domingo, 27 de março de 2016

Miguel de Oliveira Couto




Médico clínico geral e sanitarista, político e professor brasileiro nascido na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império, que dedicou parte de sua vida profissional à melhoria das condições de saúde popular, pela pesquisa e divulgação dos princípios de higiene e deixou extensa obra nesse setor. Era filho de Francisco de Oliveira Couto e de Maria Rosa do Espírito Santo, freqüentou o Colégio Briggs e diplomou-se pela Academia Imperial de Medicina (1883), no Rio de Janeiro. Tornou-se assistente da cadeira de Clínica Médica até se doutorar (1885), dois anos em que foi interno da Santa Casa de Misericórdia e ao mesmo tempo assistente, por concurso, da cadeira de clínica médica, regida por João Vicente Torres Homem. Foi admitido na Academia Nacional de Medicina (1896), como membro titular, com o trabalho Desordens funcionais do pneumogástrico na influenza. Ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro como lente, por concurso (1898) e tornou-se professor de clínica propedêutica (1901), substituindo o notável professor Francisco de Castro. Foi eleito presidente da Academia Nacional de Medicina (1914) e reconduzido ao cargo sucessivamente. Membro da Academia Brasileira de Letras (1916) e empossado trÊs anos depois (1919), tornou-se presidente honorário da Associação Brasileira de Educação (1927). Na cerimônia em que lhe foi conferido o título, proferiu conferência cujo título se tornou um lema da ABE na época: No Brasil só há um problema: a educação do povo. Eleito deputado pelo Distrito Federal, atual cidade do Rio de Janeiro, para a Assembléia Nacional Constituinte (1933), obteve a aprovação do projeto que destinava dez por cento das rendas da União para a instrução popular. Membro de numerosas instituições científicas nacionais e internacionais, como da Société Médicale des Hôpitaux de Paris, e doutor honoris causa da Universidade de Buenos Aires, recebeu as medalhas da Instrução Pública da Venezuela e da Coroa da Bélgica.  Poliglota e profundo conhecedor da língua portuguesa., participou de vários congressos de Medicina nos quais se destacou pela sua competência profissional, sendo considerado um dos mais notáveis clínicos de sua época e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, aos 69 anos. De sua vasta obra, entre suas obras destacaram-se Clínica médica (1923), Nações que surgem, nações que imergem (1925) e A medicina e a cultura (1932), além de Contribuição para o estudo das desordens funcionais do pneumogástrico na influenza, A gangrena gasosa fulminante e Diagnóstico precoce da febre amarela pelo exame espectroscópico da urina. Radical em seus conceitos, uma das suas teses político-científicas mais famosas e polêmicas foi sobre o darwinismo social e de eugenia racial. Esta idéia propunha a necessidade do branqueamento da população brasileira e o fim da imigração dos degenerados aborígenes orientais. O resultado foi a aprovação por larga maioria de uma emenda constitucional que estabelecia cotas de imigração sem fazer menção a raça ou nacionalidade e proibia a concentração populacional de imigrantes. Segundo o texto constitucional, o Brasil só poderia receber em por ano no máximo 2% do total de ingressantes da cada nacionalidade que tinha sido recebida nos últimos 50 anos. Esta política de cotas não afetou a imigração de europeus, mas prejudicou a imigração de japoneses e, futuramente, de chineses e coreanos. Pai de Miguel Couto Filho, e de Elza Couto Bastos Netto, em sua homenagem foi nomeado o famoso Hospital Municipal Miguel Couto, na cidade do Rio de Janeiro, referência nacional em ortopedia e traumatologia.
Figura copiada de página do site do IHGS:
http://www.ihgs.com.br/


https://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Couto_Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário