(persona), que utiliza para representar um "papel" na sociedade. E, nesta vivência neurotizante, ele deixa de desenvolver sua potencialidades, não se abre, nem expõe suas emoções, pois estas demonstram que de fato ele é. Enclausurado, fechado nesta carapaça de orgulho e egoísmo, ele se isola e se sente sozinho. Solidão, não no sentido de estar só, mas de se sentir só. Mais do que se sentir só é a insatisfação da pessoa com a vida e consigo mesma.
 
O indivíduo nessa situação precisa se cercar de pessoas e de coisas para ficar bem, pois, desconhece que ele se basta pelo potencial divino que tem.
 
A solidão é conseqüência de sua insegurança, de sua imaturidade psicológica. Nos primeiros anos de vida, a criança enquanto frágil e insegura, é natural que tenha necessidade de que as pessoas vivam em função delas, dando-lhes atenção e proteção. É a fase do egocentrismo, predominantemente receptiva. Com o seu amadurecimento, começa a criar uma boa imagem de si, tornando-se mais seguro, e a partir de então, passa a se doar, a se envolver e a participar mais do a mundo. O que acontece é que certas pessoas, por algum motivo, têm dificuldades neste processo de amadurecimento afetivo, mantendo-se essencialmente receptivas e não participativas, exigindo carinho, respeito e atenção, sem se preocuparem da mesma forma com os outros. Fazem-se de vítimas, pobre coitados, sem as responsabilizarem por si.
 
Conseguem o seu equilíbrio às custas das conquistas exteriores. A primeira frustração que se deparam, não toleram, pois expõe suas fraquezas e isto motiva um quadro de depressão.
 
Em alguns idiomas, doença e vazio têm a mesma tradução. A doença seria decorrente de um vazio de sentimentos que gera depressão e adoece o ser.
 
Um indivíduo quando perde a capacidade de se amar, quando a auto-estima está debilitada, passa a ter dificuldade de amar o semelhante, pois o sentimento de amor, de generosidade para com o próximo, é um sentir de dentro para fora. Este sentimento de amor ao próximo, nada mais é do que uma extensão do nosso amor, da nossa sintonia com o Deus interior que nós temos em nós. A pessoa que tem dificuldade nesta composição de amar a si e, por conseqüência, amar o próximo, deixa de receber o amor e a simpatia do outro, e não consegue entra em sintonia com a fonte sublime inesgotável do Amor Divino. Nós limitamos aquilo que recebemos de Deus, na medida do quanto doamos ao próximo. Quem ama muito, muito recebe. Quem pouco ama, pouco recebe. Esse afastamento de si, e por conseguinte de Deus, gera a tristeza, o vazio, a depressão e a doença.
 
TRATAMENTO
 
A depressão é um sintoma que nos diz que não estamos nos amando como deveríamos.
 
O caminho para sairmos dela é preencher este vazio com a recuperação da auto-estima e do amor em todos os sentidos. Primeiro, procurando nos conhecer e nos analisar, com o intuito de nos descobrirmos, sem nos julgarmos, sem nos punirmos ou nos culparmos. E depois, nos aceitarmos como somos, com todas as nossas limitações, mas sabendo que temos toda potencialidade divina dentro de nós, esperando para desabrochar como sementes de luz. Isto nada mais é do que desenvolver a fé em si e no criador, sentimento este que transforma e que nos liga diretamente a Deus.
 
Uma pessoa consciente de sua riqueza interior passa a ter segurança e fé nas suas potencialidades infinitas, começando a gostar e acreditar em si, amando-se e a partir de então, sentindo necessidade de expandir este sentimento a tudo e todos. Começa assim a se despertar para os verdadeiros valores da vida espiritual, se transformando numa pessoa feliz e sorridente, pois onde existe seriedade, há algo de errado; a seriedade está ligada ao ser doente. Sorria e seja feliz amando e servindo sempre.
 
A terapia contra a depressão se baseia no amar e no servir, se envolvendo em trabalhos úteis e no serviço do bem. Seja no trabalho profissional, no trabalho do lazer, ou no trabalho de servir ao próximo, o indivíduo se ocupa, exercita o amor, e deixa de se envolver com as lamentações, pois a infelicidade faz seu ninho no escuro dos sentimentos de cada um. Dificilmente conheceremos um deprimido, entre aqueles que trabalham a serviço do bem.
 
Para doarmos este amor, não basta somente fazermos obras de caridade, temos que nos tornarmos caridosos; antes de fazermos o bem temos que ser bons. Darmos um pão, um agasalho, mais junto colocarmos uma boa dose de afeto e carinho. Ser acima de tudo generosos, que é a caridade com afeto. As pessoas estão com fome de amor, de calor humano, um ombro amigo, um abraço, um aconchego e uma palavra de carinho.
 
Às vezes, com um simples sorriso, um bom dia, um olhar afetuoso, nós estamos doando energia e transmitindo vida.
 
O homem alcançou um enorme progresso intelectual, satisfazendo suas necessidades materiais com os avanços tecnológicos. Porém, ainda se depara com enormes dificuldades na convivência fraterna com o seu semelhante. Estamos cada vez mais próximos um dos outros através dos meios de comunicação e, no entanto, mais afastados emocionalmente. Agora, o homem está sentindo a necessidade premente de desenvolver a afetividade, de se envolver, amar e sentir o seu semelhante.
 
Temos que ressuscitar e liberar a criança que está esquecida dentro de nós. Para resgatarmos esta criança que adormece em nós, é necessário que vejamos o mundo de forma positiva e otimista. A nossa criança interior, geralmente se encontra retraída e oprimida, porque a vida nos apresenta de forma desagradável; ainda não vivemos de forma natural, espontânea e isto gera ansiedade e sofrimento. Como a criança é movida pelo prazer, ela se recolhe e não se manifesta.
 
A criança não se julga, não se pune. Ela apenas vive o hoje, o agora, integrada perfeitamente a Deus e à natureza. "Deixai vir a mim as criancinhas porque o reino dos céus é de quem vos assemelham" - com estas palavras quis Jesus dizer que teremos que ser puros, autênticos, integrados com a nossa natureza divina, sem fugas ou máscaras, para alcançarmos a nossa evolução espiritual. Ter atitudes simples, como lidar com animais, brincar com crianças, atividades criativas como a pintura, tocar um instrumento, fazer pequenas tarefas domésticas, cozinhar, manter uma conversa amena, contar um caso, ver um bom filme, escutar uma música, cantar, sorrir, ouvir com atenção, olhar com ternura, tocar as pessoas, abraçar, fazer um elogio sincero, curtir a natureza, admirar o por do sol, etc. Estas são tarefas que muito lhe ajudará a reencontrar o equilíbrio e a harmonia interior.
 
Manter sempre o bom humor. Aquele que tem no ideal de servir uma meta de vida, será sempre uma pessoa feliz. Na vida o que mais importa é o amor e o bem querer das pessoas, viver suas emoções; não se deixar afetar por coisas pequenas. Muitas vezes nos deixamos abater por problemas, que se olharmos com olhos de Espíritos Eternos em passagem pela Terra, não valorizaríamos.
 
Substituir sentimentos de auto-piedade por vibrações em favor dos que sofrem. Se olharmos com atenção e interesse ao nosso redor, veremos que existem pessoas com problemas muito piores, que o nosso a pedir socorro.
 
Procurar praticar atividades físicas regulares, como a caminhada, um esporte, um lazer. A mente parada começa a criar pensamentos negativos, que se assemelham a lixos amontoados dentro de casa. Com estas atividades, você estará desviando sua mente destes pensamentos deletérios.
 
Tornar-se empreendedor, dinâmico, criando idéias novas e construtivas em benefício do semelhante, com motivação para implementá-las, junto ao grupo ou a comunidade que pertence. Não fique estagnado esperando que a coisas aconteçam em seu favor. Aja em favor do próximo e não se surpreenda se você for o mais beneficiado.
 
Leituras edificantes, uma conversa com um amigo, um terapeuta ou um orientador espiritual, ajuda você a ver o problema por um outro ângulo.
 
A oração é um recurso indispensável no processo de recuperação. Através dela estabelecemos sintonia com a Espiritualidade Maior, facilitando o caminho para que nos inspirem e revigorem nossas energias.
 
Não nascemos para sofrer. A vontade de Deus é a nossa alegria e a nossa felicidade. Se sofrermos é por nossa causa. Os nossos problemas e nossas dificuldades devem ser interpretadas como instrumentos para nossa evolução.
 
Nunca devemos nos deprimir ou nos revoltar contra eles. O melhor aprendizado, é aquele que tiramos de nossa própria vida.
 
Vocábulo "crise" em algumas línguas podem ter dois significados: a oportunidade ou perigo. Oportunidade de crescimento ou perigo de queda.
 
O que importa é sabermos que os problemas , que deparamos na vida só surgem quando já temos condições de solucioná-los. Como disse o Mestre Jesus: "O Pai não coloca fardos pesados em ombros fracos". Deste modo, ficamos mais fortes ao saber que temos todas as condições interiores, para enfrentar as dificuldades que a vida nos apresenta.
 
Ter consciência, que acima de tudo, tem um Deus maior a zelar por nós e que nunca nos abandona. Confiar em Jesus e seguir seu exemplo de vida: "Eu sou o Bom Pastor; tende bom ânimo; não se turbe o vosso coração; vinde a mim vós que andais afatigados, cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei".
 
 
SUICÍDIO
 
Uma das causas de suicídio é o indivíduo se achar impotente e fraco para enfrentar suas dificuldades. Ele se julga inferior, incapaz, vítima da sociedade, desprezando a força que tem. Aí os problemas passam uma dimensão muito maior, e ele se vê impossibilitado para resolvê-los.
 
Segundo esta linha de raciocínio, não existe pessoa "fraca" a ponto de não suportar um problema, que ele julga, de certa forma, demasiado para si. O que de fato ocorre é que esta criatura não teve força de mobilizar a sua vontade própria para enfrentar aquele desafio. Preferiu fugir, acreditando poder se libertar daquela situação. Só que não irá conseguir, pois a morte é apenas uma mudança de estado. A pessoa continua sendo a mesma, com os mesmos sentimentos e os mesmos problemas.
 
O mais grave é que o suicida acarreta danos ao seu perispírito. Quando voltar a reencarnar, além de enfrentar os velhos problemas ainda não solucionados, terá acrescido a necessidade de reajustar a sua lesão perispiritual.
 
Devemos ter a vontade firme de eliminar o mal invasivo da depressão, e vários caminhos podem ser percorridos: tratamento medicamentoso (às vezes necessário), trabalho espiritual incluindo a desobsessão, água fluidificada, passes magnéticos, trabalho beneficente, mudança de atitude mental, etc.
 
Após iniciado o processo de recuperação é necessário que nos tornemos vigilantes, pois é muito comum a melhora cíclica, com altos e baixos. "Vigiai e orai". É importante aproveitar os períodos de melhora para empreender trabalhos edificantes no bem, consolidando as conquistas efetuadas.
 
Uma coisa fundamental que devemos ter consciência é que ninguém e nada tem a capacidade de nos fazer infelizes se não quisermos. O centro de gravidade do nosso equilíbrio psico-emocionaltem que estar localizado dentro de nós e não nas coisas exteriores.
 
Não se deve condicionar a sua felicidade a algo que aconteça ou esperar que alguém o faça feliz. Estando com o seu centro de equilíbrio estável, se amando e se aceitando como é, você passa a viver o agora e aceitar as pessoas e as circunstâncias como elas são. Além disto, passamos a ver as qualidades do outro e não os seus defeitos, pois, geralmente vemos o outro como um reflexo do nosso estado íntimo.
 
Não aceite o convite para sofrer, que venha de outra pessoa ou de você para você mesmo. Proteja-se. Emita pensamentos bons.
 
Nada pode abalar aquele que alcançou o amor, a paz, a harmonia interior e sobretudo a Fé em Deus.
 
