quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ATITUDE DE AMOR



Bezerra de Menezes apresenta Plano Estratégico para o Movimento Espírita

Transcorria o Congresso Espírita Brasileiro de Goiânia, em 1999, quando, paralelo ao evento, cerca de cinco mil espíritos, entre encarnados e desencarnados, foram convidados a participarem de uma conferência do “médico dos pobres” Adolfo Bezerra de Menezes. A platéia era bastante eclética e formada por personalidades espíritas e não espíritas. A fala de Bezerra, porém, trazia uma novidade, aquilo que defino como um verdadeiro plano estratégico para o movimento espírita mundial para os próximos setenta anos.
Num primeiro momento, o conferencista faz um diagnóstico do ambiente institucional espírita de Kardec até os dias atuais, apresentando uma evolução cronológica das idéias espiritistas em duas fases de setenta anos. A primeira teve início com o grande movimento neo-espiritualista, em várias partes do mundo, que originou, na França, por volta da década de 60, do século XIX, o Espiritismo. Era o tempo da legitimação da ciência e da filosofia espírita, finalizando-se em torno da realização do Congresso Espírita de Paris, em 1925. A segunda foi o tempo da proliferação do conhecimento espírita com a multiplicação dos centros espíritas para ampliar a sua difusão e se encerrou por volta do final do milênio. Agora, um novo ciclo de setenta anos tem começo: o da maioridade das idéias espíritas. Para cumprimento desta nova fase, assim como ocorreu nos séculos XIX e XX, igualmente se apronta uma geração nova de espíritos para reencarnar e tornar realidade este plano. Plano este sobre o qual Bezerra se adianta em alertar que se trata da autoria do próprio Espírito Verdade, de quem, obediente, é apenas porta-voz.

Ainda dentro do diagnóstico, Bezerra de Menezes caracteriza o atual estágio, afirmando que foi o apego institucional que marcou a segunda fase do movimento espírita mundial. Por conta dele, o serviço de unificação caminhou em passos lentos. Este institucionalismo exacerbado teve sua origem, na realidade, nas heranças psíquicas dos representantes espíritas. A causa deste apego reside no orgulho, manifestado em expressões inferiores como a inflexibilidade, o perfeccionismo, o autoritarismo, a intolerância, o preconceito e a vaidade, que devem ser percebidas como oportunidades de melhoria. Como conseqüência, originaram-se o dogmatismo, a fé cega, a hierarquização e o sectarismo.

Em função do orgulho humano, reeditou-se, em larga amplitude, os ambientes estéreis à propagação dos ensinamentos evangélicos. Bezerra identifica o orgulho como o principal inimigo a ser vencido nesta nova etapa do movimento espírita que necessita ser fortalecido por uma cultura de raciocínios lógicos e coerentes, e por atitudes afinadas com a ética do amor. Existiria uma nobre causa a ser defendida que é a libertação da mensagem de Jesus dos círculos impregnados de bazófia e fascinação e para isto exige-se sacrifício, renúncia e obstinação.

A grande missão deste Plano Estratégico seria ainda aprendermos a amarmos uns aos outros. A visão, isto é, como se imagina estar no futuro, estaria pautada em dois pontos: (1) a introdução, nos próximos setenta anos, dos postulados espiritistas como alavanca de transformações sociais e humanas, influenciando a cultura, as artes, a ciência, as leis, a filosofia e a religião, conduzindo assim as comunidades a absorverem tais princípios que determinarão novos rumos para o bem do homem através da mudança do próprio homem e (2) a promoção da unificação ética do movimento espírita.

Para se chegar à missão e a visão definidas, Bezerra enumera alguns objetivos estratégicos: (1) promoção do ecumenismo afetivo; (2) disseminação da Cultura da Alteridade; (3) mudança cultural dos ambientes doutrinários; (4) construção de um eficiente programa de renovação moral; (5) formação de pólos de congraçamento ecumênico; (6) promoção da Casa Espírita em núcleo de renovação social e humana e (7) estruturação de entidades específicas.