 
BIBLIOGRAFIA: _Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - 2ª edição - FEB - cap. V, item 25
_Franco, Divaldo Pereira - O Homem Integral - 3ª edição - Livraria Espírita Alvorada
_Xavier, Francisco Cândido - Missionários da Luz - FEB - 21ª edição
_Revista Espírita Allan Kardec - Ano X - n. 37
_Xavier, Francisco Cândido - O Consolador - FEB - 13ª edição
_Silva, Marco Aurélio (Dr) - Editora Best
 

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Civilização Hindu e o Espírito de Tolerância


(Breves considerações históricas sob o enfoque espírita)

Há mais de 4.000 anos, começou a surgir uma civilização que marcaria profundamente o desenvolvimento espiritual da nossa humanidade. Entre os vales do Indus e do Ganges, arqueólogos modernos desenterraram cidades, que de tão velhas,estavam esquecidas da história. Revelaram impressionantes remanescentes de uma vida social organizada e fragmentos de uma das mais antigas escritas já encontradas, infelizmente indecifrada.
Entre as ruínas, provas de contato comercial com povos distantes, que também começavam a dar os primeiros passos rumo a civilização, permanece o mistério de quem exatamente eram e do que lhes aconteceu - desapareceram silenciosamente, por volta do 2º milênio antes de nossa era. Substituídos por outros povos, possivelmente em migrações sucessivas, que aos poucos introduziram uma nova lingua e nova estrutura social.
Não se sabe o quanto de sua visão do mundo passou para seus sucessores, mas há indícios nos fragmentos encontrados e em textos posteriores, de que ali nasceram muitas das antigas tradições. Assim aos deuses trazidos nas migrações, se juntou um substrato filosófico que fermentaria novas concepções: Os hinos sagrados dos Vedas, os comentários filosóficos das Upanishads, as concepções religiosas registradas nos épicos (Ramayana e Mahabharata) e a obra prima, o "Baghavad Gita" - a sublime canção do senhor Krisnha (inserida no texto do Mahabharata).
Por volta de 500 a.c., surge Sidharta Gautama, o Iluminado (Buda), que, ensinando um novo caminho para a libertação do sofrimento, abandona as fórmulas dos Vedas e a estrutura de castas - que tinha a casta sacerdotal, os brahmans, no topo - mas sem repudiar os conceitos filosóficos básicos e a postura central destes conceitos: a tolerância. Também como alternativa de libertação espiritual surgem os Jainas, que com um respeito profundo a toda manifestação da vida, se recusam a matar até mesmo os insetos.
Do quinto século antes de Cristo até o sexto século de nossa era, diversas filosofias se misturam pacificamente no subcontinente indiano e se espalham pelo Oriente distante. Da renovação filosófica da classe sacerdotal (principalmente na filosofia Vedanta), surge o hinduismo na forma em que o entendemos hoje. Brahmans, Jainas e Budistas se espalham pelas trilhas e mares - Sul da Índia, China, Sri Lanka, Camboja e além. Persas e gregos chegam as margens desse mundo distante e voltam para o Ocidente com notícias espantosas sobre os conhecimentos dos sábios exóticos (conta-se que um Jaina - da corrente mais radical, que não aceita nem mesmo usar roupas para não esmagar acidentalmente algum inseto oculto - retornou com a expedição de Alexandre e causou profunda impressão nos pensadores helênicos).
Por trás de alguns mitos ocidentais posteriores - Pitágoras aprendendo reencarnação da India; Jesus peregrinando entre Brahmans e Budistas antes dos 30 anos; etc ... - está o reconhecimento do avanço na compreensão espiritual para lá do Sindhu ("rio" em sânscrito, em particular o "Indus", o rio por excelência).
Com o sétimo século de nossa era, se inicia um novo período para a Índia. O Islã começa a avançar sobre o subcontinente e aos poucos torna-se a força dominante (séc. XIII). Nos séculos posteriores, mongóis e europeus também constroem impérios por lá.
A civilização hindu, outrora tão admirada, torna-se vitima da dominação estrangeira. Não mais espíritos curiosos como os filósofos gregos que acompanharam Alexandre o Grande, mas seguidores de religiões exclusivistas, orgulhosos de sua superioridade e dispostos a converter os demais a qualquer preço, ou melhor, se possível espoliando-os ao máximo de seus tesouros. É assim que os hindus aprendem o que é a intolerância religiosa, sentindo-a na própria pele.
Como parênteses, fica a observação de que os hindus, nesses contatos forçados, não tiveram a oportunidade de conhecer verdadeiros seguidores de Jesus de Nazaré, trazendo a Boa Nova do reino de Deus, nem mesmo do Islã culto dos filósofos de Bagdá e da Andalusia, que podiam compreender em profundidade os ensinamentos do Profeta Maomé. Tiveram contato com representantes de exércitos invasores, que fanaticamente refletiam em suas crenças os seus interesses de dominação.
O resto é história recente, que teve momentos dignos de um povo milenar quando Gandhi, munido apenas da não-violência (Ahimsa), libertou milhões do jugo colonial. Desde Ashoka, um dos grandes reis da Índia (por volta de 300 a.c.) , que governou um próspero e grande reino baseado no Dhamma (de muitas traduções possíveis, entre elas: dever, piedade, boa-conduta e decência), nunca tão grande espírito (Mahatma) tinha orientado os rumos políticos da nação.
Naturalmente um milênio de invasões e de submissão forçada a outras culturas, criou cicatrizes que se refletiram na tumultuada divisão (pós-independência) em um pais muçulmano e outro hindu. Apesar de todo esforço de Ghandi, e da tradição milenar de tolerância, hoje a Índia compartilha, com o Ocidente e com o mundo Islâmico, a existência de pequenos grupos fundamentalistas e os violentos conflitos decorrentes. Também a miséria e a ineficácia em levar os serviços sociais básicos a uma população numerosa, resultam nos mesmos problemas de outros paises do 3º Mundo, incluindo-se entre eles a criminalidade.
Mas enfim, abstraindo-se os problemas recentes, onde no substrato filosófico desta civilização se encontra a razão para a tolerância que a caracterizou ? De onde seus grandes pensadores tiraram o conceito de que não deveriam hostilizar-se mutuamente ? De quais dos ideais Védicos surge essa postura perante o mundo ?
Diria que de dois pontos principais: Da ênfase na vivência - para um hindu, a filosofia só faz sentido se refletida no comportamento de quem a adota - e da compreensão de que a realidade última está muito além das nossas possibilidades de descrição. De que é impossível descrever a Brahman (a Causa Primária de todas as coisas) e compreendê-lo com nossa mente finita e, assim, todas as descrições são aproximações. Desta última posição, da que está além da nossa capacidade de raciocínio descrever o infinito, de que nossa percepção se perde nos efeitos e não consegue perceber a causa (escondida pela Maya - a ilusão dos sentidos poeticamente representada pela magia de uma deusa), resulta principalmente a conseqüência de que todas as descrições são válidas - apenas aproximações da verdade.
A investigação da realidade, realidade da qual participa o espírito de cada um, levou a uma busca interior - desenvolvida nas escolas de meditação - que permitiu uma compreensão bastante precoce da psicologia humana. Conhecendo a psicologia, não fazia sentido forçar condutas exteriores. Também da investigação da realidade surgiu a convicção de um ordenamento moral do universo, tal qual o ordenamento promovido pelas leis físicas - ordenamento refletido na lei de ação e reação (Karma) e no dever de cada um em cumprir o melhor possivel o seu papel na vida (Dahrma). Ora, o Karma é intrinsecamente resultado da ação de cada um e portanto jamais passaria pela cabeça de um filósofo Hindu a idéia de queimar alguém para lhe salvar a alma.
Finalmente, essa realidade última - a Causa Primária de todas as coisas - onisciente e infinitamente além das nossas limitações, de modo algum pode ser atingida pela nossa ignorância. Infinito amor não tem como se ofender porque alguém crê que é desta ou daquela forma, que se chega a ele por tal ou qual caminho. Os que lhe conhecem - através da busca interior - não só não o conseguem descrever exatamente - por estar além das nossas palavras - como não precisam se preocupar em defende-lo, pois não há como feri-lo ou ofendê-lo.
"Sejam quais forem os deuses a que seu coração sirva,
sempre sou eu o escopo da fé que o anima".
cap 7, verso 21 - Bhagavad Gita
Trad. Huberto Rohden, ed. Martin Claret
Diante da civilização hindu e do seu espírito de tolerância, brevemente apresentados acima, não é possível para o pensador espírita deixar de refletir na influência de uma filosofia sobre a vida de um povo. Mais que isso, de uma filosofia espiritualista, reencarnacionista e cônscia de um ordenamento moral do Universo. Apesar das turbulências enfrentadas nos últimos séculos e de seus problemas - por exemplo, a dificuldade na compreensão de suas diversas correntes de pensamento, com seu complexo linguajar técnico e sua simbologia, se reflete na adoração pelas camadas populares de uma infinidade de deuses - é uma civilização que merece toda atenção.
Só finalizando este pequeno estudo, e para mostrar que a posição de tolerância da filosofia hindu nenhuma estranheza deve causar ao espírita, transcrevemos abaixo o trecho final da mensagem "Fora da Caridade não há Salvação", do espírito Paulo (Paris, 1860), que consta do "Evangelho Segundo o Espiritismo" (os grifos são nossos):
"Meus amigos, agradecei a Deus, que vos permitiu gozar a luz do Espiritismo. Não porque somente os que a possuem possam salvar-se, mas porque, ajudando-vos a compreender os ensinamentos do Cristo, ela vos torna melhores cristãos. Fazei, pois, que, quando vos vejam, se possa dizer que o verdadeiro espírita e o verdadeiro cristão são uma e a mesma coisa, porque todos os que praticam a caridade são discípulos de Jesus, qualquer que seja o culto a que pertençam.".

Bibliografia

  • As Upanishads, Carlos Alberto Tinôco, IBRASA.
  • Bhagavad Gita, trad. Huberto Rohden, Ed. Martin Claret.
  • Breve História do Budismo, Nan Huai-Chin, Ed. Gryphus.
  • Filosofias da Índia, Heinrich Zimmer, Editora Palas Atenas.
  • Índia: A History, John Keay, Harper Collins Publishers.
  • La Filosofia de los Hindues, Helmut von Glasenapp, Barral Editores.
  • O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, trad. J. Herculano Pires, EDICEL.
  • Pérolas no Fio, Yogashririshinam, médium Elzio Ferreira de Souza, Círculo Espírita da Oração.
(Boletim GEAE Número 398 de 22 de agosto de 2000)

Os corpos espirituais

Élzio Souza

Comecemos com uma análise sobre o pensamento de Allan Kardec. Ele estabeleceu uma concepção tríplice acerca do homem, que seria formado pelo espírito, pelo perispírito e pelo corpo físico. Erroneamente, muitos proclamaram esta concepção como genuinamente espírita, enquanto que o codificador, reconhecendo sua anterioridade, fazia questão de lembrar a existência de antecedentes históricos que a confirmavam como um elemento presente nas mais variadas culturas. Ao seu ver, este fato constituía uma prova da universalidade do espiritismo. Kardec não se limitou aos antecedentes oriundos das culturas orientais, mas trouxe a doutrina de Paulo de Tarso, que registrava a concepção tríplice e foi explorada por Watchman Nee, pensador protestante.

Para Paulo, o conceito de alma não é de espírito encarnado, como consta em O Livro dos Espíritos, ou de princípio inteligente, como propôs Kardec, mas corresponde ao de perispírito, intermediário entre o espírito e o corpo físico. É interessante destacar que o codificador não reinvindicava prioridades para o Espiritismo. Ao estudar comparativamente as filosofias religiosas, procurava demonstrar que a verdade nele contida estava no fundo dos tempos. Durante a revelação espírita, foram recebidas várias mensagens e realizados experimentos que indicavam uma pluralidade de corpos espirituais, correspondendo aos vários “sharitras” ou “koshas” (corpos) das doutrinas hinduístas. O dr. Antônio J. Freire registra uma comunicação mediúnica obtida pelo coronel Albert de Rochas e ditada pelo espírito Vincent. Apresentando-se como um espírito extraterrestre, dizia que “o perispírito é constituído por uma série de invólucros mais ou menos eterizados, dos quais os habitantes do mundo astral vão se desfazendo sucessivamente, à medida que se elevam na escala de evolução, não sendo embutidos uns sobre os outros, como os tubos de um telescópio, mas se interpenetrando em todas as suas partes”. As investigações dos grandes magnetizadores levaram à admissão dessa pluralidade de corpos espirituais. 

Os corpos sutis na obra de Kardec 

Ao definir o perispírito em O Livro dos Espíritos, Kardec o descreveu como sendo um laço que liga o espírito ao corpo físico. Afirmou ser este constituído de eletricidade, de fluido magnético animalizado, de fluido nervoso, de matéria inerte, semimaterial, “matéria elétrica ou de outra tão sutil quanto esta”. É evidente que tais palavras não são sinônimas e que Kardec procurava abarcar mais amplamente a natureza do perispírito, dando a entender a existência de uma constituição plúrima, como se pode deduzir da assertiva de se tratar de um fluido nervoso. Se o perispírito também se constitui de fluido nervoso, o espírito o conduziria, quando desencarnado, para o mundo espiritual? É evidente que não, pois o espírito terá que se desvencilhar dele ao abandonar o corpo. Se o perispírito é formado também por matéria inerte, é justo pensar que esta não acompanharia o corpo físico. Segundo o espírito Erasto, o fluido vital é um apanágio exclusivo do encarnado. O espírito impele e dirige o fluido vital fornecido pelo médium no fenômeno mediúnico. Se Kardec considerou essa terminologia, então, deve se entender que, de alguma forma, ele reconhecia um compósito na natureza do perispírito enquanto encarnado ao afirmar, no item 77 de O Livro dos Médiuns, que ele é formado por fluido vital, o elemento que é apanágio do homem. Sendo este elemento que animaliza a matéria, desfazendo-se após a morte do corpo, constituinte do perispírito e transmissível em parte entre os indivíduos, devemos identificá-lo como a substância que, exteriorizada, chamamos de ectoplasma.

O Fluido Vital

Portanto, Erasto não estava se referindo ao fluido vital no sentido empregado algumas vezes por André Luiz, ou seja, como fluido de espíritos desencarnados, pertencente ao corpo astral, de acordo com a terminologia que adota para se referir aos colaboradores mediúnicos do mundo invisível. Atentando-se para esse elemento que nasce com o homem e desaparece logo após a morte, podemos deduzir que ele constitui o duplo etérico, ao qual os grandes magnetizadores, os teosofistas e as doutrinas orientais também se referem. Na época, não se empregava o termo duplo etérico, mas quando Kardec escreveu que o perispírito é constituído de matéria sutil, nervosa e inerte, é evidente que ele estava se referindo ao perispírito como um corpo complexo, não de natureza única.

Outro indício dessa complexidade surge quando Kardec se refere à evolução do perispírito. No capítulo IV de O Evangelho Segundo o Espiritismo, o espírito São Luiz afirma que “o próprio perispírito sofre transformações sucessivas, eterizando-se cada vez mais até a depuração completa, que constitui os espíritos puros”. Segundo o codificador, “sabemos que, quanto mais eles se depuram, mais a essência do perispírito se torna etérea, de onde se segue que a influência material diminui à medida que o espírito progride, isto é, conforme o perispírito mesmo se torna menos grosseiro”. Em O Livro dos Médiuns, disse ainda que “sua natureza se eteriza à medida que ele se depura e eleva na hierarquia”. É claro que, para a compreensão dos textos, existem duas hipóteses: o perispírito tornar-se-ia mais leve, os fluidos ficariam menos grosseiros, porém, a natureza seria idêntica, não sendo necessária a referência a um corpo complexo; a eterização do perispírito é de tal ordem que ele abandona determinadas camadas, próprias de certas zonas invisíveis, quando é elevado na hierarquia espiritual, passando a viver em esferas mais altas. Neste caso, teríamos indicações de uma natureza complexa para o perispírito nas referências. As duas hipóteses de compreensão não se excluem, pois as mensagens espirituais que têm sido recolhidas e a própria vidência deixam claro que o perispírito se mostra mais diáfano e luminoso à medida que o espírito se eleva. O que se coloca como questão é se o espírito conserva um corpo espiritual da mesma natureza ao se elevar para zonas mais próximas da Terra ou se realmente há uma mudança em sua estrutura, necessária para a nova ambientação, levando à admissão de uma complexidade em sua organização. Em outras palavras, a evolução do perispírito não seria mais do que a própria modificação dos corpos espirituais. Kardec apenas ensaiava o estudo do perispírito e, portanto, não poderia conhecer tudo o que lhe dizia respeito. Os próprios espíritos não foram muito expressivos, seja porque preferiam dosar o ensino (como, aliás, sempre advertiram), porque a linguagem humana lhes assinalava óbvias restrições ou porque faltava conhecimento mais preciso do assunto para muitos dos comunicadores, decorrente da relatividade dos próprios espíritos, conforme Kardec assinalou tantas vezes. No entanto, devemos recordar que, no Ensaio Teórico da Sensação nos Espíritos, presente no item 257 de O Livro dos Espíritos, o codificador deu mostras de sua larga visão. Partindo da eterização do perispírito (“quanto mais eles se depuram, mais a essência do perispírito se torna etérea”), ele concluiu que as sensações do ambiente terreno seriam inacessíveis para espíritos muito elevados, o que só poderia ocorrer se sua natureza fosse completamente diferente.

A visão de André Luiz

Podemos agora tecer algumas considerações a respeito do problema dos corpos espirituais na obra de André Luiz, psicografada pelo médium Chico Xavier, procurando esclarecer alguns detalhes que parecem bastante importantes. A partir de seu primeiro livro, Nosso Lar, no qual relata suas primeiras experiências no plano espiritual, André Luiz faz referência a vários corpos espirituais: duplo etérico, corpo astral, corpo mental e corpo causal. Inicialmente, devemos lembrar que ele utiliza o termo perispírito em sentido estrito, para significar apenas o segundo corpo após o organismo físico, que sobreviverá a este com algumas diferenças. Ele usa os termos corpo astral, corpo espiritual e psicossoma como sinônimos. Para os outros corpos, utiliza vocábulos consagrados entre os magnetizadores e espiritualistas (duplo etérico, corpo mental e corpo causal). Ele não se refere à existência de outros corpos que correspondessem aos denominados corpos moral, intuitivo e consciencial, isto é, os Aerossomas V, VI e VII da classificação de Charles Lancelin. A divergência pode se tornar uma simples questão de palavras se encararmos o perispírito como sendo um corpo complexo, formado, por assim dizer, de “camadas”, sintetizando todos os corpos espirituais. Para o dr. Antônio J. Freire, a concepção clássica do ternário humano não implica necessariamente a homogeneidade do perispírito. As palavras pouco importam aos espíritos, competindo ao homem formular uma linguagem que elimine controvérsias.

Duplo Etérico

No primeiro volume de Doutrina e Prática do Espiritismo, Leopoldo Cirne (1870-1941) já deduzia,    das experiências de materialização, a existência de um corpo invisível no ser encarnado, distinto do perispírito, que poderia subsistir por algum tempo depois da morte física, mas que não permaneceria ligado ao espírito desencarnado. Ele o denominou como corpo etéreo, duplo astral, corpo astral, que seria responsável pela possibilidade de materialização dos espíritos. Depois, em O Homem Colaborador de Deus, publicado após sua morte, Cirne manteve seu ponto de vista sobre a existência de um corpo não-físico durante a vida.

Em Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz diferencia o perispírito (tratado por ele também como corpo astral, corpo espiritual e psicossoma) do duplo etérico, cuja natureza ele esclarece ser “um conjunto de eflúvios vitais que asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, (...) formado por emanações neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem maior afastamento da organização terrestre, destinando-se à desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento carnal por ocasião da morte renovadora”.

O duplo etérico não é mais do que o corpo vital, também denominado de corpo ódico e corpo ectoplásmico, exatamente o que cede o ectoplasma para a produção de efeitos físicos. Nas ocorrências de materialização, por exemplo, ele pode se desdobrar a partir do corpo físico, permitindo ao espírito comunicante uma sobreposição, quando a manifestação acontece com apropriação por parte daquele, ou apenas ceder o ectoplasma disforme, que possibilita ao espírito construir um corpo. No primeiro caso, o espírito materializado guarda uma certa semelhança com o médium, proporcionando aos críticos apressados a alegação de fraude. No entanto, sua função em relação à mediunidade não se limita a esses fenômenos, dizendo respeito a toda espécie de fenômeno mediúnico.

Tendo perdido o duplo etérico ou corpo vital, constituído dos fluidos vitais aos quais Kardec se referia, ao se desligar do corpo físico pelo desencarne, o espírito dele necessita para sua ligação com o médium, modo pelo qual se recupera parcialmente o elemento perdido, possibilitando-lhe agir sobre a matéria. Quando o médium se desdobra sem muita prática, faz com que o duplo etérico seja levado para fora do corpo físico, aparecendo ao vidente como se fosse um duplo do indivíduo, porém, com deformações. Por isso, ele não poderá ficar mais do que cinco ou dez metros longe do corpo físico, pois a ultrapassagem desse campo causaria sua morte. Por outro lado, pode surgir ao vidente como um fantasma, com cores diferentes do lado direito e esquerdo, às vezes, também com a cor azul.

Nas experiências realizadas pelo coronel Albert de Rochas com Eusápia Paladino em estado de hipnose, a médium descreveu o surgimento de um fantasma de cor azul, de cuja substância o espírito de John se servia durante as reuniões. O fato confere com as explicações fornecidas pelo espírito Katie King e constantes no relatório de Florence Marryat, que abordavam a existência de um corpo do qual se servia, mas que lhe apresentava tamanha resistência passiva que não era possível evitar os traços de semelhança com o médium durante as materializações. A vidente Prevorst denominou esse corpo de “espírito de nervos” ou “princípio de vitalidade nervosa”, cuja função seria permitir a ligação do espírito com o corpo. Uma sonâmbula do reverendo Werner também se referiu a um “fluido nervoso” que seria indispensável para que a alma entrasse em relação com o corpo. Durante suas experiências de magnetização dos sensitivos, Albert de Rochas, Hector Durville, H. Baraduc e outros verificaram que estes descreviam o desdobramento de um “fantasma ódico” que tinha uma cor alaranjada à direita e azulada à esquerda, estando ligado ao corpo físico por um cordão fluídico fixado na região esplênica.

Deformidades na exteriorização

Descrevendo o desdobramento de um médium, André Luiz nos oferece alguns dados que permitem uma comparação. “O médium, assim desligado do veículo carnal, afastou-se dois passos, deixando ver o cordão vaporoso que o prendia ao campo somático. Enquanto o equipamento fisiológico descansava imóvel, Castro, tateante e assombrado, surgia junto a nós em uma cópia estranha de si mesmo, porquanto, além de maior em sua configuração exterior, apresentava-se azulada à direita e alaranjada à esquerda”. O espírito esclarece ainda que, quando foi submetido a um médium para renovar as operações magnéticas, Castro teria recuado o duplo etérico até o corpo físico, que engoliu instintivamente certas faixas de força, e se apresentado normalmente fora da matéria densa a partir desse instante.

Essa deformidade existente na exteriorização do duplo etérico foi observada por Mircea Eliade. “Eu vi o corpo do médium, não o físico, mas o fluídico. Estava sentado, porém, tinha uma grande diminuição dos membros inferiores, as pernas se apresentavam curtas e disformes, projetando-se para um lado. Era uma parte distorcida, como se visse uma sombra na parede que, ao movimentar o corpo, tomasse a forma com distorção. A cor era esbranquiçada, como um duplo do médium”, contou. A clarividente verificou que aplicaram uma espécie de “máscara”, parecida com a utilizada em combates de esgrima, antes da tela final de proteção, algo branco que dava a impressão de ser acolchoado, tomando parte da testa até mais ou menos a boca. Ajustada essa máscara, o duplo etérico começou a tomar proporções corretas, reajustando-se todo o corpo fluídico. Porém, éde se notar que, ao invés de uma figura maior, o médium teve os membros diminuídos. Só que em outro registro, ela anotou que viu “todo o rosto do médium ondulando como uma imagem desfocada, com coloração inicialmente esbranquiçada”.

Comparando-se a descrição de André Luiz com as referidas acima, no que tange à coloração com que se apresenta o duplo etérico, notamos a divergência com relação à localização das cores azul e laranja (ou avermelhada). Em nosso grupo de trabalho, também tinha sido observada a luminosidade avermelhada à direita e azulada à esquerda, o que não só coincidia com aquelas observações, mas também com as de Shaffica Karagulla, registradas durante as pesquisas feitas sobre os pólos do ímã com a clarividente Diana. Segundo seu registro, o campo de energia da mão direita (avermelhada) e o pólo sul do ímã (com uma névoa de cor avermelhada) se repeliam, enquanto que, ao segurar o mesmo pólo com a mão esquerda (azulada), ocorria uma atração entre os dois campos. Com o pólo norte, que apresentava uma névoa azulada, aconteceu exatamente o contrário, criando um campo de atração com a mão direita e de repulsão com a esquerda. As cores dos pólos do ímã correspondem à descrição feita pelo barão Reinchenbach acerca de uma experiência realizada com a senhorita Nowstuy, em abril de 1774, na cidade de Viena, Áustria: pólo sul, amarelo-avermelhado; pólo norte, azul. Correspondem também às experiências do dr. Luys. Então haveria uma contradição com a descrição de André Luiz? É bem verdade que o próprio dr. Luys apurou também que alguns dos sensitivos percebiam o lado direito com uma coloração azul (violeta nos histéricos) e o esquerdo emitindo eflúvios vermelhos, o que coincide com o registro de André Luiz. A solução dessa aparente contradição é dada pelo próprio dr. Luys. Ele esclarece que, muitas vezes, os sensitivos invertem as colorações que atribuem aos fluídos, isto é, existem aqueles que vêem o vermelho no lado direito e o azul no esquerdo. Quando isso acontece, fazem sempre do mesmo modo, apresentando-se as cores dos pólos do íma igualmente alteradas, ou seja, invertidas.

O duplo etérico também aparece à evidência de modo distinto, como se a “pele” que o reveste fosse retirada e se pudesse enxergá-lo interiormente. Há muito tempo, tivemos a ocasião de observar, ao lado de um médium que expressava a comunicação de um espírito sofredor, um duplo formado por finos fios, com uma luminosidade semelhante a tubos de neon. Parecia uma múmia, com a particularidade de que os fios eram finíssimos. Outros médiuns também realizaram observações desse tipo. “Comecei a ver o lado direito do médium, era como se estivesse todo cheio de fios, que pareciam nervos, feitos de uma substância alva, prateada. Eu não via o médium, somente os fios”, relatou Mircea Eliade. A descrição coincide com a fornecida por Karagulla, ou seja, “para o clarividente, o corpo etérico parece uma teia luminosa de linhas finas e brilhantes”.

O perispírito

Já destacamos o fato de que André Luiz utiliza o termo perispírito em um sentido estrito, como sinônimo de corpo astral. No livro Entre a Terra e o Céu, ele o descreve como sendo formado de matéria rarefeita, “intimamente regido por sete centros de força que se conjugam nas ramificações dos
plexos e que, vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem, para o nosso uso, um veículo de células elétricas que podemos definir como sendo um campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado”. Em regiões destinadas à renovação espiritual, como a colônia Nosso Lar, o perispírito é o veículo de manifestação para as atividades do espírito.

Segundo André Luiz, o corpo espiritual é o “santuário vivo no qual a consciência imortal prossegue em manifestação incessante além do sepulcro, formação sutil urdida em recursos dinâmicos e extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, em outra faixa vibratória, face ao sistema de permuta visceralmente renovado, são distribuídas mais ou menos à feição das partículas colóides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição específica e apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta”. Ele possui uma estrutura eletromagnética e se encontra algo modificado em relação ao corpo físico, no que se refere a fenômenos genésicos e nutritivos, sob a direção da mente que o rodeia. Quando o espírito reencarna, desfaz dos elementos próprios do plano astral. André Luiz refere-se mesmo ao fenômeno da “segunda morte” ou morte do perispírito, que ocorreria em três situações distintas: quando os ignorantes e maus se pervertem adensando a mente e gravitando em torno de paixões infelizes (formas “ovóides, verdadeiros fetos ou amebas mentais”); quando se verificam as operações redutoras para renascimento na carne; quando os espíritos enobrecidos conquistam os planos mais altos. Para maiores informações sobre o assunto, consulte o livro Evolução em Dois Mundos. 

Na segunda hipótese, quando o Espírito reencarna obrigatoriamente, o processo de restrição verifica-se em pavilhões de restringimento, sendo ele transformado em sêmen espiritual, “Reduzido a um dimunto corpo ovalado, onde estão preservados os seus centros de força”, “lembrando uma pastilha”. Segundo informação de Francisco Cândido Xavier, os despojos são enterrados num cemitério (ibidem). Na terceira hipótese, o Espírito, passando a viver em região superior, não pode levar instrumento útil na inferior – “o tipo de veículo utilizável se modifica. Utiliza-se então de outro corpo – o mental.