Os valores que nortearão este Plano Superior seriam a ética do amor, a humildade, a alteridade, a fraternidade, a coerência e a solidariedade. Duas diretrizes básicas devem ser utilizadas como parâmetros permanentes que são o desenvolvimento de atitudes de amor e a instrumentalização e capacitação dos espíritas para as mudanças culturais a serem implantadas mediante ação educacional. O lema kardequiano de trabalho, solidariedade e tolerância nunca esteve tão atual. A partir daí, Bezerra de Menezes sugere algumas ações práticas para a materialização dos objetivos estratégicos, mas deixa, propositadamente, para o próprio movimento espírita mundial inserir novas contribuições, afinal, o plano não é de uma mão só.

Sinteticamente, o plano identifica o orgulho como o maior inimigo das hostes espíritas. Para vencê-lo somente o amor, meta essencial. A diretriz insuperável seria a renovação de atitudes e o caminho de solução: a educação.

A palavra de Bezerra é firme e antecipa que muitos estranharão o seu tom mais enérgico, no entanto, justifica que a hora é inadiável, é de ação, e que não se deve se surpreender com a rejeição que muitos terão com a proposta renovativa.

O amor, porém, que fala, não deve ser confundido com ações passivas ou apenas discursos eloqüentes e emotivos, mas, sobretudo, por atitudes vivenciais, notoriamente com aqueles que pensam diferente do que a gente. Por isso, o desenvolvimento da cultura da alteridade será fundamental, dentro e fora do movimento espírita.

É um novo tempo que se inicia. “Estamos em campanha. Campanha pela unificação com amor. Campanha pela renovação das atitudes. Temos um problema na Seara: as más atitudes. Temos uma solução para a Seara: novas atitudes. Seja essa a nossa campanha no bem pelos tempos novos a que todos somos chamados. (...). Rememoremos como fonte inspiradora de nossa campanha a sublime e inesquecível fala de nosso Mestre: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”, encerra Bezerra.

Raciocínio extraído da mensagem Atitude de Amor, do espírito Cícero Pereira, contido no livro Seara Bendita, psicografado por Maria José C. Soares de Oliveira e Wanderley Soares de Oliveira, Editora INEDE.

Carlos Pereira
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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Aristóteles Damasceno Peixinho



O nobre Aristóteles Damasceno Peixinho, nasceu no município de Uauá em 01 de Novembro de 1920 de família humilde, homem simples sentia presença dos espíritos desde os 06 anos de idade. Quando seu irmão Jaime que desencarnou muito jovem devido uma doença da época, apareceu no seu velório, a criança Aristóteles o viu e disse: “Mãe não chore Jaime esta vivo”. Em 1946 já morando em Serrinha - Bahia, com 26 anos começa o seu mandato mediúnico, convidado pelas entidades superiores:
- Irmão Estrela, um espírito asteca
- Marco Antonio, Um Romano
- Vilas Boas, um português
Esses espíritos manifestaram através do jovem médium Lourival da Silva Lima para dizerem ao jovem Aristóteles a sua missão de restaurar a bandeira da imortalidade no sertão da Bahia, a partir dai surgi o CENTRO ESPÍRITA DEUS CRISTO E CARIDADE como marco inicial do espiritismo no sertão, logo depois começa a inauguração de centros espíritas em varias cidades: Conceição do Coité, Valente, Santa Luz, Queimadas, Araci, Teofilandia, Tucano e outras. Portador de várias qualidades medianímicas: Vidência, Clarividência, Efeitos Físicos, sempre viveu para servir, um dia foi procurado em sua casa por uma família que sofria com uma mulher louca que vivia amarrada, e ele disse: “Pode solta-la”, e Marco Antonio manifestou e retirou a entidade que provocava a loucura e a mulher saiu curada. Hoje com 87 anos continua intimorato nos serviços fiel a Jesus e Kardec.