Corpo Mental

Ao descrever suas primeiras experiências no mundo espiritual, André Luiz permite que se deduza a existência de um outro corpo ligado ao corpo astral. Quando sua mãe o visitou, estando ele em tratamento no Ministério do Auxílio, necessário foi lhe passar pelos Gabinetes Transformatórios do Ministério da Comunicação. Por outro lado, como vivesse ela em zona superior, só pode visitá-la durante o sono, e, para tanto, teve que aproveitar o ensejo do repouso após o serviço nas Câmaras de Retificação, quando se desprendeu em outro corpo (mental), amparados por espíritos amigos: “O sonho não era propriamente qual se verifica na Terra. Eu sabia perfeitamente que deixara o veículo inferior no apartamento das Câmaras de Retificação, na colônia espíritual Nosso Lar, e tinha a absoluta consciência daquela movimentação em plano diverso”. André Luiz faz uma referência expressa ao corpo mental em Evolução em dois Mundos, afirmando que o perispírito ou corpo espiritual “retrata a si o corpo mental que lhe preside a formação”, isto é, “o envoltório sutil da mente”. Esclareceu André Luiz que, na falta de terminologia adequada, ficava impossibilitado de defini-lo com maior amplitude de conceituação, além da que tem sido utilizada pelos pesquisadores.

Corpo Causal

André Luiz reporta-se ainda ao corpo causal, como sendo a “roupa imunda”, “tecida por nossas mãos, nas experiências anteriores “. Assim sendo, verificamos que o corpo causal é o ponto de registro, o banco divino, onde se encontram os nossos “débitos” e os nossos “créditos”, e que se, presentemente, é ainda roupa imunda, isto ocorre por desídia nossa, pois a tarefa reencarnatória se destina a “nos purificarmos pelo esforço da lavagem”, tarefa que, na maior parte das vezes, não empreendemos. As explicações são do espírito Lísias, visitador dos serviços de saúde: “Imagine, explica Lísias, que cada um de nós, renascemos no planeta, somos portadores de um fato sujo, para lavar no tanque da vida humana. Essa roupa é o corpo causal, tecido por nossas mãos nas experiências anteriores”.

Os hindus denominam-no Kâranakosha (corpo causal) ou Anandamaykosha (corpo de bem-aventurança) , o corpo de luz, naturalmente porque se reportam a ele devidamente depurado.

Essa pluralidade de corpos invisíveis corresponde ao que sabemos a respeito através de outra religiões e filosofias. A seqüencia de rarefação dos corpos torna-se compreensível, se atentarmos para a adversidade de planos espirituais , bem como para o fato de que as zonas espirituais devem ser formadas de distintas matérias e os corpos devem ser compatíveis com elas. A questão que se coloca é a de saber o motivo pelo qual André Luiz teria preferido utilizar o termo perispírito para designar só um desses corpos, sem dar um sentido amplo para o mesmo. Provavelmente, porque o que se designa por perispírito é exatamente o corpo astral que se revela nos lances da clarividência, e por ser
essa matéria sutil com a qual o espírito se individualiza após a perda do corpo físico nas zonas mais próximas à Terra. Qualquer que seja a preferência na utilização da terminologia, é preciso estar atento para essa particularidade na leitura de André Luiz, bem como deixar claro o significado do termo em qualquer exposição.

Correspondências

Sabemos que os fenômenos psicológicos exigem uma base física no organismo humano, isto é, eles se produzem em nosso nível de ação ancorados pelo sistema nervoso central e periférico. Do mesmo modo, existem nos vários corpos espirituais sistemas próprios equivalentes que sustentam esses fenômenos. Registrando as palavras do assistente espiritual Calderaro, André Luiz descreve: “Todo campo nervoso da criatura constitui a representação das potências perispiríticas, vagarosamente conquistadas pelo ser, através de milênios e milênios “. O sistema nervoso é o ponto de contato entre o perispírito e o corpo físico. Ele “mais não é do que a representação de importante setor do organismo perispirítico”.

É no sistema nervoso e no sistema hemático que possuimos as duas grandes âncoras do organismo perispiritual com relação ao físico. Não há de causar admiração o fato de haver, no perispírito, sistemas correspondentes aos do organismo físico, desde que, afinal, aquele é que modela este. “(...) o nosso corpo de matéria rarefeita está intimamente regido por sete centros de força, que se conjugam nas ramificações dos plexos e que, vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem para nosso uso, um veículo de “células elétricas”, que podemos definir como sendo um campo eletromegnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado”.

André Luiz descreve o perispírito como sendo formado de matéria rarefeita, intimamente regido por sete centros de força que se conjugam nas ramificações dos plexos e que vibram em sintonia A concepção tríplice do Homem (Espiritismo): Espírito – Perispírito – Corpo. Nesta visão, o perispírito representa toda a gama de corpos sutis (corpo astral e mental e causal) ensinados nas demais doutrinas espiritualistas . Para os hindus, o chacra esplênico não é considerado um dos sete principais. É um chacra secundário.

Os chacras

A palavra chakra, de origem sânscrita, quer dizer “roda” ou “pires” que, em seus movimentos vorticosos, forma uma depressão no centro; portanto, seu significado etimológico é “disco giratório”. Os chacras (como é escrito em português) do duplo etérico estão situados à sua superfície, distando de 5 a 6 milímetros da periferia do corpo físico e se apresentam como espécie de vórtices, turbilhões ou redemoinhos, verdadeiros discos giratórios etéricos em alta velocidade, com movimento contínuo e acelerado.

Chacras são pontos de conexão ou enlace pelos quais flui a energia de um corpo a outro. Os chacras são entradas e saídas de energias onde estes fluxos se chocam formando vórtices energéticos.

As energias entram tanto pelo perispírito quanto pelo duplo etérico e passam para o organismo físico.
Os chacras do duplo etérico são responsáveis pela vitalização do corpo físico. Os chacras do duplo etérico são órgãos semimateriais, responsáveis não só pela comunicação, mas, sobretudo, pela reciclagem das energias perispirituais para o corpo físico e vice-versa.

A coluna cervical (medula) é o grande canal condutor de energia. O duplo etérico é o canal por onde o Espírito, alojado no Perispírito, exerce seu controle sobre o Corpo Físico, tomando conhecimento de suas sensações.

Os desencarnados e os videntes podem julgar o grau da capacidade espiritual do indivíduo pela simples visão da transparência, do colorido e da extensão do diâmetro de cada chacra de seu corpo etérico.

Os chacras comunicam-se uns com os outros, através de condutos conhecidos como meridianos (ou nadhis), por onde flui a energia vital por eles modificada. (Nadhis – canais, espécie de veias que conduzem energias ao invés de sangue).

O tamanho dos chacras depende do desenvolvimento espiritual e das vibrações que emitimos. A quantidade de giro é proporcional, quanto mais elevada maior é a absorção de energias. Nas pessoas espiritualmente desenvolvidas, eles são amplos, brilhantes e translúcidos podendo atingir até 25 cm de raio. Nas pessoas mais materializadas, de vibrações mais baixas ou primitivas, apresentam-se opacos e com diâmetro reduzido. No primeiro caso, canalizam maior quantidade de energia vital, facilitando o desenvolvimento das faculdades psíquicas do homem. No segundo caso, absorvem menos energia espiritual, recebem praticamente somente energias vitais.

Leadbeater considera o chacra esplênico, ao invés do sexual, como um dos sete principais. Para que o médium assimile ou perceba mais o plano espiritual é necessário acelerar a velocidade do chacra correspondente a sua mediunidade. Alguns médiuns têm normalmente o chacra acelerado e mesmo em estado normal vêem e ouvem espiritos. Quanto mais baixo o chacra mais lento ele gira e tem menos “subdivisões”.

Chacras do duplo etérico e do perispírito

Existem dois tipos de chacras: os do perispírito e os do duplo etérico. Praticamente em toda a literatura que trata do assunto, nos deparamos com as seguintes terminologias: Chacras para os vórtices que se encontram no duplo etérico e Centros de Força para os vórtices que se encontram no perispírito. Os centros de força do perispírito captam as vibrações do espírito e as transferem aos chacras do duplo etérico, que as filtram e as remetem para as regiões dos plexos correspondentes na matéria física.

Os chacras do duplo etérico e os centros de força do perispírito, estão intimamente ligados uns aos outros em contato energético, atuando diretamente sobre os plexos nervosos do corpo físico. Os chacras do duplo etérico são temporários, existindo enquanto este existir. Os centros de força do perispírito são permanentes, mas, sutilizam-se conforme o perispírito.

O centro coronário do perispírito, por exemplo, é um fabuloso órgão sem analogia entre nós, sede das mais avançadas decisões do Espírito Imortal, ao passo que o mesmo chacra coronário do duplo etérico é tão-somente um elo de conexão, uma ponte viva sensibilíssima, mas sem autonomia, unindo
o mundo divino perispiritual com o mundo humano da criatura em desenvolvimento.

O funcionamento dos chacras

O movimento giratório vorticoso dos chacras resulta do choque ou contato turbilhonante das energias etéricas sutilíssimas descidas do Alto, com forças etéricas primárias, agressivas e vigorosas que sobem da Terra carregadas de impurezas próprias do mundo animal instintivo (éter físico). Esse fenômeno é algo semelhante às correntes de ar frio que descem de nuvens carregadas de água e entram em choque com as correntes de ar quente que sobem da crosta terráquea, resultando nos conhecidos fenômenos atmosféricos dos ciclones, tufões ou redemoinhos de vento.

Os chacras, quando observados de perfil em seu veloz funcionamento giratório, se assemelham a verdadeiros “pratos” ou “pires” de energias turbilhonantes com uma concavidade característica no centro; quando vistos de frente, lembram o movimento acelerado e vertiginoso das hélices dos aviões
em alta velocidade, porém emitindo cintilações de cores devidas à absorção de fluido vital ou vitalidade, que os irriga e neles se decompõe em cores, como a luz solar ao incidir num prisma de vidro.

Embora cada chacra do duplo etérico possa apresentar diversos matizes de cores ao mesmo tempo, e que diferem entre si pelos tons mais belos, mais límpidos ou mais feios e sujos, há sempre uma tonalidade de cor predominante sobre os demais, que revela o tipo vibratório ou energia útil que ativa este ou aquela sistema de órgão do corpo físico, em sua absorção fluídica. Existem três tipos de energias que ocorrem nos chacras e que os fazem “girar”. Os três tipos de energias não se misturam porque têm freqüência diferentes:

1ª Éter Cósmico ou Energia Espiritual (Energias sutis)

Sua principal entrada é o chacra coronário, depois o Frontal/Cerebral e após o laríngeo, demais chacras podem absorver quando estes estiverem bloqueados. As energias são absorvidas pelos chacras e distribuídas para os demais. Teremos mais energias se a absorção for feita pelo chacra principal correspondente a estes tipos de energias (coronário).

2ª Prâna ou Energia Vital

A principal entrada é o chacra esplênico, depois o gástrico, mas os demais chacras podem absorver o prana quando estes estiverem bloqueados. As energias são absorvidas pelos chacras e distribuídas para os demais, teremos mais energias se a absorção for feita pelo chacra principal correspondente a estes tipos de energias (esplênico).

3ª Éter Físico, Energia Física ou Kundaline (Energia primária)

Sua principal entrada é o chacra Básico/Genésico; os demais chacras podem absorver quando estes estiverem bloqueados. As energias são absorvidas pelos chacras e distribuídas para os demais. Teremos mais energias se a absorção for feita pelo chacra principal correspondente a estes tipos de energias (básico/genésico).

Filtro dos chacras

Existe uma relação muito estreita entre os chacras do corpo espiritual e os correspondentes chacras do duplo etérico, e interpenetrando-os existe uma tela ou filtro. O filtro é uma proteção proporcionada pela natureza, a fim de impedir a abertura prematura da comunicação entre os planos espiritual e físico. Sem esse filtro, poderiam chegar à consciência física todas as experiências espirituais, acumuladas pelo cérebro perispiritual, de existências físicas anteriores, o que ocasionaria certamente os mais diferentes danos.

A qualquer momento uma entidade espiritual poderia introduzir forças que o indivíduo comum não estaria preparado para enfrentar, ou que excedessem à sua capacidade de controle. Tal indivíduo estaria sujeito à obsessão por qualquer entidade espiritual que deseja se apossar de seu veículo. O filtro atômico é uma defesa eficaz contra estas possibilidades indesejáveis. Serve também para impedir que chegue a consciência do cérebro físico a lembrança de nossas atividades durante o sono. Esta tela pode ser lesionada. A lesão pode produzir-se de diferentes maneiras:

– Toda emoção violenta, ou de caráter maléfico, que provoque no corpo espiritual uma espécie de explosão, pode produzir uma lesão que rompa esta delicada membrana, e então, enlouquecer o indivíduo afetado.

– Um susto enorme;

– Um acesso de cólera/ira, pode produzir efeito semelhante;

– Quando o indivíduo procura “abrir” os chacras de forma desequilibrada e prematura, pode igualmente romper a membrana, abrindo as portas que a natureza pretendia manter fechadas;

– Certas drogas, bebidas, narcóticos, tabaco, contêm matéria que, ao desagregar-se, volatiza-se e, então, uma parte passa do plano físico para o espiritual queimando a tela, com isso abrem a porta à toda classe de energias bastardas e influências malignas. Esta destruição pode-se dar de duas maneiras diferentes:

– No primeiro tipo, o afluxo da matéria que se volatiza queima literalmente a tela e suprime, assim, a barreira natural. Quando esta volatização se produz, os elementos em questão se precipitam através dos chacras em direção contrária à que deveriam tomar. À força de seguir este caminho, rompem e, finalmente, destróem a delicada tela.

No segundo tipo, estes elementos voláteis endurecem o átomo, dificultando e paralizando suas pulsações, a ponto de ele não poder mais canalizar o tipo especial de fluido vital, que o cola à tela. Esta então se ossifica, por assim dizer. Em conseqüência, a transmissão de um plano a outro, que era abundante, torna-se absolutamente insuficiente. Facilmente se reconhecem estes dois tipos de lesão:

– No primeiro, produzem os casos de delirium-tremens, de obsessão, de certas formas de alienação mental;

– No segundo, muito mais freqüuente, verifica-se uma espécie de embotamento geral das qualidades e sentimentos superiores, que leva ao materialismo, à brutalidade, à animalidade e à perda de domínio de si mesmo.

É sabido que as pessoas que fazem uso excessivo de narcóticos, como o fumo, persistem muitas vezes nesse hábito, embora saibam muito bem que seus vizinhos estão sendo molestados, a tal ponto fica embotada a sensibilidade dos fumantes.

O desenvolvimento dos chacras

O desenvolvimento dos chacras se dá de forma natural e progressiva à medida que o homem promove o seu próprio crescimento espiritual. O melhor método consiste em atualizar gradativamente as potencialidades superiores do fogo serpentino e introduzi-los sucessivamente em todos os chacras.
Esta atualização das potencialidades superiores do fogo serpentino necessita de um deliberado e perseverante esforço de vontade Para pôr o chacra em plena atividade é preciso avivar as camadas internas do fogo serpentino, e uma vez vivificado, o chacra fundamental vivifica com sua formidável
energia todos os demais. Dando como resultado o transporte à consciência física das faculdades atualizadas pelo despertar de seu chacra espiritual correspondente.

Como vimos, os chacras mais importantes do duplo etérico podem ser acelerados, desenvolvidos ou “despertos” através de certos rituais e de certas disciplinas, mas é aconselhável que isso seja feito em concomitância com o aperfeiçoamento moral e o controle mental do ser.

De todos os chacras, o mais perigoso de ser “desperto” prematuramente é o chacra básico, sede da energia Kundalini (ou fogo serpentino). Pelo que tenho pesquisado, acredito que sem a garantia de uma boa graduação espiritual, o homem que o “abrir” perderá o seu domínio ante o primeiro descontrole emotivo ou mental em desfavor alheio, pois sua ira, desejo de vingança ou maus pensamentos serão quase que imediatamente concretizados sobre as vítimas em mentalização.

A kundalini

A energia Kundalini é uma energia poderosa extravasada do Sol, violenta e agressiva, embora criadora, que embebe e se mistura à força telúrica do planeta terráqueo, e flui do centro da Terra numa ondulação retilínea que lembra uma serpente de fogo; daí sua denominação de “fogo serpentino”. Os clarividentes observam que esse fluxo energético, se assemelha a uma torrente de fogo líquido que aflui pelo chacra básico do duplo etérico, situado na base da coluna vertebral do homem, sobe pela medula espinhal e depois lhe ativa as energias instintivas ou inferiores, próprias do mundo animal, acelerando a rotação dos demais chacras.

Desenvolver a Kundalini significa romper os filtros ou tela etérica que impede a subida do éter físico, com isto os chacras superiores ficam irrigados com energia física, tendo algumas percepções acentuadas (vidência, intuição, etc).

Yin Yang

A principal função da kundalini, quanto ao desenvolvimento oculto do homem, é que ao passar pelos chacras etéricos ela os aviva e converte em mais eficazes pontos de conexão entre os corpos físicos e espiritual. No homem comum, o kundalini está latente no chacra fundamental, sem que em toda a sua vida terrena ele note ou lhe suspeite a presença. E muito melhor é que permaneça assim latente até que o homem tenha feito definidos progressos morais, com vontade bastante forte para dominá-lo e pensamentos insuficientes puros para arrastar sem dano sua atualização.

O “fogo serpentino” ou Kundalini é força adormecida, primária e hostil, aviva o poder primário do homem e proporciona a libertação do ser, quando habilmente controlado pelo chacra básico. Quando esse despertar é efetuado por espírito equilibrado, sem vícios e paixões perigosas, despreocupado dos tesouros e poderes das vaidades do mundo carnal, o médium torna-se o senhor da energia. Entretanto, quando os tolos, os fracos de vontade, os ambiciosos e os imorais, de posse de tal energia incomum, tornam-se vítimas de sua própria imprudência, se tornam escravos e joguetes de uma força que os massacra sem poder controlá-la por lhes faltar a força moral superior. Devido à condição moral que nos encontramos, normalmente o despertar da Kundalini causa um desequilíbrio psíquico.
Quando, em vez da fronte, atinge o coração sem o devido controle espiritual emotivo, termina por avivar-lhe os maus sentimentos, dando-lhe força e estímulo para a dureza de sentimentos.

Os chacras/centros de força

São sete os chacras mais importantes, embora existam outros centros de forças menores em desenvolvimento nas criaturas, porém de menos importância nas relações  entre o mundo oculto e o plano físico.

Chacra Básico ou Genésico

Situa-se na base na espinha dorsal, sobre a região sacra. Possui 4 raios, materialmente tem relação com os plexos hipogástricos e sacral. Responsável pelos órgãos de reprodução e das emoções sexuais. Atua sobre a coluna vertebral, sistema central e periférico, todo aparelho urinário e aparelho reprodutor. Este chacra é o responsável pelo fluxo das energias poderosas que emanam do Sol e da intimidade da Terra. Os clarividentes observam que esse fluxo energético, provindo do âmago da Terra em simbiose com as forças que descem do Sol, assemelha-se a uma torrente de fogo líquido a subir pela coluna vertebral do homem, por isso esta energia é denominada de “Fogo Serpentino ou Kundalini”.

O movimento giratório vorticoso dos chacras resulta do choque ou contato turbilhonante das energias etéricas sutilíssimas descidas do Alto, com a energia Kundaline, que é força etérica primária, agressiva e vigorosa que sobe da Terra. Esse fenômeno é algo semelhante às correntes de ar frio que descem de nuvens e entram em choque com as correntes de ar quente que sobem da crosta terráquea, resultando nos conhecidos fenômenos atmosféricos dos ciclones, tufões ou redemoinhos de vento. Este chacra é o mais primitivo e singelo de todos em sua manifestação, um dos principais modeladores das formas e dos estímulos da vida orgânica.

O indivíduo que abrir o chacra básico prematuramente, dará entrada a uma torrente de energia tão poderosa que irá lhe alimentar todas as paixões e todos os desmandos, o orgulho poderá explodir e o recalque sensual domina-lo-á de modo a realizar os piores caprichos e ações sobre o próximo. O chacra em desequilíbrio pode levar o homem à loucura, pois sua ação muito forte acirra o desejo sexual, semeando a satisfação aberrativa.

Quando essa energia descontrolada sobe pela medula e irriga o centro frontal de um homem inferior, alimenta-lhe o orgulho da personalidade terrena. Quando, em vez da fronte, atinge o coração sem o devido controle espiritual emotivo, termina por avivar-lhe os maus sentimentos, dando-lhe força e estímulo para a dureza de sentimentos.

No entanto, a Kundalini disciplinada sob a direção moral superior em criatura evangelizada, termina por ativar-lhe os centros de força do perispírito e faculta o desenvolvimento mais breve da mediunidade. Quando a energia Kundalini é controlada e desviada de sua ação agressiva e ativadora da sexualidade inferior pelo homem que tem discernimento espiritual, então o fluxo vitalizante sobe, em proporção benfeitora, pela coluna vertebral até o cérebro, irrigando-o energeticamente acelerando
o desenvolvimento do intelecto e até faz redobrar as atividades mentais do mundo superior. Torna o homem lúcido e dinâmico.

A energia vitalizante que não for utilizada nas emoções sexuais superiores e no desenvolvimento do intelecto, para não causar distúrbios sexuais inferiores e não ativar maus sentimentos, deve ser aproveitada na pratica de esportes. São vários os estudos sobre os chakras, alguns autores dividem os chacras inferiores em dois, chamando-os de chacra genésico e de chácra básico, assim distribuindo suas funções:

Chacra básico ou fundamental - Possui força vitalizadora conhecida como kundaline; essa força revigora o sexo e também pode ser transformada em vigor mental, alimentando outros centros.

Chacra genésico - localiza-se na região dos órgãos genitais; recebe influência direta do básico; regula as atividades ligadas ao sexo.

Chacra Umbilical ou Gástrico - Situa-se à altura do umbigo, pelo lado direito. Possui 6 raios. Materialmente tem relação com o plexo solar. Esse chacra, de natureza rudimentar, é responsável pela assimilação e metabolização dos alimentos ingeridos pelo homem. Responsável pelo funcionamento do aparelho digestivo, pela assimilação de elementos nutritivos e reposição de fluidos em nossa organização física. Principal função é ativar o processo metabólico, vitaliza o esôfago, estômago, pâncreas, fígado, vesícula, intestinos (todos os órgãos do aparelho digestivo), com exceção do baço. Quando este chacra é muito desenvolvido, o homem aumenta sua percepção das sensações alheias, pois adquire um tato instintivo ou sensibilidade espiritual incomum, que o faz aperceber-se das emanações hostis existentes no ambiente onde atua, e também as vibrações afetivas que pairam no ar.
Portanto este chacra ativa as percepções e sensibilidades de identificar energias.

Chacra Esplênico

É um chacra secundário, mas Leadbeater, ao contrário do hinduísmo e dos sistemas de yoga, o considerou no lugar do chacra sexual. Situado à altura do baço. Possui 10 raios. Materialmente tem relação com o plexo mesentérico e o baço. Principal entrada da energia vital (prânica). Regula a distribuição e a circulação dos recursos vitais, e a formação e reposição das defesas orgânicas através do sangue. É o principal centro energético de vitalização de todo o corpo físico. Abastece o baço, órgão purificador do sangue. Quando nos desvitalizamos, sentido-nos fracos, é porque este chacra esta com mal funcionamento. Recebe diretamente as energias do chacra básico/genésico. É um dos três chacras principais (básico/genésico, esplênico e coronário). A conhecida “aura da saúde”, é constituída pela exsudação de Fluido Vital residual, anteriormente penetrado através do chacra esplênico.

As criaturas, cuja aura da saúde é pródiga de energismo, com sua simples presença, fortalecem, reanimam, vitalizam e beneficiam terapeuticamente os outros, pois nelas as partículas do Fluido Vital utilizado em seu corpo físico alimentam-se de um magnetismo muito intenso. A pessoa que tem este chacra embotado é muito nervosa, se incomoda com tudo, irritada, é um vampiro de energia, porque não consegue se energizar sozinho. Ele é muito importante para os médiuns que dão passe magnético, porque, durante o passe, parte dos fluidos vem da nossa vitalidade e outra parte vem do plano espiritual. O médium desvitalizado rouba energia de quem possui, a parte espiritual vitaliza os dois, mas a energia vital não é espiritual, é neste momento que o médium suga do paciente. A pessoa que tem este chacra muito desenvolvido pode trabalhar com cura, ou seja, é um médium curador.

Certas árvores como o pinheiro, o eucalipto e o cedro absorvem do ambiente o Fluido Vital adequado ao próprio homem. Portanto, andar no mato, banho de cachoeira, de mar, areia, sol revitalizam este chacra.

Chacra Cardíaco

Situa-se à altura do coração, à esquerda e acima. Possui 12 raios. Materialmente tem relação com o plexo cardíaco. É o centro responsável pelo equilíbrio, pelo intercâmbio e controle da emotividade. Sua função é permitir o fluxo das informações do sentimento e emoções; sofre a influência do chacra Umbilical, que responde pelas emoções fazendo o meio de campo entre as energias etéreas e físicas. Com o chacra equilibrado a pessoa consegue ser muito lúcida em seus sentimentos e emoções. Quando ele é bem desenvolvido favorece à consciência ou à percepção instantânea das emoções e intenções alheias.

O chacra cardíaco recebe eficiente contribuição
vital do chacra esplênico, cujo
Fluido Vital, ao atingi-lo, penetra no sangue
pela via cordial e vitaliza-o, especialmente
para que atenda à função cerebral.
Para isso, esse fluido, partindo do cardíaco
se eleva até atingir o chacra coronário, no
alto do crânio, do que então resulta a consciência
dos sentimentos ou das emoções,
confirmando a velha tradição de que o sen74
timento e a emoção são geradas no coração
do homem.

Chacra Laríngeo

Situa-se à altura da garganta. Possui
16 raios. Materialmente relaciona-se com
o plexo cervical.
É o responsável pela saúde da área de
fonação e audição (garganta, cordas vocais e
sistema auditivo), vias respiratórias (boca,
nariz, traquéia e pulmões) e de certas glândulas
endócrinas (timo-tireóide e paratireóides).
Esta situado na perpendicular do fluxo
energético do fluido vital para o chacra frontal
(do qual também recebe certa cooperação).
Sua mais importante função é sustentar e controlar
as atividades vitais, o funcionamento
das glândulas timo-tireóide e paratireóides,
estabilizando definitivamente a voz da criatura
depois da época da puberdade.
É um órgão muito importante, pois
carreia a vitalidade que deve suprir o mecanismo
vocal e o dispêndio energético no
75
falar e, por isso, é um órgão muito ativo e
brilhante nos grandes cantores, poetas célebres,
oradores e homens que revelam o
dom incomum da palavra.
Um dos chacras responsáveis pela percepção
de sons provindos do mundo físico
e da auscultação dos sons do mundo espiritual.
Este chacra também é um dos que permitem
pelos seus canais que os espíritos
possam transmitir mensagens psicofônicas.
É um chacra que influi muitíssimo nos
demais centros de forças e nos plexos nervosos
do organismo humano, porque o ato
da materialização das idéias através da
fonação é um fenômeno que concentra todas
as forças etéreo-magnéticas do perispírito,
atuando em vigorosa sintonia com os
demais centros energéticos reguladores das
funções orgânicas.