Marco Antônio

Eu vejo Deus no imenso mar profundo
Na natureza a obra de harmonia
Eu vejo Deus no roto vagabundo
Nos estertores das últimas agonia
Eu vejo Deus nas estrelas serenatas
E o pleninúndio iluminando a multidão
Eu vejo Deus no romper da alvorada
Quando o galo canta a sua canção"
Marco Antônio


Aristóteles Damasceno Peixinho
Primeiro de novembro de 1920!Nas terras do Uauá, em pleno sertão baiano castigado pela seca e pela escassez de recursos, nasce Aristóteles Damasceno Peixinho, filho de Belarmino da Silva Peixinho e Adelaide Damasceno Peixinho. De tez morena, olhar penetrante, cabelos pretos, testa larga, mais parecia um Tibetano naquele rincão sertanejo. Aos seis anos de idade, a mediunidade desponta com a vidência e a audiência, o que, naquela época, constituía um fato singular. Cresce, em contato com os Espíritos, aprendendo, desde cedo, a lidar com esse “mundo” de seres incorpóreos, com toda a sua complexidade. Por forças das circunstâncias, e por que não dizer: providenciais, a família transfere-se para Serrinha, Bahia. O nosso biografado, com 23 anos de idade, agora respirando outros ares, toma conhecimento de um movimento incipiente que alguns interessados lideram. Eram os primeiros fenômenos mediúnicos que ali surgiam, acordando a comunidade serrinhense para o Espiritismo. Portador de uma mediunidade ostensiva, ingressa nesse movimento e, junto de outros, funda o Centro Espírita Deus, Cristo e Caridade, sob a égide dos Espíritos Irmão Estrela, Vilas Boas e Marco Antônio, que orientam as bases legais e ensinam como dirigir a instituição nascente. A partir daí, entrega a sua vida, numa dedicação exclusiva, à Causa Espírita, buscando, sabiamente, conciliar as responsabilidades da família constituída com as da sua crença. As lutas enfrentadas para a instauração do Espiritismo numa comunidade eminentemente católica, eram imensas! Todavia, seu poder de liderança, sua figura carismática e a mediunidade a serviço do bem foram ferramentas por ele utilizadas para a implantação das ideias espíritas, difundido as sementes do Evangelho de Jesus no coração do povo serrinhense. Junto a uma equipe de colaboradores, transformou o Centro Espírita Deus, Cristo e Caridade em um polo estruturante que ampliou sua ação para as regiões circunvizinhas, vindo a fundar 13 Instituições Espíritas, fruto da sua perseverança e determinação. A partir de um encontro, pela vidência, com o Espírito Madre Teresa de Calcutá, que o convida a vivenciar toda a teoria espírita apreendida, desenvolve um trabalho de assistência social, voltado para a promoção do homem, onde famílias numerosas foram agraciadas por recursos materiais, na construção e reformas de casas para a população de baixa renda. Ao lado da confreira Oliva A. Mendonça, já desencarnada, funda a Associação Mansão Marco Antônio, de amparo à velhice, obra que se mantém de pé com outros continuadores, incansáveis trabalhadores do bem. Foram seis décadas de trabalhos ininterruptos, desde sua dedicação nas câmaras mediúnicas como ser interexistencial, até o seu labor diário, contribuindo para o bem-estar coletivo, numa entrega total e esquecimento de si mesmo. Os que tiveram a graça de com ele partilhar as experiências numinosas levarão consigo, como marcas indeléveis, a certeza da imortalidade e a segurança nos princípios doutrinários, tocados que foram pelas clarinadas do Evangelho de Jesus. Como resumir em poucas linhas uma vida dedicada ao bem coletivo que, aos noventa anos, volta à Pátria Espiritual como cidadão do infinito, deixando impregnado nas almas o doce aroma do seu exemplo? A Aristóteles, o nosso preito de profunda gratidão por sua presença entre nós! Pelas experiências compartilhadas, pelas lágrimas secadas, pela consolação prodigalizada. Parafraseando Winston Churchill, afirmamos: “Nunca Tantos deveram tanto a tão poucos!”

(Margarida Moura Cardoso e Silva Souza, diretora-presidente do Centro Espírita Deus, Cristo e Caridade, de Serrinha-BA


NOTA DE FALECIMENTO

Amigos,
Comunicamos que retornou ao plano espiritual o irmão Aristóteles Peixinho, carinhosamente chamado de Tio Peixe (Pai de André Luiz Peixinho). O sepultamento ocorreu hoje, 13/01/11 em Serrinha-BA.
Rogamos a Jesus que ampare esse missionário da Doutrina Espírita do sertão baiano e que nossas vibrações e orações o auxilie.
Conselho Federativo