Chacra Frontal
Situado na fronte entre os olhos.
Possui 96 raios. Materialmente tem relação
76
com os lobos frontais do cérebro e a
hipófise pituitária.
É o chacra dos sentidos, atuando diretamente
sobre a hipófise e também na área
do raciocínio e da visão.
Por isso é dito que este é o chacra responsável
direto pelo funcionamento dos
centros superiores intelectivo, bem como do
sistema nervoso central (visão, audição,
tato, etc). Este também é um dos chacras
responsáveis pela vidência e intuição no
campo da mediunidade. Através dele emitimos
nossa energia mental, portanto, é
neste chacra que possuímos o comando dos
poderes psíquicos.
O chacra frontal se encontra intimamente
ligado com o correspondente centro de
forças do perispírito.
Quando abundante de Fluido Vital e
em boa atividade com os outros chacras,
confere ao homem encarnado, e também
ao desencarnado, a faculdade de aumentar
ou diminuir o seu poder visual.

Chacra Coronário

Situado no alto da cabeça. O
nome Coronário vem de coroa.
Conhecido entre os hindus por “lótus de
mil pétalas”, possui 960 raios principais e
um centro menor em turbilhão colorido,
apresentando 12 ondulações ou raios. Materialmente
relaciona-se com a Epífise.
É o chacra mais importante, porque nos
liga ao plano espiritual, através dele captamos
as energias Espirituais; esse chacra recebe
primeiramente os estímulos do Espírito.
É o elo, a ponte entre a mente do perispírito
e o cérebro físico, sendo o responsável
pela sede da consciência do Espírito encarnado.
Quando desenvolvido mantém todos
os demais em pleno equilíbrio. Só deve ser
desenvolvido com o controle moral, intelectual
e espiritual.
Este chacra comanda os demais, embora
vibrem interdependentes. Este chacra
é o centro de forças mais importante do
78
ser humano, de maior potencial e radiações,
responsável pela sede da consciência
do espírito.
Chacras em desequilíbrio
Quando os chacras estão em equilíbrio,
desfrutamos de ótima saúde física e psíquica.
Caso contrário, nos tornamos vulneráveis
aos distúrbios, e se o desequilíbrio
persistir, o corpo pode adoecer.
Para nos mantermos sadios, captamos
a energia vital do sol, da água da terra do ar
e dos alimentos.
Quando estamos saudáveis, nossos
chacras giram com ritmo e sincronia.
No organismo doente, o ritmo se acelera
ou se torna lento demais, as rodas com dificuldade,
provocando perda de energia vital.
A saúde está no equilíbrio, que pode ser
conseguido através de dieta saudável, rica em
verduras, legumes e frutos; exercícios físicos
moderados, com acompanhamento médico;
respeito às horas de descanso, práticas religi79
osas, meditação e relaxamento. Enfim tudo o
que propicie a harmonia interior.
O passe, a irradiação, a água fluida ajudam
a ativar os chacras. Chacra bloqueado
não é causa, é conseqüuência.
Chacra bloqueado
Chacra desfigurado
Chacra com vórtice desviado
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Efeitos de bloqueios
nos chacras
Básico ou genésico: Falta de equilíbrio
emocional, de ânimo, de força, desgaste físico,
a pessoa fica “no mundo da lua”.
Gástrico ou umbilical: A pessoa fica
sem estrutura para se identificar, fecha-se no
mundo, vive no passado, sem alegria, sem
satisfação.
Chacra esplênico: Perda de apetite, rancor,
raiva, ódio e medo. A pessoa perde o
amor-próprio, não acredita em mais nada.
Chacra cardíaco: Palpitação, angústia,
desespero, medo, pânico. A pessoa fica totalmente
sem controle e não consegue mais
separar a razão da emoção.
Chacra laríngeo: Falta de criatividade,
dificuldade de expressão. A pessoa se fecha,
não consegue se livrar da angústia.
Chacra frontal: Causa perda de perspectiva
e direcionamento. A pessoa fica sem
objetivos e não vê nada a sua frente.
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Chacra coronário: A pessoa se anula
para a vida, perde o contato com a realidade
e não consegue idealizar mais nada.
Rearmonizando os chacras
O passe, a prece, a irradiação, a água
fluidificada ajudam, servem de apoio para
a recuperação, mas não são a base real para
o equilíbrio, alinhamento ou rearmonização
dos chacras/centros de força.
Lembre-se, chacra bloqueado não é
causa, é conseqüência.
A causa do desequilíbrio dos chacras/
centros de força são nossos pensamentos,
sentimentos, emoções, palavras, desejos e
ações de baixos teores vibratórios, tais como
pessimismo, mágoa, rancor, inveja, egoísmo,
orgulho, vingança, ódio, etc. e ainda
nossos vícios.
A condição essencial para que a pessoa
se rearmornize energeticamente é que
se moralize e abandone seus vícios.
82
Portanto, para reamornizar nossos
chacras/centros de força, necessitamos nos
reformar moralmente, agindo de maneira
cristã em todos os momentos da vida.
Mas, como isso não é comum às nossas
ampliadas comodidades, a nós, falíveis
espíritos devedores, nos cabe exercitar por
possuí-las pelo perdão, pela fraternidade e
pela compreensão, ajudando, socorrendo
e, sobretudo, orando por nosso próximo.
Dessa forma vibraremos em ondas de
mais elevado teor moral, fazendo valer nosso
centro coronário como captador das boas
energias espirituais para distribuir o equilíbrio
devido aos demais centros, assim
espiritualizando nossa matéria.
83
Sistema nervoso
É o mais complexo no que se refere às
funções e às atividades. Coordena todas
as atividades orgânicas, conduzindo sensações
e idéias para o espírito e do espírito,
serve como elemento adaptador do organismo
às condições do momento.
Glândulas endócrinas
Glândulas são órgãos que apresentam
como características a produção de secreções
fluidas chamadas de hormônios.
As glândulas que lançam o seu produto
diretamente na corrente sanguínea são
chamadas de glândulas endócrinas.
Quando lançam seu produto através de
camadas excretoras na superfície do corpo
ou no interior dos órgãos, são chamadas
O sistema nervoso
e as glândulas endócrinas
84
de glândulas exócrinas (suor, lágrimas, salivas,
suco gástrico etc).
São classificadas como glândulas
endócrinas: A Hipófise, Epífise, Tireóide,
Paratireóides e Adrenais (Supra-renais).
As glândulas endócrinas com seus
hormônios inundam praticamente todo o
organismo e, através de mecanismos extremamente
complexos, comandam o funcionamento
dos órgãos.
Esse comando endócrino, se entrosa, se
entrelaça com a atuação do sistema nervoso.
Nos diz André Luiz: “Enquanto o nosso
companheiro se aproveitava da organização
mediúnica, vali-me das forças magnéticas
que o instrutor me fornecera, para
fixar a máxima atenção no médium. Quanto
mais lhe notava as singularidades do cérebro,
mais admirava a luz crescente que a
A Glândula Pineal
85
86
epífise deixava perceber. A glândula minúscula
transformara-se em núcleo radiante e,
em derredor, seus raios formavam um lótus
de pétalas sublimes”.
A Epífise ou Glândula Pineal é pouco
conhecida pela ciência acadêmica, embora
já tenha sido descrita desde a antigüidade
grega.
Segundo o conhecimento científico,
não passaria de glândula inibidora do sexo,
princialmente no período infantil.
A revelação espiritual informa ser a
Epífise a glândula da vida mental e elo com
a espiritualidade. Ela acorda as forças criadoras
no organismo do homem, na puberdade,
aos quatorze anos, aproximadamente
e, em seguida continua a funcionar, como
o mais avançado laboratório de elementos
psíquicos da criatura terrestre.
A glândula pineal reajusta-se ao concerto
orgânico e reabre seus mundos maravilhosos
de sensações e impressões na esfera
emocional.
87
Ela preside aos fenômenos nervosos da
emotividade, como órgão de elevada expressão
no corpo etéreo.
A glândula pineal segrega “hormônios
psíquicos” ou “unidades forças” que vão
atuar, de maneira positiva, nas energias geradoras.
A glândula pineal conserva ascendência
em todo o sistema endocrínico.
Ligada à mente, através de princípios
eletromagnéticos do campo vital, que a ciência
comum ainda não pôde identificar,
comanda as forças subconscientes sob a
determinação direta da vontade.
As redes nervosas constituem-lhe os
fios telegráficos para ordens imediatas a todos
os departamentos celulares, e, sob sua
direção, efetuam-se os suprimentos de energias
psíquicas a todos os armazéns autônomos
dos órgãos.
A epífise desempenha papel mais importante
em qualquer modalidade de exercício
mediúnico. Através de suas forças
88
equilibradas, a mente humana intensifica
o poder de emissão e recepção de raios
peculiares à esfera espiritual.
André Luiz, Missionários da Luz, cap. II; Entre a Terra e o
Céu, cap. XX.
89
Bioenergia
Por Wagner Borges
90
91
Bioenergia é o princípio vital que
interpenetra e nutre a todas as coisas do Universo
Interdimensional. É aparentemente onipresente
e impessoal, permeando praticamente
todos os planos de manifestação. Podemos,
então, dizer que existe uma energia densa
(etérica), astral (etérea) e mental. Einstein,
na verdade, parece que partiu desse princípio
quando demonstrou a substancial identidade
entre a energia e a matéria, e a possibilidade
de transformar uma em outra: a matéria
é energia em estado de condensação; a
energia é matéria em estado radiante.
A nomenclatura sobre a energia é bastante
diversificada, variando de filosofia para
filosofia. Ex.: Luz Astral (Cabala), Prana
(Yoga), Mana (Kahunas), Força Ódica (Barão
Von Reichenbach), Energia Orgônica
(Wilhelm Reich), Telesma (Hermes Trismegisto).
A palavra Energia é derivada do grego
“Energes” (ativo) que, por sua vez, deriva de
“Ergon” (obra). Logo, etimologicamente significa
“Atividade”; “Movimento”. A palavra
92
Prana, como a energia é mais conhecida na
Índia, pátria original do Yoga, é derivada do
sânscrito “Pra” e de “An” (respirar, viver).
Logo, etimologicamente significa “Sopro Vital”.
No Japão, a energia é conhecida como
“Ki”. Na China, é conhecida como “Chi”.
As energias que os seres vivos absorvem
e metabolizam são oriundas de fontes variadas:
o sol, o espaço infinito, o próprio planeta...
Os ocultistas orientais dividiram essas
energias em três grupos distintos: 1. Fohat (eletricidade):
energia conversível em calor, luz,
som, movimento, etc; 2. Prana (vitalidade):
energia integrante que coordena as moléculas
e células físicas e as reúne num organismo
definido; 3. Kundalini (fogo serpentino):
energia primária, violenta, estruturadora das
formas. É oriunda do centro do planeta.
Energia consciencial ou pessoal
É a energia cósmica que a consciência
absorve e emprega nas suas manifestações
gerais. Essa energia consciencial é chama93
da em geral de energia anímica ou magnetismo
pessoal. Ao ser metabolizada pela
consciência, a energia cósmica deixa de ser
impessoal e assume as características pessoais
da criatura.
Fontes básicas de energia vital
1. Ar atmosférico, através do aparelho
respiratório e da pele; 2. Alimentação de
sólidos e líquidos, através do aparelho
digestório; 3. Absorção de energia pelos
chacras; 4. Sono, através da descoincidência
dos veículos de manifestação da consciência;
5. Projeção da consciência, através da
absorção energética no plano astral.
Ativação energética
A consciência pode ativar as suas energias
conscienciais de três maneiras:
1. Circulação Energética (circulação fechada;
estado vibracional); 2. Absorção Energética
(recepção energética); 3. Exteriorização
Energética (Irradiação energética).
94
Propriedades da energia cósmica
1. É acumulável por um sujeito devidamente
treinado; 2. É transmissível (podese
energizar qualquer coisa); 3. Tem polaridade
positiva e negativa (YIN e YANG); 4.
Pode ser dinamizada pelo campo energético
humano através da vontade; 5. Pode
acumular qualidades específicas, mesmo
quando é inespecífica em si mesma; 6. Pode
formar parte da atmosfera de um planeta
(energia telúrica, aérea, aquática e ígnea);
7. É uma degradação de energia mental cósmica;
8. Pode adotar uma diversidade de
manifestações, dependendo do ambiente
onde interpenetra; 9. Tem três atividades
básicas no campo energético humano: recepção,
exteriorização e circulação fechada
(estado vibracional); 10. A matéria é
energia condensada (luz capturada gravitacionalmente);
a energia é matéria em estado
radiante. Logo, tudo é manifestação, em
graus variados, de uma mesma energia.
95
O Fluido Vital
e o Duplo Etérico
Perguntas e respostas
Entrevista com dr. Ricardo D Bernardi
Por Paulo P. L
96
O fluido vital forma uma estrutura especial
em nós?
Ele forma um “corpo”, de certa forma, sim.
Constitui o chamado corpo vital, também
conhecido como corpo etérico.
São sinônimos ? Há outros sinônimos equivalentes
?
Sim. Ei-los: Duplo Etérico, Corpo Vital (Kardec),
Corpo Prânico, Veículo do Prana, Corpo
Bioplásmico, Corpo Biocósmico, Corpo
Energético, Primeiro corpo de Energia,
Corpo Diáfano, Corpo Efêmero, Veiculo da
Vitalidade, Corpo da Vitalidade, Casca Luminosa,
Reflexo do Corpo Físico,
Aerossomai, Armadura Energética, Contracorpo,
Cópia Vital Humana, Corpo Aiterico,
Corpo Bardo (tibetanos), Corpo Lepto-
Hilico, Corpo Leptomerico, Corpo Ódico,
Corpo Unificador, D Jan, Kosha, Reboque
Energético, Umbra, Veiculo Semi-Físico, Véu
do Corpo Humano, Véu Etérico, Ponte Corpo
Humano-Psicossoma, Pranamaya-Kosha.
97
Corpo etérico... é o mesmo que perispírito,
corpo astral ou psicossoma ?
O corpo etérico ou corpo vital é que liga o
corpo físico ao perispírito. É uma estrutura
ou “corpo” intermediário entre o corpo material
e o perispírito .
Fluido vital é o mesmo que bioenergia?
Sim.
Então o corpo etérico ou corpo vital tem
importância nas terapias energéticas?
Sim. É o fluido vital ou bioenergia que é
mobilizado nestas terapias energéticas.
Poderia nos dar uma definição melhor de
corpo etérico ou duplo etérico?
O duplo etérico é um invólucro energético,
vibratório, luminoso, vaporoso e provisório,
que coexiste estruturalmente com
o corpo físico e o envolve. Está ligado à
doação ou exteriorização de energias, pois,
no duplo etérico é que se situam os
chacras.
98
Qual a situação anatômica?
É o agente intermediário entre o corpo físico
e o perispírito (corpo astral).
Este corpo etérico é então composto de
energia ou fluido vital, certo?
É constituído por fluido vital (Energia Vital
ou Prana), daí a denominação corpo vital.
Este fluido é originado do Fluido Cósmico
Universal. Absorvido pelas moléculas orgânicas
confere o atributo da vida.
O corpo etérico faz a ligação entre perispírito
e corpo físico. No entanto, ele sai dos
limites do corpo material ?
Os limites do corpo humano são ultrapassados
em cerca de 1 cm pelo corpo etérico.
Qual é a consistência deste corpo etérico?
Textura típica dos elementos fluídicos, mais
densa nos indivíduos primitivos e mais sutil
e delicada nos seres humanos espiritualmente
evoluídos.
99
Qual a forma deste corpo etérico?
Humanóide, com grande elasticidade. Lembra
o “Gasparzinho” ou um fantasminha.
Uma massa de fluido vital que toma a forma
do corpo, mas enquanto ocupa este espaço.
Quando desencarnamos, esta massa
de fluidos volta (quase toda) para o fluido
cósmico universal.
Teria cor?
Branca (nos espíritos encarnados mais sutis)
ou acinzentado, nos menos evoluídos.
Diz-se corpo etérico, mas teria órgãos como
há no perispírito ?
Não possui órgãos como o corpo astral. Possui
regiões denominadas chacras, que captam
energia cósmica distribuindo-as para o
corpo físico (rebaixamento vibratório) e para
o perispírito (ou corpo astral).
Os chacras são interligados por nádis
ou meridianos que permitem circular as
energias.
100
Há alguma importância prática em sabermos
que existem estes canais ou nádis?
O passe energético sobre o chacra coronário,
pelos nádis (canais), chega ao local
necessitado, não havendo, portanto,
necessidade do passe ser sobre o local enfermo
ou em desequilíbrio. Ou seja, basta
impor as mãos sobre a cabeça (coronário)
que a energia chega lá, onde requer
o paciente, pelos canais. Eis aí uma importância
prática.
Afinal, os chacras estão no perispírito ou
no corpo etérico ?
Ficam no perispírito também (centros
de força), e cada um deles se apresenta
igualmente no corpo etérico. São cópias.
No mundo extrafísico ou colônias espirituais,
também há mediunidade e inclusive
realizam sessões mediúnicas. Daí a necessidade
(há outros motivos) da existência
destes centros de força no corpo dos
espíritos.
101
Explique: qual é a função principal ou a
função básica do duplo etérico ?
Função básica: o corpo etérico é o veículo e
a reserva da nossa energia vital, absorve o fluido
vital e o distribui pelo corpo humano além
de o transformar em fluidos sutis, enviandoos
ao corpo astral (perispírito).
Função 2 – produção de ectoplasma: o
corpo etérico é o principal responsável pela
elaboração do ectoplasma, portanto, participa
diretamente na mediunidade de efeitos
físicos e materialização dos espíritos.
Função 3 – exteriorização de energias
nos processos de irradiação, passes magnéticos
e similares. Há projeção de energia vital
do corpo etérico em direção ao paciente,
magos, médiuns, paranormais, feiticeiros etc.
Usam (conscientemente ou não), a projeção
do seu corpo etérico com finalidade terapêutica
ou criminosa.
Função 4 – programação do tempo de
vida: o duplo etérico traz, em si, a programação
do tempo de vida física do indiví102
duo; o duplo etérico possui um “quantum”
de energia vital.
Função 5 – fixação do corpo astral ao
corpo físico.
Função 6 – vitalização das formas pensamento:
a mente cria formas de pensamento
que se mantém pelo fluido vital que doamos
e alimenta as formas-pensamento. Dá
vida temporária a estados formas. Veja o
nome: fluido vital... Formas-pensamentos são
emanações mentais nossas ou de desencarnados
que são vivificadas por massas de fluido
vital. Também conhecidas como “Cascões
Astrais” na Teosofia.
Por serem vitalizadas mantêm-se com
vida vegetativa temporária.
As formas-pensamento ou criações
ideoplásticas são formas criadas pelo pensamento
(corpo mental) que existem transitoriamente
e que são vitalizadas (alimentadas
com fluido vital) provindas do corpo etérico.
Em nosso grupo mediúnico, os médiuns desdobrados
(projetados) vêem muito isto.
103
O corpo etérico tem lucidez? Expressa-se
com pensamentos ou algo assim?
Não. O corpo etérico não é veículo da consciência.
Não possui “órgãos” como o perispírito
(corpo astral) que tem um cérebro
(paracérebro). O corpo etérico não atua como
veículo separado, individual, para manifestação
da consciência, nem está apto para
captar informações por não ter paracérebro,
ao contrário do corpo astral (perispírito).
O corpo etérico, sendo composto de fluido
vital, se desgasta? Repõem-se este fluido
vital? Como?
Sim, há um desgaste natural durante a vida,
no entanto, há reposição deste fluido, chamado
também de energia vital, prana ou
bioenergia.
Formas de reposição:
a) Respiração, em especial pela respiração
com mentalização ou respiração
prânica, que é um técnica de absorção desta
energia vital do cosmos.
104
b) Reposição pela alimentação. Ao se
ingerir alimento orgânico, sempre se absorve
energia vital. Se você come uma maçã,
está ingerindo energia vital além da composição
química que compõe a maçã.
c) Pode-se repor este fluido vital quando
se recebe passe ou irradiação.
d) Absorção pelo chacra esplênico, neste
caso se absolve diretamente da massa de
fluidos do universo.
Há desgastes precoces deste fluido vital?
Sim! Os vícios podem levar a desgastes mais
rápidos da bioenergia. A obsessão espiritual
ou vampirização energética por espíritos
desequilibrados, as doenças e o suicídio,
que seria o exemplo maior deste desgaste
súbito.
O suicida sofre, moralmente, por transgredir
a Lei de Deus?
Sim, mas analisemos também sob o ponto
de vista científico: não havendo o esgota105
mento dos órgãos, há retenção de fluido vital
nestes órgãos e o perispírito pode permanecer
ligado ao cadáver pelo duplo etérico.
Como se forma o corpo etérico em nós, ou
seja, seria desde o início da encarnação?
De onde vem "a matéria-prima"?
Desde o início da encarnação, o fluido vital
do óvulo já fixa as energias perispirituais
do reencarnante.
Na fecundação, milhões de espermatozóides
excedentes (não fecundantes) fornecem
a energia vital excedente para a constituição
inicial do corpo etérico, o qual fixará
o corpo astral ao embrião.
Como entender a questão morte e fluido
vital?
Com as enfermidades e o falecimento dos
órgãos, não há mais fixação do fluido vital.
O desprendimento progressivo do mesmo
determina a morte, ou seja, o desligamento
do corpo astral do corpo físico.
106
Quantos seriam os chacras no corpo astral
ou corpo etérico ?
São vários. Sete ou oito principais (depende
do sistema de análise), dezenas de outros
menores e milhares muito pequenos,
formando os pontos de acupuntura.
Centros de força, de André Luiz, são os
mesmos chacras?
Sim, e vale acrescentar que se relacionam
entre si e se correspondem em seus diferentes
corpos (corpo astral, etérico e físico, através
dos plexos nervosos).
Você pesquisou algum tempo com fotos
Kirlian e parece-me que em um congresso
demonstrou que as fotos antes e depois da
sessão mediúnica têm alterações importantes.
É fato ?
Sim. As fotos, após a sessão mediúnica demonstram
ganho de energia significativo.
Após duas horas de doação energética, as
fotos crescem seu campo energético.
107
Mas se houve doação, como aumentaram?
É dando que se recebe... Lembra?
Ao se receber um passe, se recebe fluido
vital, correto? Se é assim, como esta energia
entra e como vai para o perispírito e
corpo físico?
Considero que a energia vital doada (passe)
é captada pelo corpo etérico, sofre uma
aceleração vibratória e "sobe" ao corpo astral
(perispírito), bem como sofre um rebaixamento
ou desaceleração vibratória e "desce"
para o corpo físico. Em resumo, entra
pelo corpo etérico (vital) e vai para o perispírito
e corpo físico.
Quando vai em direção ao perispírito, vai
pelos chacras?
Sim.
Ao invés de doação, existe o roubo de energia
vital por espíritos vampiros. Poderia explicar
como isto ocorre?
108
São espíritos ditos endoparasitas, isto é, que
se fixam “dentro” (endo) do obsedado no
seu chacra esplênico, sugando o fluido vital.
São os "vampiros ".
Quando alguém doa energia vital, no passe,
por exemplo, após o trabalho sente-se
fraco, inclusive por amor chega a chorar
de emoção no passe, de compaixão do
paciente. Como se explica que saiu fraco ?
Ao se envolver emocionalmente, pela compaixão,
chegando a chorar, mobiliza o
chacra gástrico ao invés do cardíaco. No
cardíaco nos relacionamos com o amor, no
gástrico com a paixão, o sentimentalismo.
Isto é ruim, não é evolução. Já pensou se
os grandes cirurgiões chorassem na cirurgia?
Uma amiga do meu filho, ao voltar da praia,
onde fez topless, voltou com dor de cabeça.
Disseram-me que seria por captação de
energias vitais, concorda com isto ?
Explicando: a garota, sem a parte superior
109
do biquíni, ficou durante horas recebendo
a carga energética dos rapazes sobre seu
chacra genésico. As energias ascendiam pelos
nádis (canais de energia entre os chacras),
isto porque ela não sintonizava com as energias
agressivas dos rapazes. Esta energia doada
por eles ascendia ou subia até o chacra
coronário (no topo da cabeça) para ser transformada
ou sublimada. O acúmulo desta
energia (horas) gerou dor de cabeça. Não
esqueça que pode ser só um resfriado ... ou
outra causa mais natural.
A obsessão de espíritos sobre a parte sexual
pode sugar fluido vital? O que causaria?
Sim, pode sugar fluido vital pelo chacra
genésico. Pode causar frigidez ou exacerbação
sexual, ou ainda desvio dos padrões
de forma muito acentuada, pelas características
dos obsessores.
A desarmonia da energia vital ou fluido vital
provoca em nós doenças, certo? Como
110
isto ocorre?
Se o espírito pensa mal, reflete na freqüência
da energia vital, pelo perispírito. O corpo
físico reage se fragilizando e tornandose
suscetível às doenças.
111
Lei de Causa e Efeito
(Karma)
112
Os centros de força, que são fulcros
energéticos, são influenciados pelas energias
originárias das vidas pretéritas da alma
que, na nova encarnação, imprime às células
a especialização extrema na formação
do corpo denso do homem, especialização
que todos detemos no corpo espiritual em
recursos equivalentes. Essas células obedecem
às ordens do espírito, diferenciandose
e adaptando-se às condições por ele criada,
procedendo do elemento primitivo,
comum, de que todos provimos em laboriosa
marcha no decurso dos milênios. É assim
que “A enfermidade, como desarmonia
espiritual, sobrevive no perispírito”. Pois tal
seja a viciação do pensamento, tal será a
desarmonia no centro de força, que reage
nosso corpo a essa ou àquela classe de influxos
mentais, uma vez que toda a mente
é dínamo gerador de força criativa. Quando
a nossa mente, por atos contrários à lei
divina, prejudica a harmonia de qualquer
um desses fuIcros de forças, a nossa alma
113
naturalmente se escraviza aos efeitos da
ação desequilibrante obrigando-se ao trabalho
de reajuste. E é assim que, muitas
vezes, numa nova encarnação, encontramos
pessoas com problemas mentais ou de paralisias
físicas, “apresentando estado
morfológico conforme o campo mental a
que se ajusta”.
A zona de remorso
A recordação dessa ou daquela falta
grave, principalmente daquelas que repousam
recalcadas no espírito, sem que o desabafo
e a corrigenda funcionem por válvulas
de alivio às chagas ocultas do
arrependimento, cria na mente um estado
anormal que podemos classificar de “zona
de remorso”, em torno da qual a onda viva
e contínua do pensamento passa a enrolarse
em circuito fechado sobre si mesmo, com
reflexo permanente na parte do veículo
fisiopsicossomático ligada à lembrança das
pessoas e circunstâncias associadas ao erro
114
de nossa autoria. Isso é bem exemplificado
por André Luiz no livro Entre a Terra e o
Céu, onde ele relata a questão de Júlio, que,
em uma existência, teria aniquilado o veículo
físico tomando uma grande quantidade
de corrosivo e, mesmo sobrevivendo à
intoxicação, fez uma nova tentativa de aniquilar
o corpo físico lançando-se à funda
corrente de um rio, nela encontrando o afogamento.
Na oportunidade seguinte que lhe
foi dada, reencarnou junto das almas com
as quais se mantinha associado para a regeneração
do pretérito, mas infelizmente encontrou
dificuldades naturais para recuperar-
se, desencarnando ainda menino, vítima
de um novo afogamento. E quando chegou
o momento de um novo renascimento,
para que pudesse se reajustar dentro das leis
divinas e recuperar-se mentalmente, equilibrando
o “centro laríngeo”, reencarnou, dessa
vez, com o corpo fisiológico deficiente,
sofrendo do órgão vocal que se caracterizou
por fraca resistência aos assaltos
115
microbianos e que, de algum modo, lhe
retratou a região lesada. Nesse exemplo, observamos
que estabelecida a idéia fixa sobre
“o nódulo de força mental desequilibrado”,
foi indispensável que houvesse
acontecimentos reparadores para que Júlio
se sentisse redimido perante a lei, mudando,
portanto, seu campo mental.
Somos todos responsáveis
Não podemos esquecer que a imprudência
e a ociosidade se responsabilizam
por múltiplas enfermidades, como sejam os
desastres circulatórios provenientes da gula,
os quadros infecciosos pela ausência da
higiene comum, os desequilíbrios nervosos
da toxicomania e o depauperamento decorrente
de vários excessos. De modo geral,
porém, as doenças perduráveis, que
destróem o corpo físico, têm suas causas
no corpo espiritual, pois as energias na
nossa alma expressam as chamadas dívidas
cármicas, por serem conseqüências das cau116
sas infelizes que nós mesmos plasmamos, e
são transferíveis de uma existência para
outra, uma vez que é a nossa mente, através
da energia do nosso pensamento, que,
de forma inconsciente, muitas vezes, nos
cobra ou nos absolve das faltas cometidas,
lançando-nos ou tirando-nos da “zona de
remorso”. Existem casos em que, mesmo em
estado de recuperação perispirítica, a presença
de pessoas desafetas responsáveis por
essas zonas pode levar a violentos choques
psíquicos, com o que as emoções se lhe
desvairam afastando-se da necessária harmonia.
A mente desorientada perde o controle
da organização perispirítica e dos elementos
fisiológicos, assumindo condições
excêntricas, dispersando as energias que lhe
são peculiares. Essas energias passam a
atritar-se e a emitir radiações de baixa freqüência,
aproximadamente igual à de que
lhe incide o pensamento das vítimas, trazendo,
conseqüentemente, as mais variadas
repercussões no corpo somático. Devemos
117
também lembrar que não apenas os pensamentos
voltados para nossas ações pretéritas
mantêm-nos presos a esse circuito fechado
do pensamento do qual falamos. O pensamento
é muito mais amplo do que a nossa
consciência pode alcançar. Subsistem
aqueles (o pensamento) em que se fazem
inconscientes em nossa mente, também trazidos
por lembranças das faltas por outros
cometidas, que nos atingiram, deixando
marcas no nosso corpo espiritual e que,
hoje, ao depararmo-nos em um novo reencontro,
sentimos no corpo carnal os efeitos
desses males, efeitos estes apresentados
muitas vezes na forma de simples sintomas
ou mesmo de uma enfermidade instalada.
O pensamento, como uma modalidade
de energia sutil atuando em uma forma
de onda, com velocidade muito superior
à da luz, quando de passagem pelos lugares
e criaturas, situações e coisas que nos
afetam a memória, agem e reagem sobre si
mesmos, em circuito fechado, trazendo118
nos, assim, de volta as sensações desagradáveis
hauridas ao contato de qualquer
ação desequilibrante. Isso tudo acontece
porque, quando nos rendemos ao desequilíbrio
ou estabelecemos perturbações
em prejuízo dos outros, plasmamos nos
tecidos fisiopsicossomâticos determinados
campos de ruptura na harmonia celular, criando
predisposições mórbidas para essa ou
aquela enfermidade e, conseqüentemente,
toda a zona atingida torna-se passível
de invasão microbiana.
Reforma íntima
Quando é desarticulado o trabalho
sinergético das células nesse ou naquele
tecido, intervêm as unidades mórbidas,
quais o câncer, que nessa doença imprime
acelerado ritmo de crescimento a certos
agrupamentos celulares, entre as células sãs
do órgão em que se instalam, causando
tumorações invasoras e metastáticas, compreendendo-
se, porém, que a mutação no
119
início obedeceu à determinada distonia,
originária da mente, cujas vibrações sobre
as células desorganizadas tiveram o efeito
das projeções de raios x ou de irradiações
ultravioletas, em aplicações impróprias.
Quando o doente adquire um comportamento
favorável a si mesmo, num crescente
de humildade, paciência, devotamento ao
bem, num profundo processo de renovação
moral, as forças físicas encontram sólido
apoio nas radiações de solidariedade e
reconhecimento que absorve de quantos
lhe recolhem o auxílio direto ou indireto,
conseguindo conter a disfunção nos
neoplasmas benignos que ainda respondem
à influência organizadora dos tecidos adjacentes.
Devemos, portanto, reconhecer o
quanto é importante o equilíbrio de nossa
mente, pois com as aquisições e observações
da psicopatologia, podemos observar
a intervenção dos fatores internos ou
psicogênitos em todas as atividades do organismo
físico.
120
O aparelho cerebral
André Luiz, no livro No Mundo Maior,
falando sobre o sistema nervoso, observa
em preciosa síntese que: “No sistema nervoso,
temos o cérebro inicial, repositório
dos movimentos instintivos e sede das atividades
subconscientes. Na região do córtex
motor, zona intermediária entre os lobos
frontais e os nervos, temos o cérebro desenvolvido,
consubstanciando as energias
motoras de que se serve a nossa mente para
as manifestações imprescindíveis no atual
momento evolutivo do ser. Nos planos dos
lobos frontais, silenciosos ainda para a investigação
científica do mundo, jazem materiais
de ordem sublime, que conquistaremos
gradualmente, no esforço de ascensão,
representando a parte mais nobre do nosso
organismo divino em evolução. Não podemos
dizer que possuímos três cérebros simultaneamente.
Temos apenas um que se
divide em três regiões distintas, onde, no
primeiro, situamos a “residência de nossos
121
impulsos automáticos”, simbolizando o
sumário vivo dos serviços realizados; no
segundo, localizamos o “domicílio das conquistas
atuais”, onde se erguem e se consolidam
as qualidades nobres que estamos edificando;
no terceiro, temos a “casa das noções
superiores”, indicando as eminências
que nos cumpre atingir. Num deles, moram
o hábito e o automatismo. No outro, residem
o esforço e a vontade; e, no último,
moram o ideal e a meta superior a ser
alcançada. E assim distribuímos o subconsciente,
o consciente e o superconsciente.
Como vemos, possuímos em nós mesmos o
passado, o presente e o futuro”.
O corpo é um reflexo da mente
Podemos então concluir que, diante de
tudo quanto já abordamos, é compreensível
dizer que a quebra da harmonia cerebral, em
conseqüência de compulsoriamente se arredarem
das aglutinações celulares do campo
fisiológico os princípios do corpo espiritu122
al, essas aglutinações ficam, então, desordenadas
em sua estrutura e atividades normais,
podendo surgir tumores e hemorragias conseqüentes
de fenômenos mórbidos assediando
a mente, porque o cérebro é o instrumento
que traduz essa mente, manancial de
nossos pensamentos, e é por isso que a dor
do remorso não permite fácil acesso à esfera
superior do organismo perispírito, onde se
erguem as manifestações da consciência divina.
O cérebro real é aparelho dos mais complexos,
em que nosso “eu” reflete a vida.
Examinando o organismo que modela as
manifestações do campo físico, reconheceremos
que a célula nervosa é entidade de
natureza elétrica que, diariamente, se nutre
de combustível adequado. Há neurônios
sensitivos, motores, intermediários e reflexos.
Existem os que recebem as sensações exteriores
e os que recolhem as impressões da
consciência. Em todo o cosmo celular agitam-
se interruptores e condutores, elementos
de emissão e de recepção. A mente é a
123
orientadora desse universo microscópico, em
que bilhões de corpúsculos e energias
multiformes se consagram a seu serviço. Dela
emanam as correntes da vontade, determinando
vasta rede de estímulos, reagindo ante
as exigências da paisagem externa, ou atendendo
às sugestões das zonas interiores.
Colocada entre objetivo e subjetivo, é obrigada,
pela lei divina, a aprender, verificar,
escolher, repelir, aceitar, recolher, guardar, enriquecer-
se, iluminar-se, progredir sempre.
Ainda que permaneça aparentemente estacionária,
a mente prossegue seu caminho,
sem recuos, sob atuação das forças visíveis
ou invisíveis.
Lembremos que toda a energia gerada
tem que se manter de forma bem equilibrada,
porque tanto o bloqueio do fluxo de
energia quanto o excesso desse fluxo podem
produzir desequilíbrios e, conseqüentemente,
uma doença física.
Hoje, ainda não encontramos na medicina
tradicional os recursos necessários
124
para esse entendimento, mas felizmente, surgem
na atualidade novas opções terapêuticas,
tanto no campo da psicologia como
na chamada medicina alternativa, com estudos
que comprovam a cura de determinadas
patologias através dessas novas abordagens,
como é o caso das técnicas de regressão
de memória.
Assim sendo, observemos a necessidade
de nos reunir cada vez mais para estudar
sob esta nova visão, pois somente quando
os homens da ciência se permitirem, com
mais flexibilidade, atravessar a porta do
entendimento do amor, como homens comuns
e de fé, é que conseguiremos chegar
mais rapidamente à solução de enfermidades
que até os dias atuais a ciência não
consegue equacionar.
125
Antes de mais nada, eleve o pensamento
ao Alto e abra o coração na sintonia da
fraternidade. Pense no bem de todos os seres.
Imagine que o seu corpo é todo feito
de água. No alto da sua cabeça, no chacra
coronário, pingam gotas luminosas vindas
do Alto.
Quando essas gotas tocam o seu “corpo
d’água”, elas reverberam nele como
quando jogamos pedrinhas em um lago de
águas calmas. E essas everberações luminosas
vão se expandindo suavemente para
além da extensão de seu corpo e alcançando
seus familiares, as pessoas de suas relações
e expandindo-se para toda a humanidade.
Essas reverberações seguem carrega-
Trabalhando as energias
de forma positiva
Por Wagner Borges
Leia mais no site www.ippb.org.br
126
das de puro sentimento e vão melhorando
as pessoas que são tocadas por elas.
Visualização criativa
Posição física: deitado em decúbito
dorsal, com as mãos relaxadas e voltadas
para cima.
Perspectiva psíquica: consciência aberta,
coração generoso e vontade de ser pacífico
e feliz.
Objetivo: simplesmente soltar-se no fluxo
natural das energias e afrouxar a tensão
psicofísica.
Resultado: inspiração, alegria interna,
relaxamento, aumento da criatividade e
descanso mental.
1. Leve a atenção pacificamente para a
planta do pé esquerdo e visualize ali o
surgimento de uma rosa amarela em botão.
Suavemente, vá desabrochando até abri-la
completamente.
2. Faça a mesma coisa na planta do pé
direito.
127
3. Permaneça carinhosamente prestando
atenção nessas duas rosas abertas nas
plantas dos pés por cerca de 1 minuto.
4. Leve a atenção para as palmas das
mãos e também visualize nelas a abertura
de duas rosas amarelas. Fique assim por 1
minuto.
5. A seguir, visualize mais duas rosas
amarelas desabrochando, dessa feita, nos
dois ouvidos. Fique assim por 1 minuto.
6. Leve a atenção para o chacra coronário
(situado no meio do alto da cabeça)
e visualize surgindo de dentro dele apenas
uma imensa flor amarela. Ela desabrocha no
alto da cabeça, mas o seu talo está baseado
na glândula pineal (epífise), situada no
interior da cabeça, logo abaixo dos dois
hemisférios cerebrais. Fique assim por cerca
de 2 minutos.
7. Finalmente, leve a atenção para o
centro do peito (chacra cardíaco) e também
faça surgir ali uma imensa rosa amarela.
Enquanto ela desabrocha, pense ternamen128
te em amor, luz, alegria e paz para todos os
seres de todas as dimensões. Fique assim
por vários minutos.
8. Sinta-se bem e agradeça silenciosamente
aquele Amor Onipresente que
permeia a tudo e a todos.
9. Por favor, e por amor, faça isso com
simplicidade, lucidez e alegria. Não deixe
seu ego capturar seu bom humor no alçapão
da ansiedade. Trabalhe com serenidade
e exonere carinhosamente suas angústias
internas.
Viver aqui na Terra não é fácil. Mas, é
possível entrarmos na sintonia da harmonia
íntima usando as flores de nossos pensamentos
criativos a favor da paz, de nós e
de todos! Faça essa prática simples todos
os dias. Seja feliz, pois, apesar dos problemas
diários, viver (aqui, no astral ou no
mental) ainda é uma maravilha. Precisamos
seguir e sorrir...
Dentro ou fora do corpo, somos imortais!
Isso é motivo de uma grande alegria.
129
Alguém pode assassinar ou atropelar nosso
corpo, mas continuaremos vivos, em frente,
sempre... Que essa simples prática possa
ser em você a síntese de PAZ e LUZ em
todos os seus pensamentos, sentimentos e
energias.
Sem mais palavras:
AMOR, AMOR, AMOR...
Esta prática pode ser feita sentado, desde que
as plantas dos pés não estejam aderidas ao
chão e as mãos estejam com as palmas livres.
130